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De cadeirada a laudo falso: veja 10 fatos marcantes da eleição em SP

Metrópoles relembra momentos que marcaram a corrida eleitoral de SP, que chega ao 1º turno neste domingo, após casos de agressão e fake news

atualizado

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Camiseta cadeirada violência campanha SP
1 de 1 Camiseta cadeirada violência campanha SP - Foto: null

São Paulo — A eleição na capital paulista chega ao primeiro turno, neste domingo (6/10), depois de uma campanha que ficou marcada pela agressividade e rendeu o que falar. A disputa pela Prefeitura de São Paulo teve de cadeirada à divulgação de laudo falso sobre uso de drogas.

O Metrópoles separou nesta reportagem 10 episódios que marcaram a corrida eleitoral na maior cidade do país. Confira:

1 – Acusação de “cheirador”

No primeiro debate entre os candidatos, realizado na TV Bandeirantes, Pablo Marçal (PRTB) insinuou, pela primeira vez, que Guilherme Boulos (PSol), era usuário de cocaína. O ex-coach chamou Boulos de “comedor de açúcar”, disse que ele “conhecia bem as biqueiras” e repetiu um gesto colocando o dedo indicador sobre uma narina, para atrelar ao psolista a imagem de um usuário. Após o debate, em entrevista a jornalistas, chamou o adversário de “cheirador de cocaína”, sem apresentar provas.

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Pablo Marçal ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro
Pablo Marçal durante entrevista coletiva após o debate da Band em São Paulo
Pablo Marçal discursa no palanque de Tarcísio de Freitas em 2022
João Doria e Pablo Marçal
Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSol) em debate da Band
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Ao longo da campanha, Pablo Marçal acusou Boulos de ser usuário de cocaína

Reprodução- Bandeirantes
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Pablo Marçal ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro

Reprodução/Instagram
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Pablo Marçal durante entrevista coletiva após o debate da Band em São Paulo

Renato Pizzutto/Band
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Pablo Marçal discursa no palanque de Tarcísio de Freitas em 2022

Reprodução/Instagram
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João Doria e Pablo Marçal

Reprodução/Instagram
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Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSol) em debate da Band

Reprodução- Band
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O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) anuncia Pablo Marçal na Câmara dos Deputados

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Pablo Marçal é o candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo

Reprodução
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Embora sejam adversários na disputa eleitoral em SP, Pablo Marçal e Marina Helena (Novo) já fizeram algumas dobradinhas em debates

Reprodução/Instagram
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Marçal junto do deputado Marcel van Hattem (Novo-RS)

Reprodução/Instagram
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A deputada estadual bolsonarista Dani Alonso (PL-SP) se diz amiga de Pablo Marçal

Reprodução/Instagram
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Pablo Marçal conversa com o senador Sergio Moro

Igor Gadelha/Metropoles

A acusação seria repetida por Marçal até os últimos dias de campanha, com cobranças para que Boulos apresentasse um exame toxicológico. Em outro debate, o influencer chegou a citar a existência de um suposto processo de Boulos por envolvimento com drogas. Uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo mostrou, no entanto, que a campanha de Marçal usava um processo de um homônimo para acusar o deputado federal.

Depois da publicação da reportagem, Marçal mentiu no Roda Viva ao dizer que nunca tinha citado a existência do processo, mas manteve o discurso de que apresentaria provas de que Boulos ficou internado por causa do uso de drogas.

As acusações renderam a Marçal condenações na Justiça Eleitoral e o influencer foi obrigado a publicar direitos de resposta de Boulos em suas redes sociais.

No penúltimo debate, promovido pelo UOL em parceria com a Folha, o ex-coach voltou a fazer insinuações e disse que traria os temas “Espraiada” e “Hospital do Servidor” durante a semana, deixando subentendido uma nova acusação. Na mesma hora, no entanto, Boulos retrucou:

“Ele está se referindo a um período quando, com 19 anos, eu enfrentei uma depressão crônica, nunca disse isso publicamente porque não cabe, e fiquei alguns dias no Hospital do Servidor. Enfrentei como muitos jovens enfrentam, e lidei com ela, venci a depressão e segui em frente que é o que eu desejo para todos que enfrentam depressão”, disse Boulos.

2 – Tapa em carteira de trabalho

Em outro episódio protagonizado por Marçal e Boulos em um debate, o influencer sacou uma carteira de trabalho e disse que o documento serviria para “exorcizar” Boulos, alegando que o rival “nunca trabalhou na vida”. Em um primeiro momento, Boulos ignorou a provocação e listou seus trabalhos como professor.

