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Cracolândia: usuários de drogas voltam ao centro após ação da prefeitura

Moradores da Cracolândia foram levados pela prefeitura para ponte Orestes Quércia, na Marginal Tietê, mas ficaram poucas horas no local

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Usuários de drogas em rua na região da Cracolândia - Metrópoles
1 de 1 Usuários de drogas em rua na região da Cracolândia - Metrópoles - Foto: Renan Porto/Metrópoles

São Paulo – Os usuários de drogas da Cracolândia que haviam sido levados pela Prefeitura no último sábado (8/7) para a Ponte Orestes Quércia, na Marginal Tietê, retornaram às ruas do centro da cidade. Dependentes químicos ouvidos pelo Metrópoles dizem ter ficado no local designado pela prefeitura por apenas algumas horas.

“Eles levaram a gente era umas 21h. Deu 1h da manhã (de domingo) a gente já tava voltando. Aqui é melhor. Lá não tem nada”, disse um morador da Cracolândia ao Metrópoles.

Na manhã desta segunda-feira (10/7), a área embaixo da Ponte Orestes Quércia, a “Estaiadinha”, estava deserta. No local, havia cerca de 10 moradores de rua dormindo e pedaços de barracas e cobertores deixados pelos usuários de drogas que voltaram para o centro.

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Cracolândia, Avenida Rio Branco
Ponte Estaiadinha
Ponte Estaiadinha
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Cracolândia ocupa a Rua Conselheiro Nébias, no centro de São Paulo

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Cracolândia, Avenida Rio Branco

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Ponte Estaiadinha

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A maioria dos moradores da Cracolândia está concentrada a cerca de 3km dali, na esquina entre as ruas Vitória e Conselheiro Nébias e também no cruzamento da rua dos Gusmões com a Avenida Rio Branco. Guardas civis metropolitanos acompanham a movimentação dos usuários de drogas e tentam conduzi-los para espaços que atrapalhem menos os comércios.

“Não tem local fixo. Hoje a Cracolândia é aqui, amanhã não se sabe”, diz o funcionário da Secretaria Municipal de Saúde Edevaldo Pereira. Servidores da pasta foram até o centro nesta segunda para prestar apoio e oferecer internação aos dependentes químicos.

“Eles são bastante hostis. Normalmente, após operações policiais, eles ficam bem mais enérgicos. Os usuários até respeitam os profissionais de saúde. Mas nós já fomos agredidos”, diz Edevaldo Pereira.

“Não deu nem para sentir saudade”

Proprietários de comércios na região estavam desesperançosos em relação à ação da prefeitura.

“Os caras gostam disso aqui. Lá não tem ninguém para roubar, ninguém para dar dinheiro. A Cracolândia é movimentada a dinheiro. Não deu nem para sentir saudades”, diz Rogério de Souza, dono de um hotel na região.

Para Luís Bonetti, proprietário de uma loja de equipamentos de segurança, a tentativa da prefeitura de levar os moradores da Cracolândia para a Marginal Tietê foi uma ação midiática.

“Isso aí da Marginal foi conversa”, diz ele. “Na verdade eles nunca saíram daqui. Eles ficam trazendo eles para cima e para baixo aqui da Gusmões, ficam só girando. Eles têm escolta para usar droga. Tem ‘noia’ em todo lugar”.

O comerciante afirma que o “fluxo normal” da Cracolândia não atrapalha as vendas de sua loja. “Por incrível que pareça, atrapalha mais quando a mídia noticia as operações aqui. Porque aí os clientes ficam com medo de vir.”

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