TJSP condena em 2ª instância vereador de SP por racismo contra judeus
Adilson Amadeu foi condenado por conta de áudios vazados em que diz que judeus “querem que todo mundo quebre”. Ele vai recorrer da decisão
atualizado
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São Paulo — O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) condenou, em 2ª instância, o vereador e candidato a reeleição à Câmara de Vereadores de São Paulo Adilson Amadeu (União Brasil) por racismo contra a comunidade judaica. A decisão da 16ª Vara Criminal manteve a condenação que estipulava a pena de 2 anos e 6 meses de prisão em regime aberto e o pagamento de uma multa de 13 salários mínimos.
Em nota, o parlamentar disse que irá recorrer:
“O processo não foi transitado em julgado, cabem recursos e os advogados estão recorrendo da decisão”.
A condenação diz respeito a áudios enviados em um grupo de amigos no WhatsApp em 2020. Na ocasião, ele afirmou que os judeus querem “que todo mundo quebre”. O trecho foi citado na decisão.
“É uma puta de uma sem-vergonhice, que eles querem que quebre todo mundo, para todo mundo ficar na mão, do grupo de quem? Infelizmente também os judeus, quando eu tô até respondendo um processo, porque quando entra [o Hospital Israelita] Albert Einstein, grupo Lide, é que tem sem-vergonhice grande, grande, sem-vergonhice de grandeza que eu nunca vi na minha vida”, afirmou Amadeu.
A defesa de Amadeu afirmou, no processo, que o alvo do comentário não foi a comunidade judaica, e sim a gestão do governo estadual e do governo federal durante a pandemia. Os advogados argumentaram, ainda, que o áudio foi enviado em um grupo privado que o vereador tinha com amigos de infância e que ele pediu desculpas para a Federação Israelita de São Paulo em abril de 2022.
Em 2022, Amadeu foi condenado por injúria racial após ataques antissemitas ao também vereador Daniel Annenberg (PSDB) em uma sessão na Câmara Municipal de São Paulo. Amadeu xingou o colega de “judeu filho da p***” e “judeu b****”.