Confusão de camelôs, trânsito e noivinhas marcam o pré-Carnaval em SP
Desfiles de blocos no pré-Carnaval da capital paulista têm festa de foliões, protesto de ambulantes e congestionamento intenso na cidade
atualizado
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São Paulo – O fim de semana que antecede o Carnaval na capital paulista começou com ruas repletas de foliões nos blocos paulistanos, trânsito intenso, confusão entre camelôs e, na zona oeste da cidade, uma multidão de “noivas abandonadas no altar” dançando ao som do trio elétrico.
Mais de cem desfiles de blocos estão programados para este fim de semana. Um dos mais aguardados para este sábado (3/2) é o Bicho Maluco Beleza, ao lado do Parque do Ibirapuera, com o cantor pernambucano Alceu Valença, com presença de milhares de foliões.
Ao longo da manhã, o bloco Casa Comigo, que se concentrou e desfilou na Avenida Henrique Schaumann, em Pinheiros, foi um dos mais lotados da festa. Com presença do cantor Buchecha e um desfile com três trios elétricos enfileirados, a rua ficou lotada de pessoas fantasiadas de noiva.
A empresária Ana Carla Franchi, de 34 anos, era uma das noivinhas do desfile. “Fomos abandonadas no altar”, brincou. Ela e o grupo de 12 pessoas que a acompanhavam são da cidade de Bauru, a 327 km da capital, e viajaram neste fim de semana a São Paulo para aproveitar o pré-carnaval. “Na semana que vem, vamos para o Rio”, disse. Os amigos, segundo ela, se conheceram na infância e viajam juntos em feriados.
Acessos bloqueados
Os que chegaram cedo à concentração de blocos da zona oeste viram a festa quase azedar antes mesmo de começar. Por volta das 11h30, quando os grupos ainda afinavam os instrumentos nos carros de som, os vendedores ambulantes credenciados para trabalhar na festa fizeram um bloqueio, para impedir a entrada do público no desfile.
No esquema de Carnaval montado pela Prefeitura, os locais de desfile com maior expectativa de público tem grades de controle da acesso e revista pessoal feita por seguranças particulares, com apoio da Polícia Militar. Foram esses pontos de acesso que os camelôs bloquearam.
Os ambulantes se queixavam que não estavam sendo autorizados a entrar nas áreas de desfile, mesmo credenciados. Organizadores do desfile rebateram dizendo que havia um número pré-determinado de camelôs que poderiam acessar a área reservada para a festa.
PMs precisaram entrar na discussão, que ganhou ares de que escalaria para uma confusão maior. Até que os organizadores recuaram da ideia inicial – para alegria dos ambulantes – e autorizaram o acesso deles à área reservada aos foliões.
O secretário de coordenação das Subprefeituras, Alexandre Modonezi, disse ao Metrópoles que o controle de acesso é necessário para evitar aglomerações de carrinhos de ambulantes, que poderiam comprometer a circulação dos blocos. “Está tudo tranquilo, a festa está organizada”, afirmou.
425 km de lentidão
Com tantas ruas fechadas para os desfiles, o trânsito de automóveis ficou prejudicado na capital neste sábado.
Às 14h, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrava 425 quilômetros de lentidão na cidade, número equivalente ao horário de pico de um dia útil.
Somente na zona sul, as filas de carros presos em congestionamentos somavam 121 km de extensão. Um dos pontos a ser evitado é a região do eixo formado pelas Avenidas Pedro Álvares Cabral, Brasil e Henrique Schaumann – justamente o local dos desfiles deste sábado.
