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De padrinho a periferia: as apostas dos candidatos de SP na reta final

Candidatos à Prefeitura de SP intensificam agendas de rua e estratégias na reta final para garantir vaga no 2º turno na eleição de domingo

atualizado

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Os seis candidatos à Prefeitura de SP que mais pontuaram nas pesquisas: Ricardo Nunes, Guilherme Boulos, José Luiz Datena, Pablo Marçal, Tabata Amaral e Marina Helena
1 de 1 Os seis candidatos à Prefeitura de SP que mais pontuaram nas pesquisas: Ricardo Nunes, Guilherme Boulos, José Luiz Datena, Pablo Marçal, Tabata Amaral e Marina Helena - Foto: Divulgacand/Arte Metrópoles

São Paulo — A seis dias do primeiro turno, que ocorre no próximo domingo (6/10), os candidatos à Prefeitura da capital entram na reta final da campanha mais agressiva da história recente das eleições paulistanas disputando cada voto em busca de uma vaga na fase decisiva da corrida municipal — o segundo turno está marcado para 27/10.

Para isso, Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSol) e Pablo Marçal (PRTB), que aparecem tecnicamente empatados na liderança maioria das pesquisas, e Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB), que correm por fora, apostam nas mais variadas estratégias para conquistar eleitores.

As estratégias vão da intensificação do corpo a corpo com os eleitores dos bairros mais populosos da periferia às agendas de rua com seus respectivos padrinhos políticos, passando por novos ataques contra os principais rivais nas propagandas de TV e rádio e nas redes sociais, e por uma forte campanha pregando voto útil contra os adversários.

Na noite da próxima quinta-feira (3/10), os candidatos participarão do debate da TV Globo, que será o 11º encontro entre os concorrentes nesta eleição e o último antes do primeiro turno. Tradicionalmente, este é o debate de maior audiência e costuma mobilizar as campanhas.

Segundo pesquisa Quaest divulgada nessa segunda-feira (30/9), Nunes (24%), Boulos (23%) e Marçal (21%) estão tecnicamente empatados na liderança, seguidos por Tabata (11%) e Datena (6%) — a margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Ricardo Nunes

Nesta reta final de campanha, o prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes, busca conquistar o voto dos indecisos — são 6% dos eleitores, segundo a Quaest, além de 8% que declaram voto em branco ou nulo —, e tem como trunfo o menor índice de rejeição entre os principais candidatos (38%), ao lado de Tabata (37%).

Nunes deve focar os últimos compromissos de rua do primeiro turno com agendas ao lado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que tem se mostrado um importante cabo eleitoral — serão dois eventos nos próximos dias — e intensificar os ataques a Marçal, com quem disputa o eleitorado de direita, no programa eleitoral de rádio e TV, que termina na quinta-feira.

A campanha do emedebista seguirá atacando o influenciador, a quem Nunes tem chamado de “mentiroso” e “condenado”, em uma estratégia traçada tanto para minar um possível crescimento do adversário na reta final quanto para se defender e evitar perder votos junto aos eleitores mais conservadores.

Guilherme Boulos

O candidato do PSol, Guilherme Boulos, vai dedicar os últimos dias de campanha às agendas nas ruas. Sua equipe afirma que o psolista intensificará as ações de “olho no olho”, com carreatas e caminhadas em bairros periféricos das zonas leste e, em especial, sul, reduto eleitoral dele e de Nunes que concentra o maior número de eleitores.

Boulos busca destacar os problemas da cidade como reflexo da má gestão de Nunes, com o objetivo de aumentar a rejeição ao prefeito. Além do debate da TV Globo, ele terá um evento importante: uma caminhada ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Avenida Paulista, no sábado (5/10), véspera da votação.

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Marta, Boulos, Lula, Erundina e Haddad durante convenção PT/PSol
Guilherme Boulos e Natalia Szermeta, sua esposa
Lula e Boulos na convenção do PSol e do PT que oficializou chapa em SP
Boulos, Marta e o deputado estadual Antônio Donato (PT) comem bolo durante agenda de campanha em SP
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Lula, Marta e Boulos em comício no Campo Limpo, na zona sul de SP

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Marta, Boulos, Lula, Erundina e Haddad durante convenção PT/PSol

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Guilherme Boulos e Natalia Szermeta, sua esposa

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Lula e Boulos na convenção do PSol e do PT que oficializou chapa em SP

Ricardo Stuckert
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Boulos, Marta e o deputado estadual Antônio Donato (PT) comem bolo durante agenda de campanha em SP

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O candidato Guilherme Boulos (PSol) durante comício

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Boulos e Marçal partiram para ataques em debate

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Fernando Haddad e Guilherme Boulos utilizando "pulseirinhas da amizade"

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Boulos e Marta em ato na Praça da Sé, no centro de SP

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Boulos mostra camisa do Corinthians emoldurada em sua casa

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Essa aparição ao lado de Lula é vista como crucial para conquistar o apoio dos eleitores lulistas. Boulos se mostrou como o candidato apoiado por Lula por toda a campanha, mas acumulou frustrações pela ausência do presidente nas agendas e não tem conseguido alcançar nas pesquisas o desempenho que o petista teve na capital nas eleições presidenciais de 2022, quando derrotou Jair Bolsonaro (PL) na maior cidade do país.

