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De operações a câmeras: as marcas do 1º ano de Tarcísio na Segurança

Primeiro ano de Tarcísio teve aumento da letalidade policial, congelamento do programa de câmeras corporais e reajuste salarial na Segurança

atualizado

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Francisco Cepeda/Governo do Estado de SP
Imagem colorida mostra Tarcísio de Freitas cercado de pessoas durante entrevista - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Tarcísio de Freitas cercado de pessoas durante entrevista - Metrópoles - Foto: Francisco Cepeda/Governo do Estado de SP

São Paulo – Apontada pelo próprio Tarcísio de Freitas (Republicanos), em seu balanço de primeiro ano de governo, como a área que o deixou menos satisfeito em seu primeiro ano de mandato, a Segurança Pública foi um dos setores que mais ganhou atenção do governo de São Paulo em 2023.

Com um parlamentar bolsonarista indicado para chefiar a pasta, Guilherme Derrite, o primeiro ano do mandato de Tarcísio foi marcado pela Operação Escudo, ação mais letal da Polícia Militar desde o Massacre do Carandiru, em 1992, o aumento da letalidade policial e pela persistente sensação de insegurança no centro da capital paulista.

Por outro lado, o governador contratou mais 5,6 mil policiais, abriu novas companhias da PM no estado e concedeu aumento de salário aos agentes da Segurança Pública. Confira abaixo os principais destaques da área:

Câmeras corporais

Política elogiada por especialistas, que havia resultado em queda do número de mortes provocadas por PMs em serviço, as câmeras corporais foram um tema volátil para Tarcísio em seu primeiro ano de governo.

Durante a campanha eleitoral, o governador havia prometido que suspenderia o programa, em um aceno ao eleitor conservador e defensor da categoria policial. Após a eleição, porém, ele recuou e disse que iria manter os equipamentos nas fardas dos PMs.

Na prática, contudo, Tarcísio suspendeu a aquisição de novas câmeras, paralisando a expansão do programa para toda a corporação, e manteve a PM com 10 mil aparelhos, ante uma tropa de quase 90 mil policiais.

Com o programa congelado, o número de mortes cometidas por policiais inverteu a curva de queda e subiu 38% entre janeiro e outubro. Só no terceiro trimestre, entre julho e setembro, o aumento foi de 86% — de 57 casos no mesmo período de 2022 para 106 neste ano.

O Ministério Público, em uma denúncia recente de homicídio praticado por PMs da Rota, afirmou que agentes já criaram formas de burlar os equipamentos.

Tarcísio encerrou o ano dizendo que há “outras prioridades” de investimentos na segurança, sem dar sinais de que retomará a expansão do programa em 2024.

Aumento salarial

O projeto de lei que para conceder um reajuste médio de 20% às diversas categorias das polícias Civil e Militar foi o primeiro esforço legislativo do governador e foi aprovado após tropeços na articulação política, com deputados aliados demonstrando insatisfação com a falta de participação na elaboração do projeto.

Mas o texto foi aprovado em maio com um placar folgado para o governador: 84 dos 94 deputados estaduais.

A ação foi o principal aceno de Tarcísio à sua base bolsonarista. O governador fecha o ano já prometendo um novo reajuste para 2024.

Operação Escudo

A ação mais polêmica envolvendo as forças de segurança neste primeiro ano do governo Tarcísio foi a Operação Escudo, deflagrada no Guarujá pós o assassinato de um soldado um soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), a tropa de elite da PM, em julho.

Durante um patrulhamento em uma comunidade na cidade do litoral sul paulista, o soldado Patrick Reis foi morto com um tiro no pescoço. A reação da gestão Tarcísio foi deflagrar uma operação especial que lotou a cidade com policiais. Nos 40 dias seguintes, PMs da Rota apreenderam 117 armas ilegais, prenderam 967 acusados de diversos crimes e mataram 28 pessoas.

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Policiais da Rota baleados no Guarujá foram socorridos no Pronto Atendimento Municipal da Rodoviária
Soldado da Rota foi morto quando fazia patrulhamento no litoral paulista
PM declara luto pela morte de Patrick Bastos Reis, policial da Rota morto no Guarujá
Viatura da Rota desce em direção ao litoral paulista
Integrante da Rota em policiamento no Guarujá
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PM da Rota Patrick Bastos Reis baleado e morto durante patrulhamento no Guarujá

Divulgação/Polícia Militar
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Policiais da Rota baleados no Guarujá foram socorridos no Pronto Atendimento Municipal da Rodoviária

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Soldado da Rota foi morto quando fazia patrulhamento no litoral paulista

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PM declara luto pela morte de Patrick Bastos Reis, policial da Rota morto no Guarujá

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Viatura da Rota desce em direção ao litoral paulista

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Integrante da Rota em policiamento no Guarujá

Divulgação/Rota
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Denunciados por participação na morte de PM da Rota no Guarujá: Erickson David da Silva, Kauã Jazon da Silva e Marco Antonio, o Mazzaropi

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Policiais da Rota em operação em São Paulo

Divulgação/Rota
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Policiais militares comemoraram nas redes sociais mortes de suspeitos na Operação Escudo, deflragrada no litoral sul paulista após o assassinato do soldado da Rota

Reprodução

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) montou uma força-tarefa para investigar todas as mortes. Até agora, apenas dois casos foram finalizados. Em um deles, os promotores concluíram que os PMs agiram em legítima defesa. Em outro, a conclusão do MPSP foi que PMs mataram uma pessoa desarmada, adulteraram a cena da morte e forjaram um confronto.

Insegurança no centro

O centro da capital foi cenário diversos registros em vídeo, ao longo do ano, de arrastões a lojas, roubos de motoristas presos no trânsito e de pedestres, sem contar várias cenas de confrontos entre forças de segurança e integrantes do fluxo de drogas da Cracolândia.

Em julho, a PM deu início a um programa para dar “visibilidade” aos agentes empenhados no patrulhamento de rua que deu ares de quartel à Praça da Sé. No mesmo mês, o homem tido como principal fornecedor de drogas para a Cracolândia, Mardel Vidal da Silva, de 44 anos, foi preso.

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Fluxo da Cracolândia, no cruzamento da Avenida Rio Branco com a Rua dos Gusmões
Dependente químico segura cachimbo de crack na região da Luz, em São Paulo
Pessoas no fluxo da Cracolândia, na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua dos Gusmões
Cracolândia ocupa a Rua Conselheiro Nébias, no centro de São Paulo
Durante operação da Polícia Civil, dependentes químicos foram obrigados a se sentar no chão
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Operação policial terminou com 18 presos na Cracolândia, no centro de São Paulo

Reprodução / Redes sociais
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Fluxo da Cracolândia, no cruzamento da Avenida Rio Branco com a Rua dos Gusmões

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Dependente químico segura cachimbo de crack na região da Luz, em São Paulo

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Pessoas no fluxo da Cracolândia, na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua dos Gusmões

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Cracolândia ocupa a Rua Conselheiro Nébias, no centro de São Paulo

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Durante operação da Polícia Civil, dependentes químicos foram obrigados a se sentar no chão

Reprodução / Redes Sociais

Mesmo assim, diante da persistência da sensação de insegurança, Tarcísio encerra seu primeiro ano anunciando uma nova operação, agora chamada “Impacto”, que consiste em novo reforço de policiamento, agora em corredores comerciais como as Avenidas Paulista e Brigadeiro Faria Lima, na zona sul.

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