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“Datena só tem um. Não sou personagem”, afirma candidato em sabatina

O apresentador José Luiz Datena (PSDB) foi o segundo entrevistado da série de sabatinas do Metrópoles com os candidatos à Prefeitura de SP

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Foto colorida de José Luiz Datena, de cabelo branco e camisa branca - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de José Luiz Datena, de cabelo branco e camisa branca - Metrópoles - Foto: Vídeo/Metrópoles

São Paulo — “Datena só tem um. Eu não sou o personagem, você pode perguntar para os caras que trabalham comigo que, da mesma forma que eu sou no programa, eu sou na vida real. Aliás, na vida real, eu sou bem pior. Eu sou muito antissocial, eu sou um cara que conversa pouco, sou um cara que adoro uma discussão, desde que eu ganhe a maioria, como o [Winston] Churchill dizia.”

É assim que o candidato à Prefeitura da capital pelo PSDB, José Luiz Datena, se define em sabatina realizada pelo Metrópoles, ao ser questionado se tem adotado uma postura mais progressista durante a campanha, em relação ao seu estilo diante das câmeras no programa “Brasil Urgente”, da Band, do qual se afastou para disputar a eleição.

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José Luiz Datena na sede da Associação dos Delegados, na Avenida Ipiranga, no centro de São Paulo
José Luiz Datena na esquina entre as avenidas Ipiranga e São João, no centro de São Paulo
José Luiz Datena na sede da Associação dos Delegados, na Avenida Ipiranga, no centro de São Paulo
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Ao longo da disputa à prefeitura, Datena defendeu o direito ao aborto, disse ser favorável apenas a “tiroteios legalistas” e afirmou ser contrário à expressão “bandido bom é bandido morto”, o que chega a surpreender parte dos telespectadores que o acompanham defendendo as ações da polícia durante as tarde na televisão.

“Eu sou um cara meio difícil de conviver, mas eu sou eu com todos os meus defeitos”, afirma. “O único ser perfeito é Deus. Como eu nunca passei perto de Deus, nem tive pretensão de ser Deus, eu tenho mais defeito do que virtude, e assumo os meus defeitos”, completa.

O tucano aproveita para dizer que é o pioneiro entre os candidatos a abordar as questões relacionadas à segurança pública. “Todo mundo fala em segurança pública, todo mundo virou o xerife da cidade de São Paulo, e eu, que falo de segurança pública há quase 30 anos, que praticamente previ que ia ter crime organizado no Brasil, quando não existia, era chamado de sensacionalista, de subproduto da imprensa”, diz.

O apresentador foi o segundo a participar da série de sabatinas do Metrópoles com os cinco candidatos à Prefeitura de São Paulo mais bem colocados nas pesquisas eleitorais. Além de Datena, Tabata Amaral (PSB) já participou e foram também convidados Guilherme Boulos (PSol), Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB). As entrevistas vão ao ar entre os dias 10 e 20 deste mês. O primeiro turno ocorre no dia 6 de outubro.

O tucano tem se comportado como um anticandidato ao não pedir votos nas ruas e, inclusive, recomendar que eleitores optem pelos adversários, se acharem que são melhores.

O apresentador afirma que não usa rede social há muito tempo e que, terminada a eleição, também não vai usar, além de outras características que o diferenciam de adversários políticos.

“Não é que eu seja um anticandidato. É que eu falo o que eu penso. Ah, mas muitas vezes não é bom para o político falar o que você pensa. Se for para falar o que eu não penso, se for para mentir como a maioria dos candidatos eu prefiro ser um anticandidato, sim”.

Datena diz também que não quer ser um candidato comum. “Se o Pablo Marçal for um candidato comum, fiquem com ele. O cara que foi ligado a crime, a banditismo, o crime virtual, fiquem com ele”, diz, citando também o atual prefeito, Ricardo Nunes, investigado pela Polícia Federal (PF) por suposto envolvimento na máfia das creches.

