De joelhos e pelas costas: PM que matou jovem é denunciado em Diadema
Policial militar foi denunciado pelo MPSP pela morte de um adolescente de 14 anos em outubro do ano passado, em Diadema, no ABC paulista
atualizado
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São Paulo — O policial militar João Batista Manuel Júnior foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) pela morte de um adolescente de 14 anos, após uma perseguição, em outubro do ano passado, em Diadema, no ABC paulista. A Promotoria pediu também nesta quinta-feira (4/5) a prisão preventiva do acusado.
A investigação apontou que o PM atirou pelas costas do adolescente, que estava rendido e desarmado, de joelhos, “em situação de absoluta submissão”, segundo o promotor João Otávio Bernardes Ricupero.
O crime aconteceu no dia 28 de outubro de 2022. A Promotoria aponta que dois adolescentes assaltaram um motociclista perto da rua Brejaúva, em Diadema. Em seguida, eles foram perseguidos pelo PM, que estava de folga.
Durante a fuga, um dos adolescentes caiu e fugiu a pé, sendo atingido por tiros disparados por Manuel Júnior no braço e no tórax. O outro jovem, de 14 anos, se entregou, abaixando-se e colocando as mãos na cabeça, sendo executado na sequência.
Segundo o promotor, o crime foi praticado de forma a colocar também outras pessoas em risco, porque o PM disparou contra os dois infratores no meio da rua, em plena luz do dia, em local movimentado.
De acordo com o MPSP, Manuel Júnior responderá por um homicídio tentado e outro consumado.
Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), até a manhã desta sexta-feira (5/5) não havia decisão sobre a denúncia. Com relação ao pedido de prisão preventiva do PM, o TJSP afirmou que não pode informar para não atrapalhar o andamento das investigações.
O advogado Matheus Salviato Rodrigues, que defende o PM, afirma que a denúncia ainda não foi recebida pelo magistrado, então é precipitado emitir alguma opinião.
Com relação ao fato, disse que a vítima do roubo viu arma de fogo nas mãos dos jovens, que assumiram que estavam armados a um segundo tenente que atendeu a ocorrência, de acordo com depoimento prestado à Polícia Civil.
A defesa também afirma que já juntou uma petição ao processo dizendo que não há requisitos para a prisão preventiva neste momento. “Os fatos ocorreram há mais de sete meses. Existe um princípios da medidas cautelares, que é o da contemporaneidade. Não existe nenhum risco à ordem pública pelo fato de meu cliente continuar solto, até mesmo porque ele é policial militar”, disse.
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