Corpos de vítimas de tragédia em Vinhedo começam a ser enterrados
Até a manhã desta segunda-feira, IML já havia identificado 17 vítimas de acidente aéreo; primeiro velório aconteceu em São José dos Campos
atualizado
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São Paulo — Familiares das vítimas do acidente aéreo que matou 62 pessoas em Vinhedo, no interior de São Paulo, começam a realizar os primeiros velórios das vítimas, à medida que os corpos são identificados e liberados. Até a manhã desta segunda-feira (12/8), o Instituto Médico Legal (IML) Central de São Paulo havia identificado 17 vítimas e feito a liberação de oito corpos. As certidões de óbito já foram lavradas em cartório.
O primeiro velório realizado foi o do passageiro José Carlos Copetti, nesse domingo (11/8) em São José dos Campos, no Vale do Paraíba. O homem, de 45 anos, era de Jacareí e morava em São José.
O corpo de Pedro Gabriel Gusson do Nascimento, de Bom Jesus dos Perdões (SP), também é velado desde a madrugada desta segunda-feira. O enterro está marcado para o início da tarde. O corpo do piloto da aeronave, Danilo Romano, está sendo velado na Penha, zona leste da capital; assim como Humberto Alencar, o copiloto, que será enterrado no cemitério municipal de Iporanga.
Até o momento, a Justiça já expediu o alvará de cremação de duas vítimas.
Quarenta e quatro famílias já foram atendidas pela Defensoria Pública e pelo Ministério Público de São Paulo. Elas estão hospedadas no hotel Jaraguá, no centro da capital.
No total, 51 familiares de vítimas foram acolhidos no Instituto Oscar Freire, espaço localizado próximo ao IML. No local, os parentes fornecem informações que subsidiam o trabalho dos peritos, além de material biológico. Já foram coletados DNAs de 28 famílias em São Paulo e outras 17 em Cascavel (PR).
Mais de 40 médicos, equipes de odontologia legal, antropologia e radiologia trabalham na identificação dos corpos das vítimas do acidente aéreo.
O que se sabe sobre a queda
O avião de prefixo PS-VPB havia saído de Cascavel, no Paraná, às 11h46, com destino ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, e chegada prevista para às 13h50. Aquela era a quarta viagem do dia da aeronave turboélice modelo ATR-72, com 73 assentos. Dentro dela, havia 58 passageiros e 4 tripulantes. Nenhum deles sobreviveu. Por sorte, ninguém em solo foi atingido pelo avião, que caiu no quintal de uma casa.
Tanto as autoridades quanto a companhia aérea VoePass, antiga Passaredo, e especialistas ouvidos pelo Metrópoles afirmam ser prematuro apontar a causa do acidente, embora a principal suspeita até o momento seja a formação de gelo nas asas da aeronave. A empresa admitiu que o modelo é “sensível ao gelo” e que esse é um “ponto de partida” para as investigações.
Segundo o diretor de Operações da VoePass, Marcel Moura, o avião havia passado por uma revisão técnica de rotina na madrugada anterior, em Ribeirão Preto, onde fica a sede da empresa. Ela estava “100% despachada, de acordo com os manuais e regulamento”, após a inspeção, disse Moura. Para a empresa, ela estava apta a voar.
A empresa afirma que a aeronave decolou do Paraná com todas as condições operacionais para cumprir a programação. Os últimos registros do voo mostram que, instantes antes da queda, o avião estava a 5.190 metros de altura.