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Com privatização da Sabesp, Tarcísio inicia maior desafio do governo

Governador Tarcísio de Freitas apresenta projeto de privatização da Sabesp aos deputados e corre contra o tempo para aprová-lo ainda em 2023

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Mônica Andrade/Governo do Estado de SP
Imagem colorida mostra Tarcísio de Freitas do peito para cima, olhando para sua direita, de terno azul - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Tarcísio de Freitas do peito para cima, olhando para sua direita, de terno azul - Metrópoles - Foto: Mônica Andrade/Governo do Estado de SP

São Paulo – Promessa de campanha do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), a privatização da Sabesp entra oficialmente em pauta entre os deputados da Assembleia Legislativa (Alesp) a partir desta terça-feira (17/10), quando o governador planeja apresentar à base governista o projeto de lei que prevê a desestatização da companhia de saneamento.

A reunião mira um afago aos parlamentares – que ainda não tiveram acesso a nenhum projeto de lei do Executivo antes de ser enviado à Alesp – como também sanar eventuais dúvidas a respeito da tarifa de água, que o governo nega que irá aumentar com a privatização.

Tarcísio planeja fazer uma oferta de ações da companhia, que já tem capital aberto, no modelo follow-on, com um acionista de referência. Detentor de 50,3% das ações, o Estado deixaria de ser o acionista majoritário da empresa.

Calendário apertado

Com a reunião desta terça, o governo pretende acelerar os trâmites para tentar aprovar a privatização na Alesp. Tarcísio planeja enviar o projeto ao Parlamento paulista após a reunião com os deputados e corre contra o tempo para tentar aprová-lo ainda em 2023.

O governador tem dito a aliados que não gostaria de deixar a discussão da proposta avançar para o próximo ano, quando ocorrerão eleições municipais, porque a campanha eleitoral pode contaminar o debate e acarretar em perdas de apoio.

Conforme divulgado pelo Metrópoles, deputados acreditam ser difícil aprovar a privatização ainda este ano. Antes que a proposta seja votada em plenário, o texto precisa ser debatido em audiência pública, aprovado em comissões temáticas e deve dividir atenções com pautas econômicas importantes, como o Plano Plurianual (PPA) de 2024 a 2027 e o Orçamento para o próximo ano, que precisa ser votado até o dia 31 de dezembro.

Além disso, somente em novembro há três feriados que devem paralisar as atividades da Casa durante a semana.

Outro fator que demanda tempo é a necessidade de conquistar um mínimo de 48 votos dos 94 parlamentares da Alesp para que a desestatização seja aprovada. Desde o início da legislatura, o governo tem enfrentado dificuldades de articulação com base, sofrendo derrotas por falta de quórum e precisando adiar a votação de projetos de seu interesse.

Peso das prefeituras

Outro desafio enfrentado pelo governo é o de renegociar os novos contratos da Sabesp com  as 375 prefeituras que possuem convênio com a companhia. Na maioria dos casos, há uma cláusula que cancela os acordos em caso de privatização, o que obriga o governo a renegociar os contratos antes de dar início ao processo.

Metrópoles apurou que Tarcísio propôs aos prefeitos, após rodadas de conversas no Palácio dos Bandeirantes, que não negociem os novos contratos com a Sabesp de forma individual, mas em conjunto e por intermédio do próprio governo paulista.

No entanto, vereadores de São Paulo, cidade que responde por 55% do faturamento da companhia, querem rediscutir cláusulas do contrato que a Sabesp tem com a Prefeitura.

Liderados pelo presidente da Câmara Municipal, o vereador Milton Leite (União Brasil), que busca reconquistar espaço perdido na máquina estatal paulista, os parlamentares vão instalar nesta semana uma comissão especial para avaliar o convênio com a Sabesp e podem atrasar ou mesmo travar o processo de privatização.

Investimento de R$ 66 bi

O objetivo da privatização da Sabesp, segundo Tarcísio, é investir R$ 66 bilhões até 2029, antecipando em quatro anos a meta de universalização do saneamento básico no estado e assegurando a manutenção ou até a diminuição da tarifa de água e esgoto.

A privatização da companhia foi incluída no orçamento de 2024, enviado por Tarcísio à Alesp no início do mês. Na proposta, o governo estima receber R$ 14 bilhões com as vendas da Sabesp e da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia).

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