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Cracolândia: megaoperação desmantela “hotéis do PCC” usados no tráfico

Denarc cumpre 140 mandados de busca e apreensão com o intuito de sufocar coração do tráfico de drogas do PCC na região da Cracolândia

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1 de 1 foto colorida de hotel do tipo hospedaria na região da Cracolândia, alvo de operação da Polícia Civil - Metrópoles - Foto: Renan Porto/Metrópoles

São Paulo — A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quinta-feira (13/6), uma megaoperação na região da Cracolândia, no centro da capital paulista, com o objetivo de desmantelar hotéis e pensões usados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para operar o tráfico de drogas local.

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Hotel do tipo hospedaria na região da Cracolândia, alvo de operação da Polícia Civil
Hotel do tipo hospedaria na região da Cracolândia, alvo de operação da Polícia Civil
Tabela de preços de hotel do tipo hospedaria na região da Cracolândia, alvo de operação do MPSP
Fluxo da Cracolândia entre a Rua dos Gusmões e dos Protestantes
Hotel do tipo hospedaria na região da Cracolândia, alvo de operação da Polícia Civil
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Hotel do tipo hospedaria na região da Cracolândia, alvo de operação da Polícia Civil

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Tabela de preços de hotel do tipo hospedaria na região da Cracolândia, alvo de operação do MPSP

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Fluxo da Cracolândia entre a Rua dos Gusmões e dos Protestantes

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Hotel do tipo hospedaria na região da Cracolândia, alvo de operação da Polícia Civil

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Investigações do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) mostram que a Cracolândia se mantém, apesar de um longo histórico de investidas policiais e de outros órgãos do poder público, em decorrência dessa “rede hoteleira”, chamada de hospedarias pela polícia, que são usadas como depósito de drogas da facção.

Do total de 140 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), a pedido da Polícia Civil, 90 miram os hotéis e pensões que ficam no entorno do fluxo de usuários de drogas. As cargas de entorpecentes, segundo a investigação, são escondidas de forma fragmentada em quartos de difícil localização e, em alguns casos, clandestinos.

Parte dos hotéis e pensões pertence a membros do PCC ou está registrada em nome de laranjas, para dificultar ainda mais a identificação dos criminosos. Segundo a polícia, proprietários de hospedarias não ligados diretamente à facção, porém, também acabam fazendo parceria com o tráfico, permitindo que drogas sejam guardadas em quartos de seus estabelecimentos, sendo pagos pelo serviço “terceirizado”.

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Dependentes químicos em meio ao fluxo da Cracolândia, na Rua dos Protestantes, na região central de São Paulo
Dependentes químicos em cruzamento da Rua dos Protestantes com a Rua dos Gusmões, na Cracolândia
Usuários da Cracolândia se aglomeram ao redor da Estação da Luz, em São Paulo
Dezenas de criminosos arrombaram comércio na Cracolândia
Usuários de droga caminham pela Avenida Rio Branco, na Cracolândia, em São Paulo
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Operação policial na Cracolândia

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Dependentes químicos em meio ao fluxo da Cracolândia, na Rua dos Protestantes, na região central de São Paulo

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Dependentes químicos em cruzamento da Rua dos Protestantes com a Rua dos Gusmões, na Cracolândia

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Usuários da Cracolândia se aglomeram ao redor da Estação da Luz, em São Paulo

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Dezenas de criminosos arrombaram comércio na Cracolândia

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Usuários de droga caminham pela Avenida Rio Branco, na Cracolândia, em São Paulo

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Operação na Cracolândia na manhã desta quinta (14/9)

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Operação na Cracolândia em setembro deste ano

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Operação na Cracolândia na manhã desta quinta (14/9)

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Fluxo de dependentes químicos da Cracolândia circula por vias do centro de São Paulo

Reprodução/Arquivo Pessoal

A megaoperação desta quinta-feira também conta com apoio da Prefeitura de São Paulo, para que estabelecimentos clandestinos, ou ainda com irregularidades na documentação, possam ser lacrados. Os números de apreensões e possíveis prisões deve ser divulgado após o término da incursão policial na Cracolândia, no decorrer desta quinta.

“Formigas” do tráfico

Investigação da Polícia Civil mostra que as cargas ilegais vêm para a Cracolândia já prontas para a venda, trazidas por dependentes químicos de outras regiões da cidade para o centro.

Esse tipo de função, feito individualmente, transportando pequenas quantidades de drogas, é conhecido como “formiga“, ou ainda “mula de droga”.

A função dos formigas é garantir que, caso a polícia apreenda o que levam, isso não prejudique os negócios e não envolva os verdadeiros traficantes da região. O pagamento para esse tipo de serviço geralmente é feito em droga, ou ainda para abater dívidas dos dependentes químicos.

Como já mostrado pelo Metrópoles, a organização do “fluxo”, como é chamada a concentração de dependentes químicos na Cracolândia, é composta pelas funções de “montador de barracas”, “segurança do fluxo”, “auxiliar de traficante” e as “formigas”, que, além de drogas, também transportam dinheiro.

“Coração da Cracolândia”

Os hotéis e pensões usados pelo PCC servem também como estratégia para diluir as cargas ilegais, dificultando a localização, apreensão e responsabilização pela posse das drogas.

De acordo com as investigações policiais, os criminosos costumam usar quartos, sem hóspedes, para guardá-las. As drogas ficam ainda por pouco tempo nas hospedarias, estrategicamente localizadas a poucos metros de distância dos usuários de droga, dificultando qualquer possibilidade de flagrante, por parte das autoridades.

Registros da Polícia Civil ainda mostram que a maioria dos flagrantes de tráfico de drogas nessa região ocorreram em pensões, hotéis e em seu entorno.

Entre janeiro e julho de 2021, por exemplo, do total de flagrantes de tráfico de drogas feitos na área ocupada por usuários de drogas no centro, quase 80% ocorreram em hospedarias, ou em frente a elas, como constam em boletins de ocorrência.

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