Cracolândia: homem acusa GCM de agressão e de tentar forjar flagrante
Homem de 53 anos acusou guardas civis de agredi-lo em abordagem na Rua do Triunfo, na Cracolândia; prefeitura diz que investiga o caso
atualizado
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São Paulo — Um homem de 53 anos acusa guarda civis metropolitanos (GCMs) de agressão e ameaça durante abordagem na Cracolândia, na região central de São Paulo, na última semana. Um boletim de ocorrência foi registrado nessa segunda-feira (21/8), no 77º DP (Santa Cecília).
O caso aconteceu na Rua do Triunfo, na altura do número 316, onde se concentrava o fluxo de usuários de crack, e onde estava Jailson Antonio de Oliveira. A denúncia foi publicada nesta terça (22/8) pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada pelo Metrópoles.
Dependente químico, Jailson vive em uma pensão na Avenida Duque de Caxias, recebe apoio da ONG Teto, Trampo e Tratamento, e já deu entrevistas para a mídia. Segundo ele, esse foi, inclusive, o motivo da abordagem violenta.
De acordo com o BO, os guarda-civis disseram a Jailson que as entrevistas que costumava dar aos veículos de comunicação não condiziam com a verdade e por esse motivo iriam “forjar” — colocar drogas com ele, para acusá-lo de tráfico.
Segundo Jailson, os GCMs passaram a vasculhar a viatura da corporação para encontrar algo com o que “forjar” o flagrante, mas, como não encontraram nada, rasgaram os R$ 32 que ele tinha e “quase lhe quebraram o joelho com uma ‘paulistinha’ [pancada atrás da coxa, também conhecida como ‘tostão’ em outras regiões do país], quebraram seu cachimbo e ainda o ameaçaram de ir para a cadeia, se desse tempo, caso contrário iria para o inferno”.
O delegado responsável pelo caso requisitou exame de corpo de delito e o caso será investigado pelo 3º DP (Campos Elíseos), responsável pela área.
O que diz a Prefeitura
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana, por meio do Comando Geral da Guarda Civil Metropolitana, afirma que o caso está em apuração pela Corregedoria da GCM.
“Cabe ressaltar que a Guarda Civil Metropolitana não compactua com desvios de conduta e toda denúncia é devidamente apurada”, diz, em nota.