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Contratos milionários do Exército com laranjas serão investigados

Ministério Público Militar abriu investigação sobre contratos de R$ 18,2 mi do Exército com suspeitas de fraude reveladas pelo Metrópoles

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Hugo Barreto/Metrópoles
O Exército Brasileiro promove, no Palanque Monumental do Quartel-General do Exército – SMU, solenidade militar em comemoração ao Dia do Soldado
1 de 1 O Exército Brasileiro promove, no Palanque Monumental do Quartel-General do Exército – SMU, solenidade militar em comemoração ao Dia do Soldado - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

São Paulo — O Ministério Público Militar (MPM) vai investigar um suposto esquema de fraudes a licitações milionárias no Exército Brasileiro com o uso de empresas em nome de laranjas. O caso foi revelado em dezembro pelo Metrópoles. As empresas são todas ligadas a um mesmo contador e a um antigo personagem do escândalo dos Correios, que desaguou no Mensalão.

Cabe ao MPM investigar militares e civis suspeitos de envolvimento em crimes relacionados diretamente a integrantes das Forças Armadas. Caso o órgão ofereça uma denúncia, o julgamento será feito pela Justiça Militar. O Ministério Público Federal (MPF) tem competência também para entrar no caso na esfera de improbidade administrativa.

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Contador Luiz Romildo de Mello é sócio da Disbran, empresa também investigada no DF por fraudes. Ele usou a empresa para atestar capacidade da Duas Rainhas, registrada em nome de jovem de 20 anos do Rio
Filho de Luiz Romildo de Mello também é sócio de empresas e dá atestado de capacidade técnica para a Duas Rainhas em licitação no Exército
Empresas Camaqua e Duas Rainhas, ambas ligadas ao mesmo contador e aos mesmos sócios, competem em uma mesma licitação e ganham contrato no Exército
Arthur Wascheck Neto foi um dos pivôs no escândalo dos Correios e suas digitais estão em empresas em nome de laranjas que disputam contratos no Exército
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Luiz Romildo de Mello é contador de dezenas de empresas e sócio de mais de 20

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Contador Luiz Romildo de Mello é sócio da Disbran, empresa também investigada no DF por fraudes. Ele usou a empresa para atestar capacidade da Duas Rainhas, registrada em nome de jovem de 20 anos do Rio

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Filho de Luiz Romildo de Mello também é sócio de empresas e dá atestado de capacidade técnica para a Duas Rainhas em licitação no Exército

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Empresas Camaqua e Duas Rainhas, ambas ligadas ao mesmo contador e aos mesmos sócios, competem em uma mesma licitação e ganham contrato no Exército

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Arthur Wascheck Neto foi um dos pivôs no escândalo dos Correios e suas digitais estão em empresas em nome de laranjas que disputam contratos no Exército

Agência Senado/ J. Freitas

As empresas identificadas pelo Metrópoles firmaram R$ 18,2 milhões em contratos com o Exército. Elas estão em nome de jovens de 20 e 21 anos que moram no Rio de Janeiro e em Santa Catarina. As empresas possuem controladores e endereços em comum e participaram de 157 licitações da corporação – em parte delas, competiram entre si.

O Metrópoles apurou, contudo, que elas são controladas por um empresário e um contador alvos de diversas investigações da Polícia Federal (PF) por fraude em licitações em outros órgãos públicos. Os contratos assinados com o Exército são para fornecer barracas, capacetes, cantis, coldres e outros equipamentos militares. Um ex-sócio confessou à Justiça e foi condenado por admitir o uso de laranjas junto ao contador dessas empresas.

Como revelou o Metrópoles, empresas ligadas a esse contador atestam a capacidade técnica umas das outras em pregões do Exército. Na Operação Mobília de Ouro, deflagrada pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), esse mesmo contador foi investigado por um esquema semelhante de fraudes em licitações para fornecimento de mobília para escolas.

Em dezembro, o Exército afirmou que “os critérios de seleção de empresas para fornecimento de material” para a corporação “seguem o disposto na Lei de Licitações e Contratos” e  que “os certames têm como fundamentos os princípios da administração pública, com especial atenção aos da legalidade e da impessoalidade.”

Sobre os contratos levantados pelo Metrópoles, o Exército afirmou, naquele mês, que “está apurando os dados precisos para serem repassados” à reportagem, mas, depois, não se pronunciou sobre as licitações suspeitas e nem se o material contratado com essas empresas estava sendo entregue em dia.

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