O candidato do PSDB afirma que “fala o que pensa” e explica porque não pede votos. “E não peço voto na rua, porque eu acho que o cara que tem que votar em você, tem que votar em você porque gosta de você, e não [eu dizer] ‘vota em mim’. Essa história de vota em mim é quase que você sequestrar o voto de uma pessoa. Eu não quero voto sequestrado, eu quero voto dado com consciência e com a razão. “

Ao longo da campanha, Datena reconheceu por diversas vezes que foi mal no primeiro debate. Na sabatina, porém, diz que ninguém se atentou ao que julga agora um risco. “Por que que deram mais valor à minha performance que foi ruim como comunicador político do que o que era uma ameaça séria à democracia que é esse Pablo Marçal?”, questiona.

Na sabatina, o candidato fala sobre temas como sistema eleitoral, com críticas sobre o uso de redes sociais; crime organizado, com o risco da presença das facções na instituições; transporte público, e as investigações envolvendo empresas de ônibus; governabilidade, com sugestão de usar plebiscitos diante da eventual dificuldade de tratar com vereadores; Cracolândia, com respeito aos usuários e endurecimento em relação a traficantes; segurança urbana, com a adoção de 32 batalhões especiais na GCM.

Na sabatina, o candidato também fala sobre as dificuldades na campanha e temas como sistema eleitoral, com críticas sobre o uso de redes sociais; Cracolândia, defendendo acolhimento de dependentes químicos e tolerância zero com traficantes; governabilidade, com sugestão de fazer plebiscitos de projetos antes de submetê-los à Câmara Municipal; segurança urbana e geração de empregos.

Confira abaixo os principais temas da sabatina e a íntegra da entrevista no canal do Metrópoles no YouTube:

PCC nos governos do PSDB

O candidato tucano afirmou que denuncia “há duas ou três eleições” a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) na política. Também diz que não tem culpa pelos erros do passado de seu atual partido, o PSDB, que governou São Paulo por 28 anos, período em que a facção se expandiu até virar uma máfia que lucra bilhões com o tráfico internacional.

“Há muito tempo que o crime organizado está infiltrado na política não só de São Paulo, mas na política nacional. Eu venho denunciando no meu programa há duas ou três eleições e ninguém me dá ouvidos e, de lá pra cá, tem gente sendo eleita, financiada pelo crime organizado”, afirma Datena, ao comentar uma operação deflagrada pela Polícia Civil em 15 cidades paulistas, em agosto, que bloqueou R$ 8 bilhões do PCC que seriam usados para financiar campanhas eleitorais.

“Eu não posso me apoderar da história boa do PSDB, mas [também] não posso responder pelos erros e falhas que o PSDB teve lá atrás. Você tem razão, o crime organizado começou dentro das cadeias do Brasil e ele só se fortalece nas cadeias do Brasil”, diz. “O crime começou dentro da cadeia, porque achavam que você colocando 300 pessoas numa cela que tinha capacidade para 60, você ia ferrar os caras. Pelo contrário, você deixava os caras mais revoltados, pegava um ladrão de galinha coitado que roubou uma galinha para comer, que é previsto como crime famélico, e mesmo assim o cara estava lá dentro”, completa.

Transporte e crime organizado

Datena diz que é preciso aguardar o veredito da Justiça para determinar o que será feito com as empresas de ônibus que são alvo de investigação por envolvimento com o crime organizado. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou neste ano dirigentes da Transwolff e da UpBus por suspeita de lavagem de dinheiro do PCC. As duas empresas estão sob intervenção da Prefeitura.

“Eu não posso chegar chutando a lei, mas pretendo licitar a partir do momento que houver provas e evidências claras de que essas empresas estão sendo beneficiadas”, diz Datena. “Se, de repente, essas empresas forem inocentadas, é claro que eu não posso tomar atitude nenhuma contra elas, mas seria ilegal da minha parte. Eu poderia ser preso por isso, por desobedecer o rito tradicional de que todo mundo tem direito ao julgamento. Mas, tendo prova aprovada, esses caras vão ser relicitados imediatamente”, completa.

