Cracolândia: 18 pessoas são presas em operação da Polícia Civil
Operação da Polícia Civil usou imagens de drones e câmeras de segurança para identificar criminosos que abastecem o fluxo na Cracolândia
atualizado
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São Paulo – A Polícia Civil de São Paulo prendeu 18 pessoas suspeitas de tráfico durante uma operação na Cracolândia, nesse sábado (22/7).
A ação policial foi resultado de uma investigação que usou imagens de câmeras de segurança e drones para identificar os traficantes que abastecem o fluxo de dependentes químicos.
O Metrópoles teve acesso a alguns dos vídeos feitos durante a investigação. As imagens mostram os criminosos vendendo as drogas em mesas improvisadas. Alguns deles usam barracas e guarda-chuvas para não serem identificados.
Na operação realizada nesse sábado, os policiais cercaram os usuários de drogas para encontrar os suspeitos do tráfico no meio do fluxo de pessoas. Os dependentes químicos foram obrigados a sentar no chão da rua enquanto as equipes buscavam os criminosos.
Moradores da região flagraram as cenas. As imagens mostram a movimentação policial e um grande volume de lixo espalhado pela região. Veja abaixo:
Em nota, a Prefeitura afirmou que equipes de limpeza executaram os serviços de varrição, coleta de lixo e lavagem na Rua dos Gusmões depois da operação deste sábado (22/7). A administração municipal disse ainda que, em média, são retiradas 15 toneladas de lixo por dia na região.
Agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) também participaram da operação. Dois cães farejadores da GCM localizaram pedras de crack em um estacionamento na esquina da Av. Rio Branco com a Rua dos Gusmões. Segundo o boletim de ocorrência, um laudo comprovou mais de 100 gramas de cocaína no material apreendido.
No meio da semana, o governador Tarcísio Freitas (Republicanos) surpreendeu até o prefeito Ricardo Nunes (MDB) ao dizer que levaria o fluxo da Cracolândia, hoje na Rua dos Gusmões, para a Rua Prates, no Bom Retiro, onde fica um complexo de serviços de atendimento a dependentes químicos e moradores de rua. A ideia foi abandonada em poucas horas devido à repercussão negativa.
A decisão de Tarcísio desagradou a judeus, coreanos, bolivianos, conservadores e progressistas, que compõem o panorama multicultural do Bom Retiro. Da Casa do Povo, fundada pela comunidade judaica no pós-guerra, à Associação Brasileira dos Coreanos, todos apontaram a falta de diálogo com quem vive por lá.