Crise da Enel não afeta nada na privatização da Sabesp, diz secretária
Secretária do governo Tarcísio, Natália Resende (Meio Ambiente) participou de audiência pública na Alesp sobre privatização da Sabesp
atualizado
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São Paulo – Secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende afirmou que a crise com a Enel, concessionária de energia elétrica no estado, não atrapalha o processo de privatização da Sabesp, proposta pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) que tramita na Assembleia Legislativa (Alesp).
“Para nós, [não afeta] nada”, disse Natália, após a audiência pública realizada na Alesp nesta quinta-feira (16/11).
A questão da Enel, que é alvo de uma CPI na Alesp, foi utilizada como exemplo diversas vezes por deputados estaduais e membros da sociedade civil que discursaram contra a privatização da Sabesp. Mais de 2 milhões de pessoas na Grande São Paulo foram afetadas pela falta de luz após o temporal de 3/11 e há cerca de 20 mil imóveis sem energia elétrica desde as chuvas dessa quarta (16/11).
Para a secretária, há diversas diferenças entre os modelos de privatização. Natália disse que há maior “resiliência” na infraestrutura do saneamento básico, feita por encanamentos subterrâneos, ao contrário de boa parte da fiação da rede elétrica, feita em vias aéreas.
Fiscalização da Sabesp
Ela também afirmou que a fiscalização estadual sobre os serviços prestados pela Sabesp será mais rigorosa por ser feita regionalmente, e não em conjunto com uma agência nacional, como é feito no caso da Enel. O modelo tem sido criticado por prefeitos paulistas que reclamam da concessionária de energia elétrica.
Entenda as diferenças entre a privatização da Enel e o plano da Sabesp
Atualmente, a regulação da Enel é feita pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pela Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp). No caso da privatização da Sabesp, a regulação seria feita apenas no âmbito estadual, pela Arsesp.
“A gente está olhando para fortalecer a agência [Arsesp], e a gente precisa fazer isso até para orientar melhor no contrato as formas de penalidade”, disse Natália Resende.
A secretária acrescentou que o fato de a fiscalização ser feita apenas no âmbito estadual permitirá que a ela seja “mais próxima, mais objetiva, mais clara e mais concreta”.