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Datena propõe isenção para empresas que se instalarem na periferia

O apresentador José Luiz Datena (PSDB) foi o segundo entrevistado da série de sabatinas do Metrópoles com os candidatos à Prefeitura de SP

atualizado

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Foto colorida de José Luiz Datena, de cabelo branco e camisa branca - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de José Luiz Datena, de cabelo branco e camisa branca - Metrópoles - Foto: Vídeo/Metrópoles

São Paulo — O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Luiz Datena, tem como proposta para a periferia da cidade a criação de “territórios do emprego”, que são locais que concentrem habitação e empresas, instaladas com benefícios fiscais concedidos pela administração municipal.

“Eu quero que o rico ajude o pobre a deixar de ser pobre e tenha uma condição digna, pelo menos. Então seria transportar só uma coisa que já está de pé aqui, que o rico fez, para lá”, diz o candidato.

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José Luiz Datena na sede da Associação dos Delegados, na Avenida Ipiranga, no centro de São Paulo
José Luiz Datena na esquina entre as avenidas Ipiranga e São João, no centro de São Paulo
José Luiz Datena na sede da Associação dos Delegados, na Avenida Ipiranga, no centro de São Paulo
José Luiz Datena na sede da Associação dos Delegados, na Avenida Ipiranga, no centro de São Paulo
José Luiz Datena na esquina entre as avenidas Ipiranga e São João, no centro de São Paulo
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José Luiz Datena, de jaqueta, ao lado do candidato a vice, José Aníbal, na esquina entre as avenidas Ipiranga e São João, no centro de São Paulo

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José Luiz Datena na sede da Associação dos Delegados, na Avenida Ipiranga, no centro de São Paulo

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Entregador passa diante de José Luiz Datena na esquina entre as avenidas Ipiranga e São João, no centro de São Paulo

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José Luiz Datena na esquina entre as avenidas Ipiranga e São João, no centro de São Paulo

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O apresentador foi o segundo a participar da série de sabatinas do Metrópoles com os cinco candidatos à Prefeitura de São Paulo mais bem colocados nas pesquisas eleitorais. Além de Datena, Tabata Amaral (PSB) já participou e foram também convidados Guilherme Boulos (PSol), Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB). As entrevistas vão ao ar entre os dias 10 e 20 deste mês. O primeiro turno ocorre no dia 6 de outubro.

Datena cita a região da Avenida Jacu-Pêssego, na zona leste, como uma área que poderia receber esses “territórios do emprego”.

“Ah, mas quem garante a você que o rico vai fazer isso? A isenção fiscal. Você dá cinco anos para uma empresa que constrói tanto, para uma empresa que ganha tanto no setor de saúde e outros setores de construção, com a responsabilidade de contratar 20% de mão de obra local na construção”, afirma. “Você dá isenção fiscal de cinco anos para uma empresa dessa, em determinados pontos de obras que elas vão fazer, você imagina quanto representa de lucro.”

Isenção fiscal para a instalação de empresas na periferia não é uma ideia nova. Diversas gestões já tentaram esse caminho para gerar emprego e renda em bairros afastados da região central, mas esbarraram na falta de interesse da iniciativa privada.

Na sabatina, o candidato também fala sobre as dificuldades na campanha e temas como sistema eleitoral, com críticas sobre o uso de redes sociais; Cracolândia, defendendo acolhimento de dependentes químicos e tolerância zero com traficantes; governabilidade, com sugestão de fazer plebiscitos de projetos antes de submetê-los à Câmara Municipal; segurança urbana e geração de empregos.

Confira abaixo os principais temas da sabatina e a íntegra da entrevista no canal do Metrópoles no YouTube:

PCC nos governos do PSDB

O candidato tucano afirmou que denuncia “há duas ou três eleições” a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) na política. Também diz que não tem culpa pelos erros do passado de seu atual partido, o PSDB, que governou São Paulo por 28 anos, período em que a facção se expandiu até virar uma máfia que lucra bilhões com o tráfico internacional.

“Há muito tempo que o crime organizado está infiltrado na política não só de São Paulo, mas na política nacional. Eu venho denunciando no meu programa há duas ou três eleições e ninguém me dá ouvidos e, de lá pra cá, tem gente sendo eleita, financiada pelo crime organizado”, afirma Datena, ao comentar uma operação deflagrada pela Polícia Civil em 15 cidades paulistas, em agosto, que bloqueou R$ 8 bilhões do PCC que seriam usados para financiar campanhas eleitorais.

