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De psicólogo a vigia: como estão as promessas nas escolas após ataques

Tarcísio prometeu, em abril, pacote de ações para prevenir ataques a escolas, mas elas não saíram do papel ou se mostraram insuficientes

atualizado

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Marcelo S. Camargo / Governo do Estado de SP
Imagem colorida mostra Tarcísio de Freitas, homem branco, grisalho, de terno cinza e camisa azul, cercado de auxiliares, de frente para microfones - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Tarcísio de Freitas, homem branco, grisalho, de terno cinza e camisa azul, cercado de auxiliares, de frente para microfones - Metrópoles - Foto: Marcelo S. Camargo / Governo do Estado de SP

São Paulo — Duas semanas após um atentado a faca que matou uma professora de 71 anos dentro de uma escola estadual na zona oeste da capital paulista, em abril deste ano, o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou um pacote de medidas para melhorar o acolhimento a alunos e funcionários e a segurança no ambiente escolar, com o objetivo de evitar uma nova tragédia.

Quase sete meses depois, nenhuma das ações anunciadas foram 100% implementadas ou se mostraram suficientes, e as cenas de horror e morte voltaram a se repetir com o ataque dessa segunda-feira (23/10), na Escola Estadual Sapopemba, zona leste de São Paulo. Com um revólver calibre 38, um estudante de 16 anos abriu fogo dentro da unidade, matando uma aluna de 17 anos com um tiro na nuca e ferindo outras duas de 15 anos.

Em abril, após o atentado na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste, Tarcísio e os secretários Guilherme Derrite (Segurança Pública) e Renato Feder (Educação) anunciaram, em visita ao colégio atacado, três linhas de ação para evitar que um novo ataque ocorresse nas unidades da rede de ensino paulista.

A primeira delas foi a contratação de psicólogos para o atendimento a alunos mais vulneráveis e vítimas de bullying. A segunda foi a contratação de seguranças privados desarmados que passariam a atuar como vigias dentro das escolas. E a terceira, um aplicativo que faria as vezes de “botão de pânico”, para ser acionado por professores e funcionários das escolas em casos suspeitos ou de ataques em curso.

Nessa segunda-feira, em visita à escola de Sapopemba horas após o ataque, Tarcísio admitiu que as ações ainda não saíram do papel ou são insuficientes para enfrentar o problema. “Provavelmente, falhamos em alguma coisa”, declarouo o governador.

Abaixo, o Metrópoles detalha como está cada uma das ações prometidas pelo governo:

Seguranças desarmados

Tarcísio afirmou nessa segunda-feira que iniciou o processo de contratação das empresas que iriam fornecer os seguranças desarmados que atuarão como vigias dentro das escolas. O estado foi dividido em 16 lotes no processo de contratação, para atender todas as regiões.

“Em 13 (lotes), já chegaram ao final e tiveram contratos assinados. Três tiveram problema na licitação e vão ser repetidas. E nós vamos manter essa linha de contratar vigilância privada para escolas”, disse o governador.

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Movimentação de policiais e imprensa nos arredores da Escola Estadual Sapopemba, onde ataque a tiros deixou aluna morta
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Fachada da Escola Estadual Sapopemba, onde ataque a tiros deixou aluna morta
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Atirador invadiu escola estadual em Sapopemba, matou aluna e feriu outros dois

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A contratação prometida em abril só teve o edital de licitação publicado em 23 de agosto. O processo de contratação foi concluído no último dia 3/10, com a seleção das 13 empresas que foram homologadas no último dia 9/10.

Após o novo atentado, o governo correu para agilizar o início de trabalho dos vigilantes — a promessa agora é que 700 vigias comecem a trabalhar inda nesta semana, segundo nota do governo enviada ao Metrópoles.

Apoio de psicólogos

No caso dos psicólogos, o governo já havia cumprido a promessa de contratar 550 profissionais, segundo o secretário da Educação, Renato Feder. O número foi considerado baixo por especialistas. Como a rede estadual de ensino tem cerca de 5 mil escolas, cada profissional fica responsável por atender dez unidades, em esquema de rodízio.

Agora, após o novo ataque na zona leste, o governo já considera o número como insuficiente e prometeu ampliar, sem divulgar a quantidade de profissionais necessária.

A Escola Estadual Sapopemba, por exemplo, que fica em uma das regiões de periferia mais adensadas da cidade, contava com apenas um psicólogo, no esquema de rodízio, para um universo de 1.800 alunos.

O governo informou que essa profissional, que atende ainda outras nove escolas, havia feito, de agosto — quando o trabalho começou — até agora, 15 atendimentos. Desta forma, menos de 1% dos alunos da unidade teve acesso ao especialista.

“Em um primeiro momento, a gente vai aproveitar o contrato que a gente já tem e aditivar (aumentar a quantidade), que é o caminho mais rápido”, disse Tarcísio. “Então, a gente traz mais psicólogos para dentro para dar mais assistência”, completou. O governador não disse quantos profissionais a mais pretende contratar e evitou se comprometer com prazos. “Isso é rápido”.

Botão do pânico

Por fim, o governo havia anunciado a criação de um “botão do pânico” no aplicativo da polícia, para que fosse usado por professores e funcionários das escolas em casos de ameaças ou de atentados em curso. Porém, segundo a polícia, o atentado desta segunda foi relatado pelo serviço 190, número convencional da Polícia Militar, que atende todas as ocorrências.

Tarcísio afirmou que o aplicativo passará por aprimoramento, para conectá-lo ao aplicativo utilizado pela Educação. “A gente já tem um botão que foi criado com a Secretaria da Segurança Pública, a gente vai tentar criar a mesma facilidade no aplicativo da Educação para ver se a gente conecta dos dois dispositivos”, disse.

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