Criança amarrada em poste: donos de escola são presos em São Paulo
Donos de escola no Cambuci, acusados de praticar maus-tratos contra crianças, se entregam; vídeos feitos por professora flagraram crimes
atualizado
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São Paulo – Eduardo Mori Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira, donos da escola Pequiá, no Cambuci, na zona sul de São Paulo, foram presos nesta terça-feira (27/6) após denúncias de maus-tratos contra crianças. Segundo o delegado Fabio Daré, do 6º Distrito Policial, o casal se entregou.
Os dois foram denunciados por uma ex-funcionária da escola infantil, que registrou imagens de maus-tratos em crianças que frequentam o espaço. O casal será investigado por tortura contra as crianças.
Nessa segunda-feira (26/6), a Justiça decretou a prisão temporária dos donos da escola. Desde então, a polícia vinha negociando que o casal se entregasse. Houve também, nesta segunda, busca e apreensão na casa deles, de familiares e na escola.
O delegado Fabio Daré afirmou à TV Band que, a partir do que foi encontrado entre o material apreendido, que compreende gravações feitas na escola, ele vai pedir a conversão da prisão temporária para preventiva.
Criança amarrada
Um dos vídeos feitos pela ex-funcionária, que trabalhou no local por dois meses, mostra a dona da escola e uma funcionária advertindo crianças entre 1 e 2 anos com gritos e xingamentos. Em uma das cenas, um menino aparece amarrado com a própria blusa a uma pilastra.
Outro aluno, que fez xixi na roupa, ouve os gritos de uma funcionária na frente dos colegas. “Hoje você não fez xixi na roupa por qual motivo? Vou começar a conversar com você e gravar as suas respostas. Quando a sua mãe, seu pai ou sei lá quem vier te buscar, eu vou pegar e colocar: ‘Aqui a resposta do seu filho pra mim’”.
Em outro momento, a diretora chama a atenção de uma menina de pouco mais de 1 ano para que ela guarde os brinquedos que estão no chão. “Eram só quatro pecinhas, e já que você quer dar uma de louca, vai guardar tudo”, diz a diretora para a criança, que é vista chorando (veja um trecho abaixo).
Indignada com a situação, a ex-funcionária procurou os pais das crianças vítimas de castigos e maus-tratos e relatou o que acontecia dentro da escola. A partir daí, os familiares procuraram a delegacia.
A antiga advogada do casal informou que não trabalha mais para os acusados. O Metrópoles não conseguiu localizar os novos defensores. O espaço segue aberto para manifestações.