“Eu não posso me apoderar da história boa do PSDB, mas [também] não posso responder pelos erros e falhas que o PSDB teve lá atrás. Você tem razão, o crime organizado começou dentro das cadeias do Brasil e ele só se fortalece nas cadeias do Brasil”, diz. “O crime começou dentro da cadeia, porque achavam que você colocando 300 pessoas numa cela que tinha capacidade para 60, você ia ferrar os caras. Pelo contrário, você deixava os caras mais revoltados, pegava um ladrão de galinha coitado que roubou uma galinha para comer, que é previsto como crime famélico, e mesmo assim o cara estava lá dentro”, completa.

Transporte e crime organizado

Datena diz que é preciso aguardar o veredito da Justiça para determinar o que será feito com as empresas de ônibus que são alvo de investigação por envolvimento com o crime organizado. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou neste ano dirigentes da Transwolff e da UpBus por suspeita de lavagem de dinheiro do PCC. As duas empresas estão sob intervenção da Prefeitura.

“Eu não posso chegar chutando a lei, mas pretendo licitar a partir do momento que houver provas e evidências claras de que essas empresas estão sendo beneficiadas”, diz Datena. “Se, de repente, essas empresas forem inocentadas, é claro que eu não posso tomar atitude nenhuma contra elas, mas seria ilegal da minha parte. Eu poderia ser preso por isso, por desobedecer o rito tradicional de que todo mundo tem direito ao julgamento. Mas, tendo prova aprovada, esses caras vão ser relicitados imediatamente”, completa.

O candidato também sugere a suspensão de repasses diretamente às empresas até que seja provada a inocência. “Uma coisa que você pode, talvez, reivindicar ou questionar, é por que é que essas empresas que estão sendo investigadas e que há fortes indícios de que há crime organizado na direção dessas empresas, continuem recebendo subsídios de dinheiro público que esse prefeito dá da ordem de R$ 5 bilhões por ano. Por que é que o dinheiro continua entrando no caixa dessas empresas? ‘Ah, você não vai mais pagar essas empresas, não vai mais subsidiar essas empresas’. Você pode simplesmente colocar isso num fundo judicial bloqueado até que seja definida uma sentença”, diz.

Segurança urbana

O candidato do PSDB defende a criação de um grupo de intervenção rápida da Guarda Civil Metropolitana (GCM) em cada uma das 32 subprefeituras da capital paulista, inspirado nos Batalhões de Operações Especiais (Baeps) da Polícia Militar (PM).

Também diz que vai implantar câmeras corporais nos guardas da GCM e instalar equipamentos com reconhecimento facial em toda a cidade, a despeito dos possíveis questionamentos jurídicos relacionados ao monitoramento em massa da população.

“A principal proposta que eu tenho é treinar a guarda de uma maneira extremamente exemplar. Ninguém vai ter poder de polícia sem saber usar uma arma, como deve usar uma arma e usar arma dentro da legitimidade. Eu não sou a favor de esquadrão da morte e nem de eliminar todo mundo por aí, sair matando por aí, de jeito nenhum”, afirma Datena.

Cracolândia

O candidato fala em tolerância zero com traficantes, mas cita necessidade de tratamento humanizado para dependentes químicos. Datena diz que pretende implantar a cooperação da GCM com o setor de inteligência da Polícia Civil. Também defende internação compulsória de usuários que não têm condições de decidir o próprio destino. “Você tratar dependente químico como bandido é um erro crasso, terrível e inimaginável”, afirma.

“O dependente químico não pode ser engradado com ideias nazistas, fascistas, que foram utilizadas por aquele canalha do Hitler na Segunda Guerra Mundial, com guetos, com grades. Não pode ser transferido com jatos d’água de madrugada para outro ponto da cidade, e daí por diante. Dependente químico, tolerância zero com violência contra dependente químico. Tolerância zero.”

Gestão e Governabilidade

Com uma chapa formada apenas por PSDB e Cidadania, Datena afirma que pretende lançar mão de plebiscitos, caso projetos que julguem ser de interesse da população sofram resistência de vereadores dentro da Câmara Municipal.

“Como eu não tenho 12 partidos coligados, o cara me pergunta ‘como é que você vai governar?’ Primeiro, que se o cara que tem 12 partidos coligados, ele está gastando uma grana violenta ou distribuindo cargos e emendas, como sempre foi feito no Brasil”, diz.

“Eu vou tentar governar sem uma base grande e o cara diz ‘assim você não vai ter governabilidade’. Que me impichem [de impeachment] e digam ao povo porque que me impicharam, porque que eu não consigo governar se alguém derrubar um projeto de interesse social, de interesse da sociedade, eu vou comunicar à imprensa, ao Ministério Público, que esse é um projeto que eu tinha para ajudar o povo, os caras querem dinheiro e querem cargo para aprovar esse projeto e eu não vou dar, e acabou. Aí, eles que se entendam com quem os elegeu.”

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