De Mizael a Jatobá: quem já saiu do chamado “Presídio dos Famosos”
A saída de Mizael Bispo da Penitenciária de Tremembé esvaziou um pouco mais o local, conhecido por guardar as “celebridades” do crime
atualizado
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São Paulo – A ida de Mizael Bispo de Souza para o regime aberto nessa terça-feira (22/8) causou mais um desfalque no chamado “Presídio dos Famosos”, como é conhecida a Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo.
Mizael cumpria pena de 22 anos de prisão no local por ter sido condenado pelo assassinato da ex-namorada Mércia Nakashima, em 2010. O ex-policial militar foi beneficiado por uma decisão judicial que concedeu a ele a progressão para o cumprimento da pena fora da cadeia.
O regime aberto é destinado para condenados não reincidentes, cuja pena não exceda 4 anos, devendo ser cumprida em casa de albergado ou na sua própria residência, devendo trabalhar e se recolher (na sua residência ou na casa de albergado) no período noturno e dias de folga.
Com isso, a lista de presos “célebres” diminuiu mais um pouco. Só nos últimos anos, saíram da prisão Anna Carolina Jatobá, Suzane von Richthofen e Elize Matsunaga.
A Secretaria de Administração Penitenciária costuma manter as celebridades do sistema carcerário no local, considerado um dos mais seguros do estado, para evitar o contato com outros detentos que possam tentar “vingar” as vítimas de seus crimes.
A cidade do Vale do Paraíba também abriga da Penitenciária Dr. José Augusto Salgado 2, a P2 de Tremembé, que igualmente tem ou teve em suas dependências presos famosos, como Roger Abdelmassih, Daniel Cravinhos e o ex-goleiro Edinho. Todos eles já deixaram a prisão.
Veja abaixo uma lista de condenados por crimes de comoção nacional que ainda permanecem no Presídio de Tremembé:
Alexandre Nardoni
Enquanto Anna Carolina Jatobá conseguiu a progressão para o regime aberto, seu namorado, Alexandre Nardoni, continua detido no presídio de Tremembé. Os dois foram condenados em 2010 pela morte de Isabella Nardoni, em março de 2008.
Segundo a Justiça de São Paulo, a menina foi jogada do sexto andar do apartamento onde morava o casal, na zona norte de São Paulo.
Alexandre, pai da menina, foi condenado a 30 anos de prisão. Desde 2019, ele cumpre pena no regime semiaberto, com direito a saídas temporárias.
O Tribunal de Justiça chegou a revogar a progressão de pena, mas a defesa de Alexandre conseguiu reverter a decisão no Superior Tribunal de Justiça.
Lindemberg Alves
Lindemberg Alves foi condenado a 39 de prisão por matar a ex-namorada Eloá Pimentel em outubro de 2008. Ele conseguiu, no fim de 2022, a progressão para o regime semiaberto. Ele pode sair para trabalhar durante o dia, retornando à prisão após o expediente.
O crime ocorreu em outubro de 2008 em Santo André, na região do ABC. Na época, Lindemberg invadiu o apartamento onde morava Eloá e manteve ela, sua amiga Nayara Rodrigues e outros dois colegas de escola delas, reféns.
Eloá ficou cinco dias em cárcere privado, sob ameaças do namorado. Os outros reféns foram liberados, mas Nayara voltou ao local por orientação da polícia. No dia 17 de outubro de 2008, a polícia invadiu o local depois de escutar um ruído que seria de um tiro.
Antes da entrada da PM, o Lindemberg ainda conseguiu balear Nayara, que sobreviveu, e deu dois tiros em Eloá, que morreu.
Gil Rugai
Gil Grego Rugai foi condenado a uma pena de 33 anos, seis meses e 25 dias de reclusão, em regime por dois homicídios qualificados praticados contra seu pai e madrasta em 2004. Ele também foi condenado por estelionato contra a empresa “Referência Filmes”, de seu pai.
Gil Rugai permanece em regime fechado. Ele havia conseguido o direito de cumprir a pena no semiaberto, mas, em abril, a Justiça voltou atrás.
Na decisão que havia determinado a progressão, a juíza responsável pelo caso entendeu que o exame criminológico do ex-seminarista foi “totalmente positivo”, e o comportamento, classificado como ótimo e sem faltas disciplinares.
Apesar da decisão, Rugai conseguiu o benefício de sair temporariamente do sistema carcerário para cursar arquitetura, durante a semana, das 17h às 23h30. O curso é feito em uma universidade de Taubaté e seus passos são monitorados por tornozeleira eletrônica.
Cristian Cravinhos
Cristian Cravinhos, condenado por participar do assassinato do casal von Richthofen, cumpre pena em regime semiaberto desde março de 2022. Ele foi condenado a 38 anos de prisão.
Ele chegou a ir ao regime aberto em 2017, cumprindo sua pena fora da prisão, mas perdeu o benefício depois de ser detido em uma confusão em que tentou subornar policiais.
No mês passado, Cristian teve crise renal na prisão e precisou ser socorrido e levado para atendimento médico no Hospital Regional de Taubaté.
Seu irmão, Daniel Cravinhos, ex-namorado de Suzane von Richthofen, também ficou preso no Presídio de Tremembé durante anos, mas conseguiu a progressão para o regime aberto em 2018.
Champinha
Outro caso famoso é de Roberto Aparecido Alves Cardoso, conhecido como Champinha. Mas ele não está detido em Tremembé, e, sim, no Presídio de Hortolândia, também no interior de São Paulo.
Ele foi protagonista de um dos crimes mais chocantes ocorridos no Brasil. Em 2003, aos 16 anos, ele e um grupo de outros jovens sequestraram, estupraram e assassinaram Liana Friedenbach, de 16 anos, e seu namorado Felipe Caffé, de 19 anos.
Após cumprir medida socioeducativa, Champinha deveria ser liberado em 2017, porém, devido à sua periculosidade e histórico de reincidência, permaneceu internado e não há informações sobre possíveis progressões de pena ou mudanças em seu status atual.