Criança amarrada em poste: Justiça mantém preso casal dono de escola
Eduardo Mori Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira foram presos na terça-feira; eles são acusados de tortura contra alunos de escola
atualizado
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São Paulo – A Justiça de São Paulo manteve, nesta quarta-feira (28/6), a prisão de Eduardo Mori Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira, donos da escola Pequiá, na zona sul de São Paulo. Eles são acusados de maus-tratos contra crianças.
Em audiência de custódia, a juíza Marcela Dias de Abreu Pinto Coelho entendeu que não houve irregularidade no cumprimento da prisão.
A Justiça decretou a prisão temporária do casal na última segunda (26). Eles também foram alvo de um mandado de busca e apreensão. Eduardo e Andrea se entregaram nessa terça (27).
Os dois foram denunciados por uma ex-funcionária da escola infantil, que registrou imagens de crianças que frequentam o espaço sendo humilhadas e sofrendo castigos físicos.
O caso é investigado pelo 6º Distrito Policial de São Paulo. O casal vai responder por tortura contra as crianças.
O delegado Fabio Daré afirmou que, a partir do que foi encontrado entre o material apreendido, no qual estão as gravações feitas na escola, pedirá a conversão da prisão temporária para preventiva.
Criança amarrada
Um dos vídeos feitos pela ex-funcionária, que trabalhou no local por dois meses, mostra a dona da escola e uma funcionária advertindo crianças entre 1 e 2 anos com gritos e xingamentos. Em uma das cenas, um menino aparece amarrado com a própria blusa a uma pilastra.
Outro aluno, que fez xixi na roupa, ouve os gritos de uma funcionária na frente dos colegas. “Hoje você não fez xixi na roupa por qual motivo? Vou começar a conversar com você e gravar as suas respostas. Quando a sua mãe, seu pai ou sei lá quem vier te buscar, eu vou pegar e colocar: ‘Aqui a resposta do seu filho pra mim’.”
Em outro momento, a diretora chama a atenção de uma menina de pouco mais de 1 ano para que ela guarde os brinquedos que estão no chão. “Eram só quatro pecinhas, e já que você quer dar uma de louca, vai guardar tudo”, diz para a criança, que é vista chorando (veja um trecho abaixo).
Indignada com a situação, a ex-funcionária procurou os pais das crianças vítimas de castigos e maus-tratos e relatou o que acontecia dentro da escola. A partir daí, os familiares procuraram a delegacia.