O candidato também sugere a suspensão de repasses diretamente às empresas até que seja provada a inocência. “Uma coisa que você pode, talvez, reivindicar ou questionar, é por que é que essas empresas que estão sendo investigadas e que há fortes indícios de que há crime organizado na direção dessas empresas, continuem recebendo subsídios de dinheiro público que esse prefeito dá da ordem de R$ 5 bilhões por ano. Por que é que o dinheiro continua entrando no caixa dessas empresas? ‘Ah, você não vai mais pagar essas empresas, não vai mais subsidiar essas empresas’. Você pode simplesmente colocar isso num fundo judicial bloqueado até que seja definida uma sentença”, diz.

Segurança urbana

O candidato do PSDB defende a criação de um grupo de intervenção rápida da Guarda Civil Metropolitana (GCM) em cada uma das 32 subprefeituras da capital paulista, inspirado nos Batalhões de Operações Especiais (Baeps) da Polícia Militar (PM).

Também diz que vai implantar câmeras corporais nos guardas da GCM e instalar equipamentos com reconhecimento facial em toda a cidade, a despeito dos possíveis questionamentos jurídicos relacionados ao monitoramento em massa da população.

“A principal proposta que eu tenho é treinar a guarda de uma maneira extremamente exemplar. Ninguém vai ter poder de polícia sem saber usar uma arma, como deve usar uma arma e usar arma dentro da legitimidade. Eu não sou a favor de esquadrão da morte e nem de eliminar todo mundo por aí, sair matando por aí, de jeito nenhum”, afirma Datena.

Cracolândia

O candidato fala em tolerância zero com traficantes, mas cita necessidade de tratamento humanizado para dependentes químicos. Datena diz que pretende implantar a cooperação da GCM com o setor de inteligência da Polícia Civil. Também defende internação compulsória de usuários que não têm condições de decidir o próprio destino. “Você tratar dependente químico como bandido é um erro crasso, terrível e inimaginável”, afirma.

“O dependente químico não pode ser engradado com ideias nazistas, fascistas, que foram utilizadas por aquele canalha do Hitler na Segunda Guerra Mundial, com guetos, com grades. Não pode ser transferido com jatos d’água de madrugada para outro ponto da cidade, e daí por diante. Dependente químico, tolerância zero com violência contra dependente químico. Tolerância zero.”

Gestão e Governabilidade

Com uma chapa formada apenas por PSDB e Cidadania, Datena afirma que pretende lançar mão de plebiscitos, caso projetos que julguem ser de interesse da população sofram resistência de vereadores dentro da Câmara Municipal.

“Como eu não tenho 12 partidos coligados, o cara me pergunta ‘como é que você vai governar?’ Primeiro, que se o cara que tem 12 partidos coligados, ele está gastando uma grana violenta ou distribuindo cargos e emendas, como sempre foi feito no Brasil”, diz.

“Eu vou tentar governar sem uma base grande e o cara diz ‘assim você não vai ter governabilidade’. Que me impichem [de impeachment] e digam ao povo porque que me impicharam, porque que eu não consigo governar se alguém derrubar um projeto de interesse social, de interesse da sociedade, eu vou comunicar à imprensa, ao Ministério Público, que esse é um projeto que eu tinha para ajudar o povo, os caras querem dinheiro e querem cargo para aprovar esse projeto e eu não vou dar, e acabou. Aí, eles que se entendam com quem os elegeu.”

Geração de emprego

O candidato do PSDB afirma que pretende criar os “territórios do emprego”, proposta prevista em seu plano de governo segundo a qual empresas vão receber incentivos fiscais da prefeitura para se instalarem em bairros da periferia, gerando postos de trabalho próximo a residências dos trabalhadores.

Uma das áreas citadas por ele é na região da Avenida Jacu Pêssego, na zona leste da capital. “Eu quero que o rico ajude o pobre a deixar de ser pobre e tenha uma condição digna, pelo menos”, diz o candidato. Segundo Datena, empresários se sentirão atraídos pela isenção fiscal, que pode se converter em aumento na margem de lucro.

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