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Morte de ultramaratonista: polícia trabalha com hipótese de suicídio

Polícia espera laudo do IML para concluir inquérito da morte da ultramaratonista, mas investigação preliminar diz que crime é pouco provável

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foto colorida da ultramaratonista Camila Matte - Metrópoles
1 de 1 foto colorida da ultramaratonista Camila Matte - Metrópoles - Foto: Reprodução/Redes Sociais

São Paulo – A Polícia Civil avalia como “pouco provável” a hipótese de que a morte da ultramaratonista Camila Matte, de 44 anos, tenha sido criminosa.

O delegado João Pinheiro Neto, de Leme, no interior de São Paulo, disse nesta sexta-feira (19/1) que as investigações preliminares apontam para uma ocorrência de suicídio, mas que nenhuma hipótese ainda está totalmente descartada.

“Nós analisamos dezenas de imagens de segurança e conseguimos uma da atleta sozinha em seu carro na Rodovia Anhanguera (SP-330), próxima ao canavial onde o corpo dela foi encontrado”, afirmou o delegado, em entrevista coletiva.

A investigação mostra que a vítima saiu de casa sozinha, na manhã de domingo, e comprou frascos de álcool em um estabelecimento próximo de sua casa.

Os policiais também incluíram no inquérito um print da última mensagem enviada pela ultramaratonista ao marido, na qual ela se despede e pede desculpas pelo possível sofrimento causado a ele. O casal estava estava em processo de terapia antes do ocorrido.

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A ultramaratonista Camila Matte ao lado do marido, Peterson César Malachias
A ultramaratonista Camila Matte
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A ultramaratonista Camila Matte durante a UTMB, realizada na França, Suíça e Itália

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João Pinheiro Neto ainda disse que no horário e local onde o corpo foi encontrado não foi captado nenhum sinal de celular, então, é pouco provável a presença de uma outra pessoa no canavial ao mesmo tempo que Camila.

O corpo da ultramaratonista Camila Latte, de 44 anos, foi encontrado na última terça-feira (16/1) com queimaduras na altura da cabeça. Parte da roupa que ela vestia também estava queimada. Segundo a polícia, a lesão provocada pelo fogo no rosto e nos membros inferiores da vítima indicam, segundo a polícia, que o líquido inflamável teria sido despejado por ela mesma.

A Polícia Militar (PM) encontrou frascos de álcool da redor do corpo da ultramaratonista, que já estava em estado de decomposição. Segundo um policial militar que esteve no local, não havia sinais de violência.

O tenente Boanerges de Miranda Santos, que comanda interinamente a 4ª Companhia do 36º Batalhão de Polícia Militar do Interior, afirma que os pertences de Camila estavam no local, incluindo o celular, o que indicaria que não houve um crime patrimonial.

“Aparentemente, a gente não viu sinais de agressão, tiro ou algo que pudesse levar à conclusão de que foi um homicídio”, afirmou ao Metrópoles o tenente Boanerges.

Os investigadores pediram a quebra do sigilo bancário e telefônico de Camila. Durante a apuração do caso, a polícia descobriu que a ultramaratonista fez buscas na internet por termos como “álcool é inflamável?”.

Quem era a ultramaratonista Camila Matter

Camila começou no esporte aos 9 anos. Passou a se destacar no triátlon aos 16 anos e foi convocada para representar o Brasil por sete vezes em eventos internacionais.

Como ultramaratonista, Camila Matte tinha experiência em provas de longa distância. Em 2022, por exemplo, concluiu o Ultra Trail do Mont Blanc (UTMB), com largada e chegada em Chamonix, em percurso de 170 km, que passa por três países — França, Suíça e Itália.

A corredora foi uma das quatro brasileiras a participar da competição, que é considerada uma das mais importantes corridas de montanha do mundo, e completou o desafio em 45 horas.

Busque ajuda

O Metrópoles tem a política de publicar informações sobre casos ou tentativas de suicídio que ocorrem em locais públicos ou causam mobilização social, porque esse é um tema debatido com muito cuidado pelas pessoas em geral.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o assunto não venha a público com frequência, para o ato não ser estimulado. O silêncio, porém, camufla outro problema: a falta de conhecimento sobre o que, de fato, leva essas pessoas a se matarem. Depressão, esquizofrenia e uso de drogas ilícitas são os principais males identificados pelos médicos em um potencial suicida – problemas que poderiam ser tratados e evitados em 90% dos casos, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria.

Está passando por um período difícil? O Centro de Valorização da Vida (CVV) pode ajudar você. A organização atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e Skype, 24 horas, todos os dias.

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