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Comida no lixo e “perrengue” por bateria: bairros estão há 40h sem luz

Moradores de diferentes bairros da região metropolitana de São Paulo estão sem luz desde sexta-feira (3/11), após fortes chuvas

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Foto colorida mostra geladeira sem luz com porta aberta; moradores de vários bairros de São Paulo sofrem com falta de energia elétrica - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida mostra geladeira sem luz com porta aberta; moradores de vários bairros de São Paulo sofrem com falta de energia elétrica - Metrópoles - Foto: Arquivo pessoal

São Paulo – Moradores de diferentes bairros da região metropolitana de São Paulo permanecem sem energia elétrica em suas casas neste domingo (5/11) e buscam alternativas para fazer suas necessidades básicas. A Enel, distribuidora de energia na capital, disse que a situação será normalizada gradualmente até a próxima terça-feira (7/11).

Em algumas regiões, a falta de energia dura mais de 40h, e moradores decidiram jogar fora alimentos que estavam armazenados em suas geladeiras. É o caso do publicitário Vitor Pereira, de 22 anos, morador do Brooklin, na zona sul da capital.

“É inacreditável. Tive que jogar arroz, feijão, macarrão, tudo isso fora porque estragou. O jeito agora é comer fora de casa, em restaurante ou algo assim. A gente vai gastando dinheiro. Horrível não ter uma previsão”, diz ele ao Metrópoles.

O jovem disse que precisou ir de ônibus até a casa de um amigo para tomar banho quente. “Fica até chato, não quero ficar abusando. Ele mora no Itaim [Bibi], não é tão perto”, afirmou.

A professora Paula Tonelli, de 71 anos, moradora do bairro Vila Mussolini, em São Bernardo do Campo, precisou da ajuda do filho para fazer comida e tomar banho.

“Meus alimentos eu estou jogando tudo fora. Hoje meu filho vem me buscar na hora do almoço, para eu tomar um banho e cozinhar na casa dele para eu ter o que comer durante a semana”, diz ela.

A mulher afirma que a falta de luz está prejudicando seu trabalho. “Eu dou aula pelo computador. Estou sem internet. Tinha exercício para corrigir e não posso ligar nada. Os alunos compreendem, mas no século XXI não dava para acontecer isso”, afirma.

A médica Deborah Musich, de 32, moradora do Campo Belo, um dos bairros da zona sul de São Paulo que seguem sem luz, diz que manter o aparelho celular carregado tem sido um desafio.

“No primeiro dia, achei que seria rápido, fiquei no carro carregando o celular. Ontem fui trabalhar achando que ia voltar, mas nada. Agora estou aproveitando a academia aqui do bairro para carregar. É o único lugar com luz porque eles alugaram um gerador”, diz ela.

Lucas di Paula, de 19 anos, tem ido até a estação Moema, da Linha 5-Lilás do Metrô, para carregar o aparelho.

“Cada um dá um jeito. Aqui na estação acaba sendo fácil para mim. Minha mãe chegou a entregar o telefone para uma amiga que foi lá em casa para que ela fosse até a casa dela e carregasse lá e depois trouxesse o celular”, afirma.

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