Nessa segunda-feira, um grupo de artistas, juristas e empresários lançou um manifesto pregando o voto útil em Boulos para evitar que o segundo turno nas eleições paulistanas seja disputado por dois bolsonaristas — Nunes e Marçal. A carta aberta afirma que a frente ampla que “impediu Bolsonaro de permanecer no poder precisa se levantar novamente para evitar que este segundo turno de consagração do bolsonarismo aconteça”.

Pablo Marçal

Pablo Marçal promete “ondas de energia” para a última semana de campanha, tentando movimentar o eleitorado pelas redes sociais, embora não revele detalhes de sua estratégia. Ele também afirmou que pretende crescer 2 pontos percentuais por dia até 6 de outubro.

Com um índice de rejeição elevado — 48% no geral e 53% entre as mulheres, segundo o Datafolha —, Marçal tenta reverter esse cenário. Durante o debate de Folha/UOL, ele fez elogios a Tabata Amaral e atacou Nunes por causa do boletim de ocorrência de violência doméstica registrado pela mulher do prefeito, em 2011. Ao mesmo tempo, cometeu um deslize ao afirmar que “mulher não vota em mulher” porque “é inteligente”, o que gerou críticas.

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Pablo Marçal ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro
Pablo Marçal durante entrevista coletiva após o debate da Band em São Paulo
Pablo Marçal discursa no palanque de Tarcísio de Freitas em 2022
João Doria e Pablo Marçal
Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSol) em debate da Band
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Ao longo da campanha, Pablo Marçal acusou Boulos de ser usuário de cocaína

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Pablo Marçal ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro

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Pablo Marçal durante entrevista coletiva após o debate da Band em São Paulo

Renato Pizzutto/Band
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Pablo Marçal discursa no palanque de Tarcísio de Freitas em 2022

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João Doria e Pablo Marçal

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Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSol) em debate da Band

Reprodução- Band
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O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) anuncia Pablo Marçal na Câmara dos Deputados

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Pablo Marçal é o candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo

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Embora sejam adversários na disputa eleitoral em SP, Pablo Marçal e Marina Helena (Novo) já fizeram algumas dobradinhas em debates

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Marçal junto do deputado Marcel van Hattem (Novo-RS)

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A deputada estadual bolsonarista Dani Alonso (PL-SP) se diz amiga de Pablo Marçal

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Pablo Marçal conversa com o senador Sergio Moro

Igor Gadelha/Metropoles

Nos últimos dias, Marçal mudou seu foco de campanha, concentrando as agendas de rua nas periferias. Depois de passar a maior parte de setembro em bairros de classe média e alta, ele intensificou suas atividades em áreas populares, como Brasilândia, Perus, Capão Redondo e Grajaú.

As campanhas adversárias esperam que a campanha do influencer aumente o nível de ataques nas redes sociais, especialmente a partir de sexta-feira (4/10), quando não haverá mais propaganda oficial no rádio e na TV para rebater os ataques e o impulsionamento nas principais plataformas estarão proibidos.

Tabata Amaral

A candidata do PSB, Tabata Amaral, planeja encerrar sua campanha com um vídeo resumindo sua trajetória e buscará formas de se defender da estratégia por voto útil feita por grupos de esquerda em favor de Boulos — a avaliação é que parte do eleitorado da candidata não é de esquerda e não migraria para o adversário do PSol.

A equipe de Tabata ficou animada com o fato de a candidata ter sido a única a registrar crescimento real, fora da margem de erro, na pesquisa Quaest divulgada nesta segunda. Ela foi de 8% para 11% das intenções de voto. A campanha avalia que a candidata tem bom desempenho nos debates televisivos e espera que ela se beneficie da audiência do evento na TV Globo, na quinta.

José Luiz Datena

Já o candidato tucano José Luiz Datena pretende manter o ritmo que sua campanha vem adotando. Seu foco é atrair o eleitorado mais popular, com propostas como tarifa zero para beneficiários do Bolsa Família, mais duas horas de funcionamento nas creches e UBSs, e a tentativa de se posicionar como uma alternativa à polarização entre os candidatos que representam Bolsonaro e Lula.

Ele deve seguir com caminhadas curtas, inclusive em áreas da periferia, como São Miguel Paulista, na zona leste, onde estará nesta terça-feira (1º/10).

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