Cracolândia: grupo protesta contra fluxo há 2 semanas na mesma rua
Segundo moradores do Condomínio Mauá, eles foram abandonados e o fluxo da Cracolândia agora fica dia e noite na Rua dos Protestantes
atualizado
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São Paulo – Moradores do Condomínio Mauá realizaram um protesto no fim da tarde e começo desta quinta-feira (23/11) contra a presença do fluxo de dependentes químicos na Rua dos Protestantes, na Cracolândia, região central de São Paulo.
Faz duas semanas que a aglomeração de usuários está estacionada no local e o foco do protesto foi principalmente o prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Sempre que questionada, a Prefeitura de São Paulo nega que direciona o fluxo da Cracolândia. Entretanto, até mesmo integrantes da Guarda-Civil Metropolitana (GCM) já afirmaram que a decisão sobre onde deve ficar o fluxo cabe à alta gestão.
Cerca de 30 moradores do condomínio, construído por meio de uma parceria público-privada, participaram da manifestação, que fechou uma das pistas da Rua Mauá.
Com cartazes, eles cobraram o prefeito sobre a questão da Cracolândia. Segundo os moradores, eles foram abandonados e o fluxo agora fica dia e noite na Protestantes. Anteriormente, era levado no período noturno para a Rua Gusmões, no cruzamento com a Avenida Rio Branco.
“Ricardo Nunes, presta atenção, ano que vem tem eleição” foi um dos gritos de protesto.
“A gente não dorme, não pode abrir a janela, é funk e palavrão a noite inteira. Tem gente que ainda vem fazer batucada aqui ao lado. Para eles [prefeitura], é cômodo deixá-los ali”, disse uma aposentada de 77 anos
“É um banheiro a céu aberto. Passei três dias nessa semana sem abrir a janela. Com calor está pior ainda. Fazem barulho para incomodar, para avisar que estão aí”, afirmou uma autônoma, 49 anos.
Os moradores criticaram também o fechamento de um dos lados da Estação da Luz, ocorrida após a invasão do local por usuários da Cracolândia.
“Fecharam o nosso lado da estação e estamos isolados. Temos que dar a volta agora e o trajeto de quatro minutos agora dura 10”, disse uma atendente de 65 anos. “O que tenho impressão é que querem nos isolar, como se fizéssemos parte disso”, afirmou.
No começo da noite, mesmo com chuva, os moradores seguiam fechando o tráfego.