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De Boulos a Marçal: por que as pesquisas têm resultados tão diferentes

Pesquisas de intenção de voto para prefeito dos últimos dias trazem números variados e dúvidas sobre quem está em qual posição em São Paulo

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Imagem colorida mostra os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo; pesquisas - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo; pesquisas - Metrópoles - Foto: Reprodução/Metrópoles Arte

São Paulo — Três pesquisas de intenção de voto para a Prefeitura da capital publicadas em um intervalo de 10 dias chamaram a atenção por mostrar índices tão diferentes entre os mesmos candidatos e em cenários semelhantes.

As discrepâncias vão desde quem lidera a corrida eleitoral paulistana, com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSol) trocando de posição, até os candidatos que figuram no segundo pelotão.

As pesquisas chegam a trazer uma diferença de 14 pontos percentuais nas intenções de voto de um mesmo candidato.

No último dia 19/6, por exemplo, a pesquisa AtlasIntel/CNN trouxe Boulos com 35,7% e Nunes com 23,4%. O terceiro colocado foi o influencer Pablo Marçal (PRTB), com 12,6%, seguido pela deputada federal Tabata Amaral (PSB) em quarto lugar, com 10,7%, e pelo deputado Kim Kataguiri (União), com 6,9%. O apresentador José Luiz Datena (PSDB) marcou apenas a sexta posição, com 5,8%

Já na última terça-feira (25/6), o instituto Paraná Pesquisas soltou um levantamento que trouxe Nunes na liderança, com 28,5%, e Boulos em segundo, com 25,9%. O terceiro colocado também foi Marçal, com 10%. Tabata apareceu em quarto, com 8,7%, seguida por Datena, com 8,3%. Kim ficou apenas em sétimo, atrás da candidata Marina Helena, do Novo.

Na quinta-feira (27/6), foi a vez da pesquisa Genial/Quaest divulgar seu levantamento, com Nunes somando 22% e Boulos, 21%. Já Datena aparece com 17% das intenções de voto, em terceiro, seguido por Pablo Marçal, com 10%, e Tabata, com 6%. Kim Kataguiri ficou novamente atrás de Marina Helena.

Uma série de fatores explica a diferença de dados, segundo o matemático Neale El-Dash, que mantém o agregador de pesquisas PollingData. Em linhas gerais, a questão principal está ligada à diferença na metodologia de cada levantamento.

“Se você olhar essas pesquisas, cada uma delas foi feita com um modo de entrevistas diferente”, afirma. Paraná Pesquisas e Quaest são presenciais e a AtlasIntel é on-line. No país, há institutos que fazem também levantamento por telefone.

“Só isso já explicaria bastante as diferenças. De vez em quando, isso se mostra quando você vê o percentual de votos não válidos na pesquisa. No on-line, por exemplo, ele é mais baixo, porque geralmente as pessoas que estão respondendo a pesquisa são mais engajadas, estão mais antenadas no que está acontecendo”, afirma.

“Então, o fato de estar fazendo esse contato de modos diferentes acaba afetando bastante o resultado”, completa.

Há outros fatores, como El-Dash ressalta, como o período em que a pesquisa é feita. Ao longo de dias diferentes, as pessoas podem, efetivamente, mudar de opinião sobre sua intenção de voto e isso se refletirá nos levantamentos.

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