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Cracolândia: “Mudança tirou a pressão, porque estavam na goela”, diz comerciante

Liderança da Santa Ifigênia diz que mudança do fluxo da Cracolândia para a Rua dos Protestantes tirou pressão e foi alívio para comércio

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Imagem colorida mostra cruzamento de ruas da Cracolândia, no centro de SP, com uma multidão de usuários de crack ao fundo e dois veículos policiais perto - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra cruzamento de ruas da Cracolândia, no centro de SP, com uma multidão de usuários de crack ao fundo e dois veículos policiais perto - Metrópoles - Foto: Acervo pessoal

São Paulo — A mudança do fluxo de usuários da Cracolândia da Rua dos Gusmões para a Protestantes, ocorrida neste fim de semana, foi um alívio momentâneo para parte dos comerciantes da Santa Ifigênia, na região central de São Paulo.

“Acho que tirou a pressão, porque estavam na goela do comércio”, diz Joseph Riachi, presidente da União Comercial de São Paulo. “Agora, vamos ver se é definitivo, porque ninguém fala nada. Não dá para saber. Todo mundo aqui está de olhos abertos para ver se voltam ou não, porque ninguém dá uma satisfação”, afirma.

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Homem sentado no chão na Rua Prates
Homem sentado na Praça Marechal Deodoro, com coberta azul, tomando sopa
Fluxo da Cracolândia, no cruzamento da Avenida Rio Branco com a Rua dos Gusmões
Pessoas no fluxo da Cracolândia, na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua dos Gusmões
Em situação de rua, Júlio César Ferreira da Silva, 33 anos, ao lado de seu cachorro, Scooby
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Dependente químico segura cachimbo de crack na região da Luz, em São Paulo

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Homem sentado no chão na Rua Prates

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Homem sentado na Praça Marechal Deodoro, com coberta azul, tomando sopa

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Fluxo da Cracolândia, no cruzamento da Avenida Rio Branco com a Rua dos Gusmões

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Pessoas no fluxo da Cracolândia, na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua dos Gusmões

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Em situação de rua, Júlio César Ferreira da Silva, 33 anos, ao lado de seu cachorro, Scooby

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Barracas montadas nas grades do Parque da Luz, em frente à estação, na região central de São Paulo

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Pessoas deitadas na calçada no entorno do Parque da Luz, em São Paulo

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Pessoas em situação de rua carregam sacos sobre as costas no Bom Retiro

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Abordagem de pessoa em situação de rua na Prates, no Bom Retiro

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Homens aguardam sopa na Praça Marechal Deodoro, em São Paulo

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Pessoas formam fila à espera de sopa na Praça Marechal Deodoro, em São Paulo

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Pessoas pegam potes de sopa na Praça Marechal Deodoro

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População em situação de rua sob o Minhocão, em São Paulo

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Pessoas reunidas na Feira do Rolo, na Avenida São João, região central

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Na última quinta-feira, 10/8, comerciantes realizaram manifestação contra a presença do fluxo na Rua dos Gusmões.

Segundo Riachi, ninguém teve informação antecipada sobre a mudança do fluxo, embora a Protestantes tenha sido uma sugestão em algum momento das conversas com a administração municipal. “Foi uma das rotas que sugerimos no passado para a prefeitura. Se tiver que ficar por aqui e não tiver outro lugar, a Protestantes seria aquela com menos impacto. Ficamos felizes que eles acataram. Não sei por algum tempo mais prolongado ou não”, diz.

Para a liderança comercial, a Protestantes teria só dois ou três ferros-velhos e não haveria impacto comercial. A via fica a apenas 400 metros de onde estava o fluxo até sábado e, no entorno, conta com um condomínio residencial. Além disso, a circulação de dependentes químicos é frenética em todas as ruas das proximidades, para além do local que concentra a maioria dos usuários.

Riachi afirma que trabalha por uma solução na região há 13 ou 14 anos. Diz também que já estava aposentado, mas comerciantes pediram para que voltasse e fizesse a interlocução com o poder público. “A gente conta com a maioria”.

Segundo o presidente da União Comercial de São Paulo, ninguém na região está plenamente satisfeito, porque o comércio vive o que considera os “últimos suspiros”, sem uma resposta das autoridades.

“Mesmo que se tire o fluxo agora, levaria dois a três anos para nosso comércio voltar a ser o que era. É algo muito mais profundo do que se imagina”, diz.

Para a liderança comercial, o convencimento para atrair compradores passa pelo fim do fluxo na região como um todo. “Se está na Gusmões, na Protestantes ou na Dino Bueno, ainda está no centro e não adianta fazer um trabalho para trazer o cliente”, afirma.

Sobre a manifestação promovida por moradores das proximidades da Praça Júlio Prestes, que impediram o retorno do fluxo ao local, Riachi diz que é algo para se admirar. “Fizeram barricadas até com crianças na frente. Imagino que, depois do que sofreram no passado, eles temem que as coisas voltem para lá novamente, trazendo os pesadelos”, afirma.

Apesar do entendimento de Riachi de que a transferência para a Protestantes foi um alívio momentâneo, outro grupo de comerciantes pretende realizar uma manifestação nesta terça-feira, 15/8, às 17h, na esquina das ruas dos Gusmões com a Santa Ifigênia.

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