Corregedoria investiga policial que levava R$ 800 mil em porta-luvas
Após publicação do Metrópoles, a Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo começou a investigar o policial Ricardo Laporte Ramos
atualizado
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São Paulo – Após publicação do Metrópoles, a Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo começou a investigar o policial Ricardo Laporte Ramos, de 50 anos, flagrado com quase R$ 800 mil, no porta-luvas do carro que dirigia, no fim da semana passado, no Rio de Janeiro.
Em nota encaminhada nesta quarta-feira (31/7), um dia após a publicação da reportagem, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou sobre o início oficial dos trabalhos do órgão de fiscalização.
O posicionamento foi feito em resposta a uma demanda, encaminhada nessa terça-feira (30/7), sobre quando a Corregedoria iria formalizar uma investigação sobre Ricardo.
Ele foi encaminhado na sexta-feira (26/7), dia do flagrante, à sede da Polícia Federal em Volta Redonda (RJ), onde foi formalmente fichado e liberado. Os R$ 784.910 que ele transportava, em um Fiat Idea, foram apreendidos.
Na nota desta quarta, a SSP acrescentou que eventuais decisões judiciais ou administrativas contra o investigador não seriam divulgadas, por causa da Lei Orgânica da Polícia Civil. Ricardo é investigador da Divisão de Crime Contra a Fazenda, do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC)
Abordagem da PRF
Como mostrado pelo Metrópoles, o policial civil foi abordado por policiais rodoviários federais, na última sexta-feira (26/7), na região de Porto Real, no Rio de Janeiro.
Durante a abordagem, os PRFs teriam sentido cheiro de maconha próximo ao carro do investigador, que foi indagado se havia algo de ilegal no veículo. Um vídeo obtido pelo Metrópoles mostra um policial rodoviário vasculhando o interior do carro e encontrando um bolo de dinheiro, dentro do porta-luvas (assista abaixo), onde havia um compartimento secreto.
Rotina levando grana
Relatório da Polícia Federal, feito com base em levamentos da PRF, indica que o veículo conduzido pelo investigador realiza constantes viagens, saindo da Praia Grande, litoral paulista, para o estado fluminense.
Em depoimento, o investigador confirmou fazer viagens frequentes, nas quais conduziria uma senhora para realizar tratamento médico em São Paulo e levando-a de volta ao Rio de Janeiro.
Registros oficiais reforçam que, no dia do flagrante, Ricardo havia saído do litoral paulista e pegado o dinheiro no Rio de Janeiro — de onde saiu com a missão de transportá-lo até o bairro da Vila Mariana, na capital paulista.
Ricardo disse que fez esse transporte algumas vezes, como uma “forma de renda extra”, diz trecho do relato dele, após o dinheiro ser encontrado.
Por viagem, ele afirmou que embolsava entre R$ 5 mil e R$ 6 mil. O policial civil acrescentou desconhecer a origem das notas e que as levaria para um casa de câmbio.