De sorveteria a bar queridinho dos chefs: o sucesso de Luiz Nozoie
Conheça a história de Luiz Nozoie, filho de imigrantes que comandava estabelecimento estilo pé sujo que ganhou fama entre chefs de São Paulo
atualizado
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São Paulo — Morto esta semana aos 93 anos, o comerciante Luiz Nozoie dá nome ao bar da zona zul de São Paulo que se transformou no “boteco estilo pé sujo” preferido de chefs paulistanos. Por lá, já passaram comandantes de restaurantes de renome, como Thiago Bañares, do TanTan, o casal Giovanna Perrone e Rodrigo Aguiar, do Casa Rios, e Fábio Vieira, do Santo Grão.
“Como grande fã de bares tradicionais da cidade, tenho o sr. Luiz como referência no ramo”, disse o chef Fábio, que contou que sempre quis cozinhar no local. Ele disse, ainda, que participaria de um evento no bar esta semana e que foi cancelado justamente por causa da morte do patriarca.
A história de sucesso do bar que conquistou São Paulo começou em 1962, com a fundação de uma sorveteria na Avenida do Cursino, no Bosque da Saúde — naquela época, Luiz Nozoie tinha 30 anos.
Com o tempo, as caixas de sorvete de Luiz foram sendo trocadas por cervejas. O bar, então, conquistou a fama de ter a cerveja mais gelada de São Paulo — provavelmente graças à técnica especial e secreta criada pelo proprietário, que utilizava um barbante manter as garrafas ainda mais geladas.
A bebida passou a ser acompanhada por petiscos feitos pela mulher de Luiz Nozoie, Shizue, a partir de receitas trazidas do Japão. O menu incluía acepipes de frutos do mar, pastéis recheados com camarão e rolmops de sardinhas, todos com ingredientes provenientes das pescarias de Luiz no Guarujá.
O cardápio do Bar do Luiz Nozoie permaneceu praticamente inalterado ao longo das pouco mais de seis décadas do estabelecimento. Após o falecimento de Shizue, os petiscos passaram a ser preparados pela filha do casal, Márcia Shizue.
Negócio familiar
Juntamente com Márcia, os filhos Xan e Didio e o neto Fábio, Luiz Nozoie continuou a gerenciar o bar. Após a pandemia, o estabelecimento tornou-se popular entre os chefs e passou a atrair um público mais jovem.
Na última segunda-feira (25/3), Luiz Nozoie faleceu aos 93 anos devido ao agravamento de uma gripe. Ele vivia com a família nos fundos do bar, onde ainda é possível encontrar os freezers da época da sorveteria.
Após o falecimento de Luiz, o bar, em luto, cancelou todos os eventos programados para a semana.
