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Como amigo de Derrite acusado de elo com PCC reagiu à morte de delator

Barbosinha é suspeito de vazar informações para algumas das principais lideranças do PCC, apontadas como mandantes de morte de Gritzbach

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Sargento Barbosa
1 de 1 Sargento Barbosa - Foto: Reprodução

São Paulo — Horas após o assassinato de Vinícius Gritzbach, em 8 de novembro no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, o sargento da Polícia Militar (PM) José Roberto Barbosa, investigado por atuar para o Primeiro Comando da Capital (PCC), afirmou em seu perfil no Instagram que, daquela vez, o empresário não havia escapado.

Barbosinha (foto em destaque), como é conhecido, ou simplesmente Mão de Rã, escreveu: “O empresário que deu um tombo financeiro no PCC e é investigado por lavagem de dinheiro, principalmente do PCC e dos empresários de jogadores, já escapou de duas emboscada, hoje NÃO escapou, foi morto”.

Meses após o homicídio, investigações da Corregedoria da Polícia Militar revelaram suspeitas de que o próprio sargento Barbosinha tenha atuado em favor do PCC, em um esquema de vazamento de informações na Agência de Inteligência da Rota para proteger alguns dos maiores líderes da facção, como Silvio Luiz Ferreira, o Cebola, apontado como um dos possíveis mandantes da morte de Gritzbach.

ReproduçãoBarbosinha Rota
Barbosinha Rota

Barbosinha, inclusive, é citado no inquérito policial militar que investiga o assassinato do inimigo da maior facção do país.

Segundo a investigação, o esquema de vazamento de informações teria funcionado, pelo menos, entre 2020 e 2022. O coordenador seria o cabo Vagner de Deus Leão, conhecido como Gato Grande. O capitão Raphael Alves Mendonça teria sido o responsável por indicar os PMs que participariam do esquema.

Atualmente na reserva da Polícia Militar, Barbosinha esteve na Rota entre 2008 e 2018. No batalhão, o militar trabalhou durante anos como motorista de viatura e passou pela seção de rádio.

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Sargento Barbosa
Sargento Barbosa
Sargento Barbosa

De acordo com o inquérito, ele teria sido transferido da Rota “por seu envolvimento em assuntos políticos, principalmente com a ex-deputada Joice Hasselmann”. A última unidade em que o PM atuou foi 8º Batalhão Metropolitano.

Em 2022, Barbosinha concorreu a uma vaga na Câmara dos Deputados e ficou como 34º suplente pelo União Brasil. Ele já havia disputado a eleição de 2018, quando também obteve a suplência, e de 2020, quando foi eleito suplente da Câmara Municipal.

Influenciador e amigo de Derrite

Além de policial militar, José Roberto Barbosa é influenciador digital. No Instagram, rede em que tem mais de 278 mil seguidores, costuma publicar vídeos de ocorrências policiais, homenagens à Rota e divulgações dos produtos de uma loja que vende bonés e camisetas com a logomarca do batalhão.

A postura midiática reaproximou Barbosinha do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite. Os dois trabalharam juntos quando Derrite comandou o 3º e o 4º pelotões da Rota. Na época, eles chegaram a participar de episódios do programa Polícia 24 horas, perseguindo suspeitos.

Em junho 2021, Barbosinha, que na época tentava entrar para a política, participou do podcast Papo de Rota, do já deputado federal Guilherme Derrite.

O secretário apresentou o convidado como “grande amigo”. “Estou muito à vontade, que eu estou trazendo um grande amigo aqui, um grande policial, um grande piloto de Rota. Depois de muita insistência, está aqui o cabo Barbosa, o Barbosinha”.

O status do vídeo foi alterado no canal de Derrite após a publicação de uma reportagem sobre o assunto. No entanto, ainda é possível acessá-lo em um outro canal.

Na conversa, Derrite e Barbosinha falam sobre diversos temas, entre eles, trocas de tiros. “Barbosinha, vamos aproveitar o clima de PTM e quero que você fale para a gente agora aqui: qual foi a primeira troca de tiro da sua carreira?”, perguntou o atual secretário.

“A primeira troca de tiros da minha carreira foi no PTM. Estava com uma equipe na Aricanduva e nos deparamos com um veículo produto de roubo”, respondeu o policial. “Foi no meio da muvuca ali, um carro batendo no outro, tentando se evadir. Mas logo foi cessada a injusta agressão. Ele foi alvejado lá. Socorremos de imediato, mas ele veio a falecer”, disse.

“Parabéns pela ocorrência aí em Barbosa. Boa! Excelente!”, afirmou o secretário.

Quem mandou matar Gritzbach

Uma operação da Corregedoria da Polícia Militar prendeu três suspeitos de atuarem na execução de Vinícius Gritzbach. São eles os cabos Denis Martins e Ruan Rodrigues, apontados como atiradores, e o tenente Fernando Genauro, que teria dirigido o carro usado no crime.

As equipes de investigação acreditam que os mandantes do crime sejam importantes lideranças do PCC ligadas à UpBus, empresa de ônibus usada para lavar dinheiro. Entre os principais suspeitos, estão Silvio Luiz Ferreira, o Cebola, e Emílio Carlos Gongorra Castilho, o Cigarreiro.

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