Com SP em alerta para chuvas, saiba como se proteger em enchentes
Segundo a Defesa Civil, 15 centímetros de água são suficientes para arrastar uma pessoa; no caso de veículos, bastam 30 centímetros
atualizado
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São Paulo – Diante da previsão de retorno das fortes chuvas em todo o estado a partir desta sexta-feira (19/1), a Defesa Civil alerta sobre os cuidados a serem tomados diante de enchentes e alagamentos. Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas, São Paulo tem sofrido com os efeitos do fenômeno El Niño e com a passagem de frentes frias.
Neste ano, foram registradas quatro mortes provocadas pelas chuvas no estado. Duas delas estão relacionadas a enchentes. Na última sexta-feira (12/1), uma criança morreu após o veículo em que ela estava ser arrastado pela enxurrada em Juquitiba, na região metropolitana de São Paulo. Já em São Bernardo do Campo, um homem foi soterrado por um deslizamento de terra.
A capital já recebeu 70% do volume de chuva esperado para todo o mês de janeiro. De acordo com o tenente Matheus Roncatto, da Defesa Civil, é fundamental que a população consulte a previsão do tempo e os alertas sobre as chuvas antes de sair de casa.
“É importante conhecer o percurso que você faz diariamente e, se nele existir alguma área de risco para alagamentos em dias de chuvas fortes, procurar caminhos alternativos em rotas seguras e locais elevados. É interessante consultar também se o local de destino é uma área de risco para alagamentos”, afirma.
Segundo Roncatto, entre os principais riscos estão as correntezas que se formam a partir das chuvas intensas. Ele afirma que 15 centímetros de água são suficientes para derrubar e arrastar uma pessoa.
“Jamais enfrente correntezas. A sua segurança depende também de você. Não se coloque em risco, lembre-se que somente 15 centímetros de água são suficientes para arrastar uma pessoa. Se você já estiver nas ruas e for surpreendido por chuvas fortes e o nível das águas subirem rapidamente, busque abrigo em locais elevados, como pontos de ônibus, escadarias ou edificações seguras”, afirma.
Veículos
A Defesa Civil afirma que se uma pessoa estiver dirigindo seu veículo e se deparar com uma área de inundação ou alagamento, é importante tomar decisões rápidas. Segundo o órgão, a lâmina d’água pode esconder perigos na via, como buracos.
“Se ainda houver condições de se locomover com o veículo, dirija até um lugar elevado e aguarde a água baixar. Mas lembre-se de manter a atenção. Somente 30 centímetros de água são suficientes para arrastar um veículo. Essa altura equivale à metade da roda”, diz a Defesa Civil.
A recomendação é diferente para os casos em que o nível da água sobe rapidamente e o motorista não consegue dirigir o veículo.
“É importante manter a calma e acionar imediatamente os órgãos de emergência. Se, durante a espera do atendimento, as águas continuarem subindo rapidamente e representarem risco à sua segurança, saia imediatamente do veículo”, afirma o órgão.
“Se necessário, quebre o vidro. E suba na parte mais elevada do veículo, o capô ou até mesmo o teto. Nesses casos extremos, podem ser utilizadas a fivela do cinto de segurança ou o encosto da cabeça do banco”, completa.
Em caso de emergência, acione o Corpo de Bombeiros, por meio do número 193, ou a Defesa Civil, por meio do 199.
Descargas elétricas
No caso das árvores caídas, um dos efeitos mais perigosos é o risco de atingir a rede elétrica e derrubar fios de alta tensão na rua, ao alcance dos veículos.
Foi o que aconteceu no último dia 9, na Rua Pedro de Toledo, Vila Clementino, zona sul da capital paulista. Um homem de 62 anos morreu eletrocutado ao tentar sair do carro, que ficou enroscado em um fio elétrico.
Segundo o capitão Roberto Farina, da Defesa Civil do Estado, um cabo de alta tensão da rede elétrica pode variar entre 8 mil e 13 mil volts. No caso específico de um cabo encostar no veículo, a orientação das autoridades é para permanecer dentro do carro.
Farina explica que o carro se torna uma espécie de “Gaiola de Faraday”, que é quando toda a corrente elétrica se concentra na superfície, enquanto no interior da “gaiola” — nesse caso, o carro — o campo elétrico é nulo.
“Acontece uma blindagem eletrostática, e a pessoa, dentro do carro, fica protegida por essa blindagem e, em tese, não toma choque”, afirmou o capitão ao Metrópoles.
Segundo Farina, se a pessoa sai do veículo que foi atingido por um cabo, ocorre uma descarga elétrica no corpo, por conta da diferença de voltagem presente no carro e na rua, que é bem menor. O capitão diz que só o gesto de colocar um pé no chão já seria suficiente para o corpo receber a carga elétrica.