“Constrangedor”, diz Marçal sobre dirigente do PRTB associado ao PCC
Pablo Marçal afirmou que presidente do PRTB, Leonardo Avalanche, deveria ser afastado do partido para se defender de acusação de elo com PCC
atualizado
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São Paulo — O influenciador Pablo Marçal, candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, disse na noite dessa segunda-feira (26/8) que, se comandasse o partido, teria afastado o presidente da legenda, Leonardo Avalanche, acusado de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Durante sabatina na GloboNews, Marçal classificou a situação como “constrangedora” e disse que não tem “amor por bandido”.
“Eu gostaria que ele se afastasse. Eu falei isso para ele. Ele falou que vai provar isso [inocência]. O que eu posso fazer? Se o partido fosse meu, ele já estava afastado até a apuração. Aqui no Brasil não funciona como a gente quer”, afirmou o candidato.
“Isso é totalmente constrangedor. Eu precisava de gente trabalhadora e honesta. Se tem esse tipo de gente lá, o que eu posso fazer?”, completou Marçal.
Marçal disse ainda que, se for eleito, não vai oferecer cargos na Prefeitura de São Paulo para Avalanche e pessoas indicadas por ele, nem a membros do PRTB suspeitos de irregularidades.
Em áudios divulgados pelo jornal Folha de S. Paulo, é possível ouvir Avalanche dizendo a um correligionário, em fevereiro deste ano, que tem ligação com o PCC. Ele afirma ter sido o responsável por “soltar” lideranças da facção, como André do Rap.
Avalanche também é alvo de uma ação na Justiça Eleitoral em que é acusado de coação, ameaça de morte, fraude e suborno. A ex-vice presidente do partido, Rachel Carvalho, afirma, ao lado de outros ex-dirigentes, que foi ameaçada de morte por Avalanche para renunciar ao cargo.
Na sabatina, Marçal afirmou ter conhecido Avalanche quando precisou recorrer a um partido para se candidatar, próximo da data limite de filiação, em abril deste ano. O candidato do PRTB defendeu que não deveria ser necessário se filiar a uma legenda para disputar uma eleição, como exige a legislação eleitoral brasileira.
Afagos a Bolsonaro
Na sabatina, Marçal disse não querer tomar o lugar de Jair Bolsonaro (PL), como acreditam aliados do ex-presidente, e negou a existência de um “racha” na direita brasileira, que “não tem dono” para ele.
“Eu quero que tenha mil Bolsonaros, mil Nikolas, mil Pablos. Bolsonaro é o maior líder da direita, ninguém vai tirar isso dele. Para quê? Eu não quero ser esse cara, eu só quero servir o povo de São Paulo. […] Eu já tenho minha identidade, eu sou o Pablo Marçal”, disse Marçal.
“A direita não está rachada. Quando a gente é de verdade a gente briga. É igual família. Direita não tem um dono. É claro que o Bolsonaro é o principal líder da direita. Foi o cara que ascendeu à Presidência da República”, acrescentou o candidato.
Marçal também minimizou os atritos que teve com Bolsonaro nas redes sociais na semana passada. Na última quinta-feira (22/8), após troca de farpas no Instagram, o ex-presidente chamou o influenciador de “sem caráter” e reforçou seu apoio ao atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB).
Quando questionado na sabatina, Marçal disse que as animosidades são restritas à campanha eleitoral, segundo ele, um “período de guerra”.
“Quando acaba a eleição, bandeira branca, acabou a guerra. Eleição é um período de guerra. Eleição vale tudo”, disse Marçal.
O candidato do PRTB ainda afirmou esperar que, apesar do apoio de Bolsonaro a Nunes, o eleitorado bolsonarista perceba que o atual prefeito é “um esquerdista”.
“Quem defende princípio e valor sabe que o Nunes é um esquerdista, não faz sentido. Eu espero que ele [Bolsonaro] se dê bem, que dê tudo certo. Eu cheguei aqui sozinho, sem coligação, sem partido político, sem dinheiro público. E agora sem redes sociais. Tá tudo bem. Tô mostrando para o povo que sou resistente.”