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Como estudantes de SP querem “salvar o planeta” por meio de games

Parceria de escola estadual com a USP une programação e sustentabilidade. “É nosso lar”, diz estudante que programou game usando Scratch

atualizado

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Três crianças em frente a um quadro de giz numa escola
1 de 1 Três crianças em frente a um quadro de giz numa escola - Foto: null

São Paulo — Um game onde o planeta Terra luta contra a poluição e o aumento do gás carbônico; um gato que coleta sacos de lixo para limpar a praia. Estas não são apenas brincadeiras aleatórias sobre como preservar o meio ambiente. São, na verdade, jogos desenvolvidos e programados por um grupo de alunos da Escola Estadual Professor Sebastião de Oliveira Rocha, em São Carlos, interior de São Paulo

Morador do Guarujá (SP), Arthur de Souza Pollo, de 11 anos, sempre se indagou sobre o lixo jogado nas praias “que a gente vê por aí”. Discutindo sobre o assunto, conversou com os colegas sobre a ideia de um gato coletando sujeira nas areias. Conforme as aulas sobre Super Scratch — uma linguagem de programação criada no MIT para ensinar crianças e adolescentes — aprimoravam as habilidades dos estudantes, a ideia de Arthur foi ganhando força ou, no caso, sequências de números.

“Criei o game com o objetivo de conscientizar. Algumas partes não foram fáceis e não teria feito esse projeto sem meu grupo e sem ajuda das professoras e da USP”, disse o pequeno ao Metrópoles.

Arthur sempre gostou de matemática, números e lógica. Aliás, “lógica” foi uma das palavras mais repetidas pelo estudante em conversa com a reportagem. “Eu quero me tornar um programador de jogos e, talvez, designer.” Para Arthur, a experiência o “fez pensar um pouquinho mais no sustentável”.

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Os estudantes entrevistados disseram que aprenderam muitas coisas. Um representante de cada grupo.
A professora Valéria Cristina Binoto Mendonça e a estudante Gabriela Ferracini Regulon.
Terra-Chrome é o nome do jogo desenvolvido pela equipe da estudante Gabriela Ferracini Regulon. Nele, o planeta luta contra a poluição e o aumento do gás carbônico, uma metáfora poderosa sobre a necessidade de preservação ambiental.
Arthur de Souza Apolo é do sexto ano da escola estadual Sebastião de Oliveira Rocha. Com a professora efetiva do estado, Valéria Cristina Binoto Mendonça, educadora há 25 anos
Diferentes jogos foram desenvolvidos a partir da parceria
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Estudantes do sexto e sétimo anos tiveram os primeiros contatos com a programação.

Foto: Ana Santiago/ICMC
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Os estudantes entrevistados disseram que aprenderam muitas coisas. Um representante de cada grupo.

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A professora Valéria Cristina Binoto Mendonça e a estudante Gabriela Ferracini Regulon.

Foto/Valéria Cristina Binoto
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Terra-Chrome é o nome do jogo desenvolvido pela equipe da estudante Gabriela Ferracini Regulon. Nele, o planeta luta contra a poluição e o aumento do gás carbônico, uma metáfora poderosa sobre a necessidade de preservação ambiental.

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Arthur de Souza Apolo é do sexto ano da escola estadual Sebastião de Oliveira Rocha. Com a professora efetiva do estado, Valéria Cristina Binoto Mendonça, educadora há 25 anos

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Diferentes jogos foram desenvolvidos a partir da parceria

O começo de um sonho

A iniciativa é resultado de um projeto de extensão do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP em São Carlos. A professora do ICMC, Cynthia de Oliveira Lage Ferreira, disse que a ideia já existia, mas a pandemia adiou a execução. “Gosto da extensão universitária desde que entrei na universidade, em 2013. A extensão pensada para a comunidade”, ressaltou

No segundo semestre de 2022, colocou em prática um projeto piloto para seis estudantes. No primeiro semestre de 2024, alunos entre 11 e 13 anos foram escolhidos para botar a “mão na massa”. De acordo com a docente, a escolha por estudantes do sexto e sétimo ano foi estratégica: “Nessa faixa etária, eles são mais receptivos a novas abordagens educacionais”. Da ideia, uma solução: uma turma com 38 alunos se comprometeram a “salvar o planeta” programando jogos com mensagens fortes.

 

Um trabalho integrado graças, também, ao amor da professora efetiva do estado, Valéria Cristina Binoto Mendonça. Educadora há 25 anos, ela ensina matemática na escola estadual há seis e foi a responsável pela integração da disciplina eletiva. “Os alunos conseguiram relacionar os conceitos das aulas de Scratch com as habilidades trabalhadas nos sexto e sétimo anos, como o plano cartesiano.”

Deu tudo certo

A clássica pergunta “o que você quer ser quando crescer?” não surpreendeu muito nas respostas. Eles já são “grandes”, apesar da pouca idade. Davy Eduardo Christinelli de Sousa diz querer ser programador com ênfase na proteção do meio ambiente. “A mensagem que eu passaria é que o mundo é nossa casa. Eu diria para cuidar muito do meio ambiente, porque, sem ele, não teríamos nosso planeta, nosso lar”. Gabriela Ferracini Regulon, que desenvolveu o jogo do Planeta Terra contra a poluição, já pensava em ser programadora e desenvolvedora de jogos. “E continuo querendo”, ressaltou.

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