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Como a revisão dos dados criminais pode melhorar a imagem de Tarcísio

Com auditoria, base de comparação de dados criminais tende a subir, facilitando resultados positivos na segurança de Tarcísio

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Governo do Estado de São Paulo/Divulgação
Tarcísio e Derrite
1 de 1 Tarcísio e Derrite - Foto: Governo do Estado de São Paulo/Divulgação

São Paulo – Com o argumento de corrigir supostas “inconsistências” nos dados criminais, a revisão das estatísticas de 2022, anunciada pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), também pode facilitar a vida do governo paulista em obter melhores resultados de segurança no seu primeiro ano de mandato.

Todos os meses, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informa o número total de crimes registrados em São Paulo e em cada região do estado – como homicídios, assaltos e estupros. A divulgação acontece desde 2001 e os dados criminais são os principais indicadores para avaliar se uma política de segurança vai bem ou mal.

A própria gestão Tarcísio relata ter implementado uma nova metodologia para produzir os dados criminais a partir de janeiro deste ano, mas continuou fazendo a comparação com índices de 2022. A incompatibilidade só teria sido percebida pelo governo na apuração dos crimes do mês de abril.

“Em abril, se a gente for comparar o fenômeno de roubo e furto de veículo com o dado que foi computado com metodologia diferente, teria impressão que houve aumento”, afirma o major Rodrigo Vilardi, coordenador da Coordenadoria de Políticas de Segurança Pública.

Comparação

A solução encontrada pela SSP foi retroagir a metodologia de 2023 para abril de 2022. “Fomos no sistema, pegamos todos os dados e fizemos a retificação”, diz Vilardi.

Em todas as alterações realizadas pela pasta, foram acrescentados mais casos às estatísticas de 2022. Com isso, o número de furtos de veículo em abril deste ano, em vez de subir 10%, caiu 1% – o que estatisticamente é considerado estabilidade. Os roubos de veículo ficaram estáveis, com aumento de apenas 1,2%, em vez de subir 5,4%.

A revisão da estatística coincide, ainda, com a primeira redução no número de assaltos, em geral, que foram registrados em São Paulo nos últimos 14 meses. Em 2022, haviam sido divulgados 18.707 ocorrências – número que agora subiu para 19.936 com a nova metodologia. Em 2023, foram 17.868. O combate aos crimes é considerado um dos maiores desafios do governo.

Ao auditar todos os meses de 2022, a tendência é que a base de comparação de dados do ano inteiro suba, o que facilita para que os resultados de 2023 sejam avaliados como positivos.

Mudança de metodologia

Antes da mudança de metodologia, as delegacias usavam um sistema da SSP para inserir o número absoluto de cada crime registrado na sua área. Depois, as estatísticas de todos os distritos eram consolidadas pela Coordenadoria de Análise e Planejamento (CAP), da SSP.

Agora, o processo se inverteu. A CAP passou a extrair os dados dos boletins de ocorrência, agregá-los por natureza criminal e submeter a estatística final para cada delegacia validar.

O argumento é que o novo processo melhoraria a confiabilidade da estatística, uma vez que antes o setor da SSP só tinha acesso fácil ao dado quantitativo e tinha dificuldade para auditá-lo.

Vilardi diz, entretanto, que a principal hipótese para a “inconsistência” nos dados é uma mudança no sistema usado pela Polícia Civil paulista para registrar boletins de ocorrências, realizada ao longo do ano passado.

“Imaginamos que essa inconsistência se resuma a alguns meses, em virtude da transição do sistema, por isso não acreditamos que vá mudar a série histórica”, diz.

Transparência

Em nota publicada em seu site, a SSP diz que a revisão dos dados tem objetivo de “ampliar a transparência” do sistema de estatísticas. “O Grupo de Trabalho vai fazer a análise dos outros meses de 2022 para, se houver inconsistência, fazer a correção”.

“Desde o início da gestão, em janeiro de 2023, a pasta tem ampliado os instrumentos de prestação de contas e transparência dos dados, o que permitiu, por exemplo, a criação do SPVida, plataforma que automatiza e disponibiliza, de forma transparente e auditável, informações dos registros de morte e dos crimes contra a vida em todo o Estado”.

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