Cracolândia vive dia de tensão, mas usuários retomam o fluxo na região à noite
Maioria das lojas na região da Cracolândia ficaram fechadas nesta quinta: “Ninguém abriu, ninguém lucrou”, reclama comerciante
atualizado
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São Paulo – A região central de São Paulo viveu uma quinta-feira (10/8) de tensão entre comerciantes da Rua Santa Ifigênia e dependentes químicos da Rua dos Gusmões, na Cracolândia.
A maioria das lojas da Santa Ifigênia ficou fechada ao longo do dia. Comerciantes e funcionários protestaram contra a presença do fluxo de usuários de crack na Gusmões.
No início da noite, a situação ainda era tensa, com a presença de policiais militares impedindo o avanço do fluxo até o cruzamento da Rio Branco com a Gusmões. Os usuários se concentraram a cerca de 50 metros do local.
Dono de uma loja de notebooks, André Ferrarini, 36 anos, disse que a manifestação e ocupação da Gusmões foi pela saída dos usuários. “Ninguém abriu, ninguém lucrou”, afirmou.
O presidente da Associação Pró-Campos Elíseos, Iezio Silva, disse que os próximos dias deverão ser tão tensos quanto a quinta. “Os lojistas estão com sangue nos olhos e a própria cidade não aguenta mais essa situação”, disse.
Silva também se mostrou contrário à proposta da prefeitura de isenção de IPTU dos imóveis da região: “Não sou favorável a tirar impostos e não dar condições de o pessoal trabalhar”, afirmou.
Por volta das 19h, depois que o Baep e a Força-Tática se retiraram das proximidades da esquina da Rio Branco, o fluxo retomou a Gusmões por completo.
Há 37 anos na Santa Ifigênia e representante da União Comercial de São Paulo, Joseph Riachi diz que não deverá ocorrer uma nova manifestação nesta sexta, a não ser que aconteçam protestos esporádicos. “Todos os governos prometeram que haveria uma solução, mas parece que promessa de campanha morre no primeiro dia da posse”, afirmou.
Para Riachi, já era previsível e esperado que, com a chegada da noite, os usuários de crack retornassem a Rua dos Gusmões.