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Crise na Educação afeta avaliação do governo Tarcísio em SP

Pesquisa interna mostra impacto negativo da polêmica envolvendo livros didáticos na avaliação do governo Tarcísio de Freitas em SP

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Imagem colorida mostra Tarcísio de Freitas, homem grisalho, de terno e gravata, batendo continência - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Tarcísio de Freitas, homem grisalho, de terno e gravata, batendo continência - Metrópoles - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo — Quinze dias se passaram entre a decisão de recusar os livros didáticos fornecidos pelo Ministério da Educação (MEC) e o último recuo envolvendo a compra de 200 milhões de livros digitais sem licitação. Apesar do curto período, as polêmicas envolvendo a Secretaria da Educação do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) foram suficientes para afetar negativamente a avaliação do governador de São Paulo.

Pesquisa interna encomendada pelo grupo político do governador mostra que, pela primeira vez desde o início do mandato, em janeiro, a aprovação ao governo Tarcísio caiu na capital paulista — e fora da margem de erro. Na avaliação de quem analisou os números do levantamento, mantido em segredo, fica evidente o impacto da crise na Educação na avaliação do governo paulista pelos eleitores.

Em junho, como mostrou o Metrópoles, um levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas apontou que o percentual de eleitores que aprovam a gestão Tarcísio na capital paulista era maior do que o total de paulistanos que dizem aprovar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — 65% contra 55%.

A pesquisa indica, segundo uma fonte ouvida pela reportagem, que as polêmicas envolvendo os livros didáticos na pasta comandada pelo secretário Renato Feder afetaram mais a avaliação do governo Tarcísio do que as 18 mortes provocadas pela Polícia Militar em supostos confrontos com criminosos na Baixada Santista, desde o dia 27 de julho, quando um PM foi assassinato no Guarujá.

Apesar da crise na Educação, marcada por ações da Defensoria Pública, do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e de partidos de oposição na Justiça, além de um protesto do sindicato dos professores contra o secretário, Tarcísio bancou a permanência de Renato Feder no cargo.

Feder mantém via offshore ações de empresa contratada pela Educação

A situação foi agravada por causa da relação de Feder com uma das principais empresas fornecedoras de equipamentos de informática da secretaria que ele comanda. Como o Metrópoles revelou em janeiro, Feder tem 28% das ações da Multilaser por meio de uma offshore com sede em Delaware, conhecido paraíso fiscal nos Estados Unidos. Ao todo, a Multilaser detém cerca de R$ 200 milhões em contratos com a pasta da Educação, para fornecer notebooks e celulares para a rede estadual.

MPSP investiga secretário da Educação de SP por conflito de interesses

Nessa semana, Tarcísio afirmou que os contratos da Secretaria da Educação com a empresa de seu secretário foram feitos na gestão anterior — assinados em dezembro, após a eleição, mas antes da posse do governador —, “dentro das regras de jogo” e que eles “serão cumpridos” por seu governo. Apesar das declarações do governador, Feder é alvo de investigação do MPSP por suposto conflito de interesses.

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