Depois, Marçal seguiu o deputado até seu assento com o objeto erguido, gerando um bate-boca entre os dois fora das câmeras, que terminou com o psolista dando um tapa na carteira. Relembre:

 

O episódio foi crucial para que as campanhas exigissem regras mais duras da organização dos debates, com punições para quem desrespeitasse o acordo assinado pelas equipes. Naquele dia, por exemplo, a regra assinada pelas campanhas vetava o uso de objetos e, mesmo assim, Marçal usou a carteira.

3 – Jaqueta de couro

Vestida com uma jaqueta de couro, e em um cenário inspirado em séries policiais, a candidata do PSB, Tabata Amaral, também protagonizou momento emblemático na campanha ao publicar vídeos sobre o passado de Marçal e as relações do influencer com pessoas ligadas ao crime organizado. O material viralizou e rendeu a ela um número recorde de visualizações.

Nas redes, eleitores críticos a Marçal parabenizaram a candidata pelas produções, associando os vídeos à famosa frase de Martin Scorcese: “Absolute cinema”, usada para elogiar obras cinematográficas.

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Pablo Marçal em vídeo da campanha de Tabata Amaral
Cards mostram pessoas suspeitos de envolvimento com PCC ao lado de Marçal
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Tabata Amaral publicou vídeo sobre Marçal

Reprodução
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Pablo Marçal em vídeo da campanha de Tabata Amaral

Reprodução / Instagram
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Cards mostram pessoas suspeitos de envolvimento com PCC ao lado de Marçal

Reprodução / Instagram

4 – Redes derrubadas

Em um revés para sua campanha, Marçal teve seus perfis derrubados nas redes sociais pela Justiça Eleitoral, que atendeu um pedido do PSB de Tabata. A sigla alegou a existência de “indícios de financiamento criminoso” na campanha do candidato.

Na decisão que autorizou a derrubada dos perfis, o juiz afirmou que Marçal “fideliza e desafia seguidores, que o seguem numa desenfreada busca de ‘likes’ em troca de vantagens econômicas” e citou o engajamento promovido pelo campeonato de cortes feito pelo ex-coach. Marçal encampou um discurso de que estava sendo censurado e abriu novas contas, recuperando parte de seus seguidores rapidamente.

5- Barrado no 7 de Setembro

O candidato Pablo Marçal foi barrado no trio elétrico do ato de 7 de setembro, na Avenida Paulista. Atrasado, o influencer tentou acessar o carro de som minutos depois de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) discursar, quando o evento já tinha sido encerrado.

Ainda em cima do trio elétrico, Bolsonaro pareceu não dar importância à presença do candidato. Veja:

Depois, o ex-presidente comentou o caso com aliados e disse que Marçal tentou fazer “palanque” no evento.

“O atual prefeito Ricardo Nunes e Marina Helena compareceram desde o início e tiveram uma conduta exemplar e respeitosa, à altura das pautas defendidas: ‘liberdade, anistia e equilíbrio entre os três Poderes’. O único e lamentável incidente ocorreu após o término do meu discurso (com o evento já encerrado) quando então surgiu o candidato Pablo Marçal que queria subir no carro de som e acenar para o público (fazer palanque às custas do trabalho e risco dos outros), e não foi permitido por questões óbvias”, escreveu Bolsonaro em mensagem a aliados.

6 – Cadeirada de Datena

O clima agressivo nos debates, com trocas de ofensas em série, uso de apelidos jocosos por Marçal, e acusações generalizadas, chegou ao seu ápice no evento promovido pela TV Cultura. O debate, que começou tranquilo em relação aos encontros anteriores, terminou com o primeiro caso de agressão física entre candidatos à Prefeitura de São Paulo desde a redemocratização.

Datena e Marçal discutiam após o ex-coach ter relembrado uma acusação de assédio sexual contra o apresentador. O influencer, então, provocou o tucano, mencionando o último debate, da TV Gazeta, quando Datena chegou a deixar seu púlpito e ameaçou dar um tapa em Marçal.

“Você é um arregão. Atravessou o debate esses dias para me dar um tapa e falou que queria ter feito. Você não é homem nem para fazer isso”, disparou o influenciador.

Na sequência, o apresentador saiu de seu lugar, pegou a cadeira que era usada pela candidata Marina Helena (Novo) e foi em direção a Marçal. Veja:

Datena acabou expulso do debate e Marçal foi levado a um hospital, com “traumatismo na região do tórax à direita e em punho direito, sem maiores complicações associadas”, segundo o boletim médico.

Nas redes, a campanha de Marçal tentou capitalizar em cima do caso, publicando vídeos em que o influencer aparecia na ambulância e comparando o caso aos atentados contra Donald Trump e Bolsonaro. Depois, o próprio influencer assumiu que sua equipe quis “fazer uma cena” publicando a imagem dele na ambulância nas redes.

O episódio virou piada nas redes sociais, com críticas ao influencer, e gerou uma série de memes. Um deles, que brincava que o caso deveria ser levado ao programa policial apresentado por Datena na TV Bandeirantes, acabou virando realidade: o caso foi ao ar no Brasil Urgente, agora sob o comando do filho de Datena.

