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De contravenção à execução de família: a ficha criminal de Cupertino

Preso pelos assassinatos do ator Rafael Miguel e dos pais do jovem, Paulo Cupertino tem histórico policial desde 1989

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Homem branco de cavanhaque com o semblante sério - Metrópoles
1 de 1 Homem branco de cavanhaque com o semblante sério - Metrópoles - Foto: Polícia Civil/Reprodução

São Paulo — Paulo Cupertino Matias, acusado de assassinar, em 2019, o ator Rafael Miguel e os pais do jovem, já era conhecido da polícia antes do crime brutal. O histórico criminal dele, que está a menos de uma semana de ser submetido a um júri popular, começou em 18 de janeiro de 1989, quando o 15º DP da zona sul paulistana, instaurou um inquérito de contravenção contra ele. O dado consta na folha de antecedentes criminais de Cupertino, à qual o Metrópoles teve acesso.

O julgamento de Cupertino está agendado para a próxima quinta-feira (10/10), no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo.

Nascido em 24 de agosto de 1970 na capital paulista, Paulo Cupertino, de acordo com o documento do Poder Judiciário, é conhecido como Paulinho no mundo do crime.

Com 19 anos de idade, ele foi indiciado pela primeira vez por crime de contravenção. No ano seguinte, já com 20, foi preso em flagrante por furto. Com 23 anos, o nome dele constou em um inquérito de roubo a uma transportadora de valores, no litoral paulista. Ele foi absolvido em 1998.

Quatro anos antes chegou a ficar atrás das grades, no Centro de Detenção Penitenciária de São Vicente, também no litoral, de onde foi solto em 13 de dezembro de 1994.

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Paulo Cupertino em sítio em Mato Grosso do Sul

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Ele foi acusado há três anos de triplo homicídio qualificado

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Paulo Cupertino

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Pai de família e homicídios

Nos 25 anos depois, Cupertino teve dois filhos com Vanessa Tibcherani, entre eles Isabela Tibcherani Matias. Ela começou a namorar o ator Rafael Miguel e, não aceitando o relacionamento deles, Cupertino executou, com 13 tiros, o jovem e os pais dele, em 9 de julho de 2019.

“Segundo se apurou, Paulo [Cupertino] possuía comportamento violento e nutria em relação à filha Isabela exacerbado sentimento de posse, não suportando a ideia de que ela namorasse a vítima Rafael Henrique Miguel. Ele controlava os passos da filha, chegava a impedi-la de sair de casa e também costumava agredir fisicamente sua companheira Vanessa, bem como o filho menor Tadeu”, diz trecho de denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP).

Laudos do Instituto Médico Legal (IML), obtidos pelo Metrópoles, constatam que Rafael Miguel morreu após ser ferido com sete tiros, entre os quais três nas costas. O pai dele, João Alcisio Miguel, foi assassinado após ser atingido por quatro disparos e a mãe do ator, Miriam Selma Silva Miguel, levou dois tiros, ambos no peito. A causa da morte dos três foi hemorragia interna aguda traumática.

Depois do crime, Cupertino fugiu para o Mato Grosso do Sul e, em seguida, para o Paraguai. Ele acabou preso na mesma região onde o crime ocorreu, escondido em um hotel, em 2022.

Em uma carta escrita na cadeia, cujo teor foi relevado pelo Metrópoles, Paulo Cupertino alega ser inocente. Ele também afirma que foi alvo de uma tentativa de envenenamento no Centro de Detenção Provisória do Belém, na zona leste de São Paulo.

A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) afirmou, na sexta-feira (4/10), que Cupertino “não relatou à direção” da unidade prisional sobre a suposta introdução de vidro moído em sua comida, como ele afirma na carta. “Também não solicitou atendimento à enfermaria, o que se mostra incompatível com alguém que diz ter engolido vidro moído”, diz trecho de nota.

Filha testemunhou assassinatos

Isabela Tibcherani estava com o então namorado no momento do crime. Na época, a jovem revelou que o pai era possessivo e odiava mulheres. Além disso, ela se disse surpresa por não ter sido também atingida pelos tiros.

“Ainda não consigo acreditar, mas estou me esforçando. Juro que o máximo que pensei que fosse possível era meu pai sair na mão [briga de socos]. Mas quando eles [Rafael e os pais] chegaram, ele me mandou entrar e começou a atirar”, declarou a namorada de Rafael, em entrevista dada no ano da tragédia, em 2019.

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