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Corinthians: polícia vai ouvir laranja de intermediadora de patrocínio

Beneficiária do Bolsa Família será ouvida pela polícia sobre sua relação com empresa que recebeu dinheiro de patrocínio ao Corinthians

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São Paulo — A Polícia Civil vai questionar a beneficiária do Bolsa Família que aparece como laranja na sociedade da empresa que recebeu mais de R$ 1 milhão de uma intermediária entre a patrocinadora Vai de Bet e o Corinthians.

Um primeiro contato telefônico será feito com Edna Oliveira dos Santos para que ela esclareça sua relação com empresa Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda, que recebeu dois pagamentos — de R$ 580 mil e R$ 462 mil — da empresa Rede Social Media Design Ltda, intermediária do contrato de patrocínio master do clube.

Como revelado pelo jornalista Juca Kfouri, no UOL, os pagamentos à Neoway, em nome de Edna, foram feitos dias após o Corinthians repassar R$ 1,4 milhão para a Rede Social, empresa de Alex Cassundé, que fez parte da equipe de comunicação do atual presidente do clube, Augusto Melo, durante a campanha eleitoral no ano passado, e foi o responsável por negociar o contrato de patrocínio com a casa de apostas, no valor de R$ 370 milhões por três anos.

Ao portal, Edna disse não ter relação com a empresa e ter medo de morrer.

Na lista de diligências da polícia também está um convite para que Cassundé preste esclarecimentos e apresente documentos sobre como foram feitos os pagamentos de sua comissão.

Policiais também vão visitar a Neoway e fazer uma pesquisa sobre o histórico da empresa, além de requisitar cópia dos contratos do Corinthians com a Vai de Bet e com a Rede Social. Esses são os passos iniciais da investigação, que pode avançar para medidas mais duras.

Em despacho, o delegado Tiago Fernando Correia, da Delegacia de Investigações sobre Lavagem ou Ocultação de Bens e Valores, afirma que as notícias sobre o caso trazem “possíveis indícios de desvios e malversação de recursos, a configurar, sem prejuízo de outras tipificações penais, apropriação indébita, furto qualificado, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, delitos estes perseguidos mediante ação pública incondicionada”.

A investigação é preliminar e foi aberta com base nas reportagens que revelaram o caso. A depender dos esclarecimentos em uma fase inicial, pode ser instaurado um inquérito criminal para investigar os envolvidos.

Em nota, o Corinthians afirmou que “todas as negociações, incluindo patrocínios, se deram de forma legal com empresas regularmente constituídas” e que o clube “não guarda responsabilidade sobre eventuais repasses de valores a terceiros”. “Caso sejam apresentadas quaisquer provas de ilícitos, estes serão discutidos junto ao Conselho Deliberativo para providências que se fizerem necessárias”, disse.

Quando o caso veio à tona, a Vai de Bet afirmou que “foi contatada por um agente intermediário sobre a possibilidade de se firmar um acordo para patrocínio master do Corinthians e foi conduzida pelo referido interveniente até a diretoria do clube para o início das negociações”.

“Nunca houve contato com qualquer outra empresa a respeito da negociação para o acordo de patrocínio”, afirmou a casa de apostas. A empresa disse ainda que pediu informações ao Corinthians sobre o caso e que “observa com atenção os desdobramentos do atual cenário e avalia os próximos passos”.

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