Datafolha: 53% dos paulistanos relatam “cracolândias” em seus bairros
Segundo o Datafolha, 87% dos moradores de SP disseram que operações na Cracolândia só levam usuários a buscarem drogas em outras áreas
atualizado
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São Paulo – Pouco mais da metade dos moradores de São Paulo afirma que há “cracolândias”, como são conhecidas as cenas abertas de uso de drogas, nos bairros onde vivem. É o que indica a pesquisa Datafolha publicada neste sábado (2/9).
Segundo o levantamento, 53% mencionaram a presença de “cracolândias” em seus bairros, 40% disseram que não existem pontos assim em suas regiões e 7% não souberam ou não responderam.
O Datafolha ouviu, de forma presencial, 1.092 eleitores da capital paulista com 16 anos ou mais entre terça e quarta (29 e 30/8). A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) reconhece 143 “cracolândias” em todo o estado, conforme divulgado pelo Metrópoles. Os dados constam no Plano Plurianual (PPA) enviado para a Assembleia Legislativa (Alesp), embora o governador não tenha especificado em quais regiões do estado ficam esses espaços.
Moradores da zona leste da capital paulista foram os que mais disseram à pesquisa que há “cracolândias” em seus bairros, com uma taxa de 61%. Eles são seguidos por moradores da região central (59%), área onde tradicionalmente se concentra o fluxo da Cracolândia, e das zonas sul (50%), norte (48%) e oeste (46%).
Ações do poder público
Em 2023, foi anunciado um “hub de cuidado com crack e outras drogas” pelo governo estadual em parceria com a gestão Ricardo Nunes (MDB). No levantamento, 68% dos entrevistados disseram que as ações não irão solucionar o problema, enquanto 26% acreditam que elas podem ser efetivas, mas a longo prazo.
Em agosto, apuração do Metrópoles revelou que a concentração de usuários de drogas na Cracolândia cresceu 41% na comparação com abril, mês em que foi implementado o hub na região, apesar do alto número de prisões e internações de dependentes químicos.
Já 87% dos paulistanos disseram que operações feitas na Cracolândia levam os dependentes químicos a buscarem crack em outras regiões da cidade.