metropoles.com

“Daqui a pouco eu tô em casa”, escreveu jovem à mãe antes de naufrágio

Vítima de 27 anos ligou e escreveu para a mãe antes de sofrer acidente de barco na região conhecida como Garganta do Diabo, em São Vicente

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução
Beatriz Tavares da Silva Faria, de 27 anos, morreu em um naufrágio na Garganta do Diabo, em São Vicente - Metrópoles
1 de 1 Beatriz Tavares da Silva Faria, de 27 anos, morreu em um naufrágio na Garganta do Diabo, em São Vicente - Metrópoles - Foto: Reprodução

São Paulo — Antes de morrer em um naufrágio na região conhecida como Garganta do Diabo, em São Vicente, no litoral de São Paulo, a jovem Beatriz Tavares da Silva Faria, de 27 anos, telefonou e mandou mensagens à sua mãe, Cláudia Tavares.

Em entrevista à TV Tribuna, a mãe de Beatriz disse que conversou com a filha  por telefone no domingo (29/9) antes do acidente. “Ela falou: ‘Mãe, eu vou sair com uma amiga, nós vamos sair de barco e daqui a pouco eu tô em casa'”, contou Cláudia.

3 imagens
Beatriz Tavares da Silva Faria, de 27 anos, morreu em um naufrágio na Garganta do Diabo, em São Vicente
Aline Tamara Moreira de Amorim, de 37 anos, e Beatriz Tavares da Silva Faria, de 27, seguem desaparecidas
1 de 3

Corpo de jovem desaparecida na Garganta do Diabo é encontrado

Reprodução
2 de 3

Beatriz Tavares da Silva Faria, de 27 anos, morreu em um naufrágio na Garganta do Diabo, em São Vicente

Reprodução
3 de 3

Aline Tamara Moreira de Amorim, de 37 anos, e Beatriz Tavares da Silva Faria, de 27, seguem desaparecidas

Reprodução

Em seguida, de acordo com o depoimento da mãe à emissora, a filha mandou fotos dela e da amiga em um barco. Por volta de 18h20, ainda segundo Cláudia, a filha mandou uma mensagem dizendo que estava tudo bem e já estava no barco voltando para casa.

A família de Beatriz reconheceu o corpo da jovem nessa quarta-feira (3/10) no Instituto Médico Legal (IML) de Santos.

Além de Beatriz, sua amiga Aline Tamarra Moreira de Amorim, de 37 anos, está desaparecida e não foi encontrada até o momento. As buscas seguem e contam com o apoio da Estação de Bombeiros Guarda-Vidas e da Guarda Municipal de São Vicente, além da Marinha do Brasil e Polícia Militar Ambiental.

Aline Amorim publicou fotos e vídeos nas redes sociais (veja abaixo) momentos antes do acidente. As pessoas que estavam a bordo participavam de uma festa e, durante o transporte de volta à terra, o barco afundou.

Cinco pessoas foram resgatadas com vida: Vanessa Audrey da Silva, Camila Alves de Carvalho, Daniel Gonçalves Ferreira, Gabriela Santos Lima e Natan Cardoso Soares da Silva.

Camila Alves, uma das pessoas resgatadas, falou sobre o acidente nas redes sociais.

“Não tinha ninguém alcoolizado ou drogado no barco, não. Foi um acidente. Uma hora a verdade aparece”, disse nos stories do Instagram.
Com um curativo na testa, ela afirmou que todos ficaram muito machucados. A jovem também revelou que as meninas que ainda estão desaparecidas não sabem nadar e não estavam usando colete salva-vidas.

Em nota, a Marinha afirmou que um inquérito administrativo foi instaurado a fim de investigar as possíveis causas e responsabilidades pelo acidente. “Cabe ressaltar que não houve registro de poluição hídrica resultante do afundamento da embarcação”, adicionaram.

“Garganta do Diabo”

A embarcação afundou na região da Garganta do Diabo, entre a Ilha Porchat e o Parque Estadual Xixová-Japuí, em um estreitamento que desemboca na Baía de São Vicente (veja mapa abaixo).

Por ser uma região de “estrangulamento” do mar — um canal estreito –, o local é marcado por correntes marítimas fortes, ondas intensas e formação rochosa irregular, fatores que aumentam o risco de afogamentos e acidentes, como o naufrágio de embarcações. Em 2017, por exemplo, uma jovem de 18 anos e o piloto de uma moto aquática foram resgatados por um policial militar depois de ficarem à deriva na região.

3 imagens
Mapa da Garganta do Diabo
Embarcação com 7 pessoas naufraga na Garganta do Diabo, litoral de SP
1 de 3

Carta náutica da Marinha

Marinha do Brasil
2 de 3

Mapa da Garganta do Diabo

Google Maps/Arte Metrópoles
3 de 3

Embarcação com 7 pessoas naufraga na Garganta do Diabo, litoral de SP

Reprodução/ Instagram

Lá, há bancos de areia que se movimentam ao longo do tempo, o que pode alterar a profundidade do fundo marinho e criar áreas instáveis. Como consequência, pode haver alteração do regime de ondas e a maneira que elas se comportam quando se aproximam da Baía de São Vicente, podendo ficar mais altas.

É isso, inclusive, que atrai muitos surfistas para a região, que precisam se manter atentos em relação a previsões da maré e de ondas para evitar acidentes.

Lendas urbanas foram as principais responsáveis para atribuir o nome que o canal ganhou, incluindo a de que o local “engolia” barcos que passavam por lá, como uma garganta. Além disso, há uma crença popular de que a Garganta serviu de passagem para as caravelas de Martim Afonso na fundação da Vila de São Vicente, mas não há fundamentos suficientes para embasar a hipótese.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSão Paulo

Você quer ficar por dentro das notícias de São Paulo e receber notificações em tempo real?