metropoles.com

Criança amarrada em poste: casal dono de escola é considerado foragido

Polícia não encontra donos de escola no Cambuci acusados de maus-tratos contra crianças; advogada diz que casal alega inocência

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/TV Globo
escola
1 de 1 escola - Foto: Reprodução/TV Globo

São Paulo – O casal investigado por maus-tratos de crianças em uma escola particular infantil de São Paulo já é considerado foragido pela Polícia Civil. Os dois tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça, mas até o início da noite desta segunda-feira (26/6) não tinham sido encontrados.

Segundo o delegado Fábio Daré, do 6º DP da capital paulista, a dupla também não entrou em contato para dizer que se entregaria. Ele afirma que os dois serão encontrados em breve: “É questão de tempo para pegá-los”, diz.

Eduardo Mori Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira são donos da escola Pequiá, localizada no Cambuci, zona sul da cidade, e foram denunciados por uma ex-funcionária por maus-tratos aos alunos. A professora filmou cenas em que as crianças eram alvo de xingamentos e mostrou as imagens aos pais, que foram então à delegacia.

Na tarde desta segunda-feira (26/6), a advogada do casal dono da escola, Fabiana Cristina de Macedo Cayres, disse que não teve acesso aos autos do processo e que, por isso, não tinha tido tempo de conversar com os acusados.

Segundo ela, os dois negam o crime. “Eles negam veementemente as acusações.” O Metrópoles tentou contato com a advogada no final do dia, mas ela não respondeu as mensagens.

Amarrado em poste

Em um dos vídeos mais chocantes, um menino aparece amarrado a uma pilastra com a própria blusa. Segundo o delegado Daré, as denúncias indicam que a permanência em uma sala escura era um dos “castigos”. “A criança era obrigada a passar horas dentro desse local escuro”, afirma.

Uma imagem mostra a dona da escola e uma funcionária advertindo crianças entre 1 e 2 anos com gritos e xingamentos. Em outra cena, um aluno que fez xixi na roupa é humilhado na frente dos colegas. “Hoje você não fez xixi na roupa por qual motivo? Vou começar a conversar com você e gravar as suas respostas. Quando a sua mãe, seu pai ou sei lá quem vier te buscar, eu vou pegar e colocar: ‘Aqui a resposta do seu filho pra mim’”.

Em outro momento, a diretora chama a atenção de uma menina de pouco mais de 1 ano para que ela guarde os brinquedos que estão no chão. “Eram só quatro pecinhas, e já que você quer dar uma de louca, vai guardar tudo”, diz a diretora para a criança, que é vista chorando (veja um trecho abaixo).

Até agora, 12 mães prestaram depoimento, e todas relataram mudança de comportamento dos filhos. A polícia não sabe há quanto tempo os maus-tratos aconteciam. A escola fechou as portas na quarta-feira (21/6) após as denúncias.

Denúncia em 2016

Depois da divulgação do caso, outra professora, que trabalhou na escola infantil, afirmou que em 2016 havia denunciado a conduta dos proprietários. Sem se identificar por medo de retaliações, ela levou o caso à Secretaria de Estado da Educação, mas a apuração não foi adiante.

A professora trabalhou na escola por quase um ano, entre 2015 e 2016. No início, ela conta, os donos não praticavam maus-tratos na sua frente. “Depois de muitos meses, fui descobrir o que faziam.”

Além da sala escura e das humilhações, a ex-funcionária conta que muitas vezes o casal proprietário negava comida às crianças. “Havia uma menina de 2 anos que eles levavam para o refeitório, mas não davam comida porque a mãe estava inadimplente”, afirma. “Eu e outra professora tínhamos que alimentar essa criança às escondidas.”

Procurada, a Secretaria de Educação não confirmou ter recebido a denúncia. Disse, em nota, que “é contra qualquer tipo de violência, seja dentro ou fora das escolas”. O órgão informou ainda que a diretoria de ensino Centro-Sul abriu uma averiguação sobre todos os relatos apontados e encaminhou o processo de sindicância para a Seduc-SP, onde as partes serão ouvidas e todos os documentos serão analisados. “Após conclusão, as medidas cabíveis serão tomadas.”

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSão Paulo

Você quer ficar por dentro das notícias de São Paulo e receber notificações em tempo real?