Como foi feita a prisão do empresário que atirou em carro de casal
Empresário que atirou em carro de casal em rodovia chegou à delegacia em viatura da PM; advogado diz que ele se apresentou “espontaneamente”
atualizado
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São Paulo — O empresário Adriano Domingues da Costa foi detido pela Polícia Militar em Alumínio, no interior de São Paulo nesta quarta-feira (19/6). Adriano é o autor de cinco tiros contra o carro de um casal na rodovia Castello Branco (vídeo abaixo), em Boituva, interior de São Paulo, na última sexta-feira (14/6).
A cidade de Alumínio fica a cerca de 90 quilômetros de Itapetininga, para onde ele estaria se dirigindo.
De acordo com o advogado do empresário, Luiz Carlos Valsecchi, ele e seu cliente já estavam à caminho da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Itapetininga quando foram abordados por PMs. “Ninguém está se escondendo”, disse Valsecchi ao Metrópoles.
Os dois chegaram à DIG em uma viatura policial. O advogado alegou, em entrevista à TV Bandeirantes, que eles foram “espontaneamente, conforme combinado”.
Em nota, a Polícia Civil informou que a autoridade policial foi comunicada sobre a possível ida do empresário à delegacia e uma equipe foi ao encontro dele, em Alumínio, para oficializar sua captura na tarde desta quarta-feira (19/6).
Até então, Adriano era considerado foragido, após ter um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça por tentativa de homicídio no final de semana.
Adriano Domingues da Costa foi identificado a partir de um vídeo gravado pelo casal que estava no carro alvo dos disparos de arma de fogo. Na filmagem, o homem aparece fazendo ameaças e pedindo que o motorista do veículo abaixasse o vidro: “Tá feliz, filho da p?”.
Carro blindado
O advogado Luiz Carlos Valsecchi, que representa Adriano, afirma que seu cliente só efetuou os disparos porque percebeu que o carro era blindado e que, segundo ele, não havia como o projétil atravessar o vidro.
Valsecchi afirma que Adriano parou o carro no meio da rodovia e desceu armado (assista abaixo) com o objetivo de assustar o condutor do outro veículo, que de acordo com o advogado, estava provocando Adriano e teria inclusive batido propositalmente no carro dele.
“Ele parou e foi assustar o cara mesmo. ‘Se você continuar te perseguindo, vou te matar. Quase me tirou da estrada, seu débil mental’. Provavelmente deve ter sido isso que ele falou, eu imagino”, diz o advogado.
Valsecchi afirma que antes dos disparos de arma de fogo, Adriano teria sido jogado para fora da pista e que o motorista do outro veículo estava armado. O advogado diz que, se estivesse no lugar de seu cliente, também teria atirado: “Se fosse eu, também dava [os tiros]. Se fosse você, também dava”.
“Crime impossível”
O advogado Luiz Carlos Valsecchi afirma que Adriano Domingues da Costa não pode responder por homicídio, pois, segundo ele, se trata de crime impossível, quando há impossibilidade de conclusão do ato ilícito. No caso, afirma o advogado, seria impossível que os ocupantes do veículo morressem em decorrência dos disparos, uma vez que o carro era blindado.
“Não tem crime de homicídio, isso não existe Ele dá uma coronhada no vidro lateral. E, mesmo assim, ele continuou perseguindo. Quando ele dá a coronhada, com o vidro abaixado, o vidro dá uma trincada. Você sabe quando é blindado. Você bate a mão e parece uma parede. Mas ainda que ele não soubesse da blindagem, seria um crime impossível”, afirma.