7 – Soco em marqueteiro

A cadeirada não seria a única agressão física da campanha. Uma semana depois, um produtor de Marçal, o videomaker Nahuel Medina, deu um soco no rosto do marqueteiro de Ricardo Nunes (MDB), Duda Lima, durante debate promovido pelo canal Flow Podcast.

Um vídeo gravado dentro do estúdio registrou a cena e mostra o marqueteiro sendo atingido de surpresa. Veja:

 

A agressão aconteceu logo após Marçal ser expulso do debate por descumprir reiteradamente as regras, fazendo ofensas a Nunes durante suas considerações finais.

Por causa do soco, o debate foi encerrado. Duda Lima precisou ir ao hospital e levou seis pontos para fechar o corte no rosto. A campanha de Marçal afirma que o marqueteiro provocou Medina e chegou a dizer que Duda Lima tinha dado início às agressões, rasgando a camiseta do produtor de Marçal.

Um vídeo de uma câmera de segurança mostra, no entanto, o próprio advogado de Marçal, Tassio Renam, mexendo na camisa de Medina depois do soco e antes de irem à delegacia.

 

Depois da divulgação do vídeo pelo Metrópoles, a equipe do candidato mudou sua versão sobre a suposta agressão sofrida por Medina antes de ele dar um soco no marqueteiro.

A campanha passou a dizer que Tassio ”tinha o intuito apenas de ver o ferimento no peito de Medina” e Marçal afirmou que o rasgo na camisa era uma “mentira de Duda Lima”.

A versão é diferente do que o próprio advogado Tassio Renam disse horas após a confusão no debate do Flow, em frente ao 16º Distrito Policial (DP), para onde Medina foi levado após a agressão.

“Se você ver o vídeo que está nas redes sociais do Pablo, você vê que ele [Medina] está filmando. O Duda Lima dá uma risada de raiva na esperança de tomar o celular dele e acaba desferindo um golpe que rasga a camisa dele e arranha o peito dele”, disse Tassio Renam a jornalistas na ocasião.

8 – Palavrão de Tabata

O episódio do soco rendeu outro momento marcante da campanha: um desabafo inusitado de Tabata Amaral (PSB). Em entrevista pós-debate, a candidata lamentou que a agressão fosse tomar as manchetes que seriam destinadas a falar sobre as propostas apresentadas no debate.

“Sabe qual é a merda maior? Eu estava lá que nem uma filha da puta falando sobre as minhas propostas, fazendo um debate sério, e eu tenho certeza que amanhã só vão falar do soco. Não vão comparar as propostas. Eu tenho uma teoria, quase uma teoria da conspiração, de que colocaram o Pablo Marçal para que a gente não visse as merdas que estão acontecendo em São Paulo“, disse Tabata.

O uso de palavrões por Tabata rendeu críticas machistas a ela, que rebateu: “Homem pode dar soco e mulher não pode falar filha da puta? Se incomodar, falo duas vezes”.

9 – Exame toxicológico

No último debate, Marçal disse mais uma vez que o adversário conhecia as “biqueiras” da cidade. O psolista, então, exibiu um exame toxicológico negativo para o uso de cocaína e com rastreio de 180 dias.

“Ele mente de maneira descarada. Tentou por outras vezes me associar ao uso de drogas. Esse cara não tem moral, por isso age dessa forma. É um lobo em pele de cordeiro. Para encerrar de uma vez por todas esse tipo de acusação porque ataca família, sou pai de duas filhas e não aceito ser atacado desse jeito, tá aqui, fiz o exame toxicológico, vai subir na minha rede social. Faça o seu, Marçal, faça o psicotécnico”, disse Boulos.

 10 – Laudo falso de Marçal

A menos de dois dias das eleições, Marçal publicou nas redes sociais um laudo falso que dizia que Boulos deu entrada em uma clínica com “surto psicótico grave” e teria testado positivo para uso de cocaína. Uma série de evidências comprovou, no entanto, que o documento era falso. O médico que teria assinado o documento nunca trabalhou para a clínica mencionada no receituário, não atendia na capital paulista, e tinha uma assinatura diferente daquela que aparecia no laudo falso.

Além disso, no dia em que supostamente Boulos teria dado entrada na clínica, o psolista participou de uma transmissão ao vivo em sua casa. No mesmo dia, Boulos teria ainda visitado um vereador de Osasco. Os registros de ambos os compromissos estão no Instagram do candidato e do parlamentar osasquense, respectivamente.

Por causa da acusação falsa, feita às vésperas da eleição, Marçal teve as redes novamente derrubadas. Boulos registrou boletim de ocorrência contra o rival e entrou com pedido de prisão na Justiça.

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