Trabalhadores dos Correios de SP iniciam greve nesta segunda-feira

São Paulo — Os trabalhadores dos Correios de São Paulo entraram em greve nesta segunda-feira (5/8). A decisão abrange carteiros motorizados, atendentes comerciais, motoristas, carteiros pedestres e operadores de triagem e administrativos.

Em assembleia, que foi realizada na sexta-feira (2/8), os funcionários reivindicaram o reajuste das funções que, de acordo com eles, estão defasadas há anos, o aumento de salário e a redução do custeio do plano de saúde.

Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (Sintect-SP) garante que “a greve é um claro recado à direção da empresa e ao presidente dos Correios, mostrando insatisfação com a falta de propostas concretas após 14 reuniões de negociação sem avanços significativos”.

A assessoria de imprensa do Sintect-SP afirmou que a adesão foi muito forte na Grande São Paulo, que faz parte da base do sindicato. Ele reitera que as principais reivindicações são o reajuste nas funções dos carteiros motoristas, a redução do custeio do plano de saúde, que fez cerca de 20 mil trabalhadores perderem o benefício por não terem condições de pagá-lo e também a retomada das negociações.

“O sindicato fez essa greve aqui em São Paulo justamente para poder forçar essa reabertura das negociações, já que o presidente dos Correios é aqui de São Paulo. E a cidade é o carro-chefe da empresa”, disse Douglas Cristóvão.

O comunicador também confirmou que “várias unidades importantes e Centros de Entrega e Encomenda estão paralisados por conta dessa falta de diálogo da empresa e falta de responsabilidade nas negociações, que não avançaram até o momento”.

Uma nova nota divulgada nesta segunda-feira afirma que a greve de hoje é apenas o início para uma grande batalha. Mais uma assembleia acontecerá na quarta-feira (7/8), onde os trabalhadores dos Correios se prepararão para a maior greve da história da empresa caso as reivindicações continuem sendo ignoradas.

Confira a lista de unidades dos Correios de São Paulo que estão paralisadas nesta segunda-feira:

CDD Artur Alvim, CDD Assunção, CDD Brás, CDD Braz Cubas, CDD Cidade Dutra, CDD Cidade Tiradentes, CDD Embu das Artes, CDD Itapeva, CDD Jaraguá, CDD Macedo, CDD Parque Cocaia, CDD São Bernardo, CDD São Miguel, CDD São Rafael, CDD Suzano, CDD Vila Carrão, CDD Vila Gustavo, CDD Vila Maria, CEE Cachoeirinha, CEE Guarulhos e CEE Moema.

Procurados pelo Metrópoles, os Correios afirmaram que estão operando normalmente no Brasil inteiro, com 100% das agências abertas e todos os serviços disponíveis. “A paralisação noticiada nessa segunda-feira é parcial, temporária e restrita à região metropolitana de São Paulo. Além disso, os Correios já adotaram medidas para cobrir as ausências pontuais, como remanejamento de profissionais e realização de horas extras”, disseram.

Sobre a negociação citada pelo sindicato, a assessoria de imprensa dos Correios informou que já propôs o aumento de 6,05% nos salários, a partir de janeiro de 2025, o aumento de 4,11% nos vale-alimentação/ refeição na assinatura do acordo, a manutenção de mais de 40 cláusulas que haviam sido extintas pelo governo anterior, como o pagamento do auxílio-creche, do auxílio para dependentes com deficiência e licença maternidade de seis meses, e melhoria em mais de 20 cláusulas do acordo vigente.

A empresa também fez questão de ressaltar que foi a atual gestão quem reabriu as portas para os sindicatos e que, no ano passado, fechou um acordo coletivo em mesa de negociação, sem intervenção da Justiça, o que não acontecia há 7 anos, e garantiu aumento de até 12% para grande parte do efetivo.