“Curso de preto”: Unesp investiga pichações racistas em banheiro
Em nota divulgada na última quinta, Unesp classificou o ato como “racista e carregada de sexismo e elitismo”; caso é investigado
atualizado
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São Paulo — O banheiro da biblioteca da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu, no interior de São Paulo, foi alvo de uma pichação racista. Uma nota de repúdio foi publicada pela universidade na última quinta-feira (18/7).
Segundo o posicionamento da unidade de ensino, trata-se de uma ação “racista e carregada de sexismo e elitismo”.
Imagens da pichação circularam em grupos de alunos nas redes socais. Em uma delas é possível ver os dizeres: “Enf curso de preto”. O termo “enf” seria referência à enfermagem, um dos cursos ministrados na universidade.
A presidência da Unesp disse que, assim que tomou conhecimento do caso, adotou as medidas para a remoção do conteúdo ofensivo. A direção lamentou o ocorrido e expressou solidariedade aos afetados.
Além disso, a instituição afirmou, em nota, que tem trabalhado para “transformar a Universidade em uma trincheira de resistência e luta contra o ódio e preconceito” e finalizou lamentando a dificuldade em identificar os responsáveis pelas ofensas.
A Universidade pediu à comunidade que repassem as suspeitas sobre a autoria da pichação, assim como a existência de grupos disseminadores de ódio e preconceito, à presidência do Campus, diretamente ou através da ouvidoria.
Confira a íntegra da nota da Unesp
“Foi com indignação e tristeza que o Grupo Administrativo do Campus (GAC) e a direção das unidades universitárias da Unesp de Botucatu tomaram conhecimento de uma pichação ofensiva e deplorável encontrada em um dos banheiros da Biblioteca do Campus, em Rubião Júnior. Acintosamente racista e carregada de sexismo e elitismo, trata-se de uma ação profundamente perturbadora e contrária aos valores de igualdade, respeito e diversidade que defendemos.
Diante desse lamentável episódio, manifestamos nosso veemente repúdio. Assim que foi informada, imediatamente a presidência do Campus adotou as medidas para remoção do conteúdo ofensivo e limpeza do local. É inaceitável que manifestações dessa natureza persistam em nossa sociedade.
Temos trabalhado para transformar a Universidade em uma trincheira de resistência e luta contra o ódio e o preconceito. Para fazer dela, cada dia mais, o espaço onde as relações humanas sejam construídas a partir de princípios e valores como o respeito, a tolerância e a fraternidade.
O enfrentamento a toda forma de discriminação e preconceito; a luta contra o racismo e a promoção da inclusão e igualdade no ambiente universitário, mais do que bandeiras, são compromissos prioritários para a UNESP, e pilares que sustentam a construção da universidade pública, gratuita, inclusiva e plural.
Neste momento, expressamos nossa solidariedade a todos, todas e todes afetados por este lamentável episódio. Reforçamos nosso compromisso em trabalhar incansavelmente para erradicar o racismo e todas as formas de discriminação de nosso campus. Não pouparemos esforços nessa luta.
Ao mesmo tempo em que nos solidarizamos com as vítimas dessa agressão, lamentamos a dificuldade em identificar os responsáveis. Pedimos à comunidade que, caso haja conhecimento ou suspeitas sobre a autoria, assim como informações sobre grupos disseminadores de ódio e preconceito, que isso seja comunicado à presidência do Campus, diretamente ou através da Ouvidoria”.