Corpo de Karol Eller é levado a Minas Gerais, onde será velado
Influencer bolsonarista Karol Eller morreu na noite dessa quinta-feira (12/10) em SP; ela teria se jogado do 5º andar do prédio onde morava
atualizado
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São Paulo — O corpo da influencer bolsonarista Karol Eller, que morreu na noite dessa quinta-feira (12/10) na zona sul de São Paulo, está sendo levado por familiares para Governador Valadares, em Minas Gerais, onde será enterrado. O velório está previsto para domingo, às 10h.
Parentes de Karol viajaram para São Paulo de madrugada para liberar o corpo da influencer de 36 anos, que estava no Instituto Médico Legal (IML) Central.
Governador Valadares é a cidade em que Flávia Caroline de Andrade Eller — nome verdadeiro de Karol Eller — nasceu e cresceu.
Segundo a família, o deputado estadual Paulo Mansur (PL), para quem Karol trabalhava como assessora parlamentar na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), ofereceu suporte financeiro à família.
A influencer morreu após cair do 5º andar do prédio em que morava no Campo Belo. Momentos antes, ela publicou nas redes sociais mensagem com afirmações como “perdi a guerra” e “lutei pela pátria”.
Segundo uma testemunha, quando ela se atirou a polícia já havia chegado ao local. O caso foi registrado como “suicídio consumado” no 27º Distrito Policial de São Paulo.
“A ficha ainda não caiu”
Renato de Oliveira, irmão de Karol, disse que soube da notícia por meio das redes sociais. Segundo ele, a ficha ainda não caiu.
“Não tenho palavras para descrever, mas a ficha ainda não caiu. Acho que só quando ver o corpo vou acreditar nisso que aconteceu!”, diz Renato de Oliveira, que aguarda a chegada do corpo a Governador Valadares.
Renúncia à sexualidade
Em setembro, a influencer, que era lésbica, havia iniciado um processo de renúncia à própria sexualidade, após retornar de um retiro religioso.
“Sim, eu renunciei à prática homossexual, eu renunciei vícios e renunciei os desejos da minha carne para viver em Cristo! Que Deus abençoe vocês!”, ela havia anunciado nas redes sociais.
Karol, prima de terceiro grau da cantora Cassia Eller, tinha 36 anos e, antes de se tornar influenciadora digital, chegou a ser promotora de eventos e relatava como era viver nos Estados Unidos (EUA). Ela acumulava mais de 200 mil seguidores no Instagram, e 700 mil no Facebook.
Há quatro anos, ela disse ter sido vítima de um ataque homofóbico na praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. A delegada que cuidava do caso, Adriana Belém, descartou que se tratava disso. “Nós não podemos admitir que você utilize a delegacia, a máquina administrativa do estado, e chegue aqui e minta”, disse Belém à época, afirmando que Eller poderia ser indiciada por denunciação caluniosa.
Busque ajuda
O Metrópoles tem a política de publicar informações sobre casos de suicídio ou tentativas que ocorrem em locais públicos ou causam mobilização social. Isso porque é um tema debatido com muito cuidado pelas pessoas em geral. O silêncio, porém, camufla outro problema: a falta de conhecimento sobre o que, de fato, leva essas pessoas a se matarem.
Depressão, esquizofrenia e o uso de drogas ilícitas são os principais males identificados pelos médicos em um potencial suicida. Problemas que poderiam ser tratados e evitados em 90% dos casos, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria.
Está passando por um período difícil? O Centro de Valorização da Vida (CVV) pode te ajudar. A organização atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e Skype 24 horas todos os dias.
O Núcleo de Saúde Mental (Nusam) do Samu também é responsável por atender demandas relacionadas a transtornos psicológicos. O Núcleo atua tanto de forma presencial, atendendo em ambulância, como a distância, por telefone, na Central de Regulação Médica 192.
Disque 188
A cada mês, em média, mil pessoas procuram ajuda no Centro de Valorização da Vida (CVV). São 33 casos por dia, ou mais de um por hora. Se não for tratada, a depressão pode levar a atitudes extremas.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada dia, 32 pessoas cometem suicídio no Brasil. Hoje, o CVV é um dos poucos serviços em Brasília em que se pode encontrar ajuda de graça. Cerca de 50 voluntários atendem 24 horas por dia a quem precisa.