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Com nova estratégia, “operação silenciosa” na Cracolândia prende oito

Operação realizada na segunda-feira (30/1) na Cracolândia apreendeu 37 celulares; vice de Tarcísio afirma que ação foi “sem estartalhaço”

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Tentativa da polícia de limpar a Cracolândia em outubro de 2020
1 de 1 Tentativa da polícia de limpar a Cracolândia em outubro de 2020 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

São Paulo – Com uma nova estratégia de atuação na Cracolândia, no centro de São Paulo, a Polícia Civil realizou uma operação na região na última terça-feira (30/1) em que prendeu oito pessoas.

Além disso, 37 aparelhos celulares e R$ 2,5 mil em espécie foram apreendidos. A ação ainda recolheu 72 porções de crack, 20 de cocaína, uma de maconha e 25 de spice, uma espécie de “maconha sintética”. Ao todo, foram mobilizados 74 policiais e 36 viaturas.

A Secretaria da Segurança Pública informou que a ação ocorreu entre as ruas Guaianazes e Vitória, na região central. Os oito detidos foram encaminhados à audiência de custódia. A pasta não informou se as pessoas foram presas por tráfico de drogas ou por outros crimes.

A ação foi feita de forma “silenciosa”, sem alarde por parte da Polícia Civil na divulgação da operação e dos seus resultados. Até então, apenas a Polícia Militar vinha atuando na região desde o início da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Em entrevista ao Metrópoles na tarde dessa terça-feira (31/1), o vice-governador Felício Ramuth (PSD), designado para coordenar as ações conjuntas entre governo do estado e a Prefeitura da capital na Cracolândia, afirmou que a ação foi feita sem “estardalhaços”.

“A gente teve uma primeira ação da Polícia Civil lá (Cracolândia) sem estardalhaço, sem qualquer tipo de questão midiática. Você escutou alguma coisa da operação? Foi feita dentro da cena aberta de uso. Sem precisar avisar antes da operação”, afirmou.

A principal atuação da gestão passada no combate ao tráfico na Cracolândia foi a chamada Operação Caronte, deflagrada em junho de 2021 e focada em localizar e prender pequenos traficantes que atuavam no chamado “fluxo”.

O governo promovia as ações, exaltando os números dela. Além disso, a imprensa era avisada com antecedência sobre as operações. Embora tenha evitado criticar diretamente a Caronte, Ramuth sinalizou que as ações a partir de agora serão diferentes.

“Eu considero que a Caronte tinha um viés, por conta de nome, etc. O que precisamos é da Polícia Civil investigando e atuando no combate ao tráfico. Se quiser chamar de Caronte 1, 2, 10… O nome que você quiser, para a gente é o menos importante”, afirmou.

De acordo com o vice-governador, a missão da Polícia Civil na região será o de investigar tanto o “pequeno tráfico”, feito nas cenas abertas de uso de drogas, como a ação de médios e grandes traficantes.

“Reprimindo crime dentro da cena de uso e fazendo investigação dos crimes maiores, dos médios e grandes traficantes, da organização do tráfico. Ou sobre os receptadores de aparelhos celulares na região central, por exemplo.”

Ramuth ainda aproveitou para criticar o modo de integração entre o governo estadual e a Prefeitura até o ano passado. Ele disse que a Operação Caronte “talvez fosse a única conexão de servicos entre estado e município”.

“O prefeito sempre falava da questão da Operação Caronte. Nos comprometemos com o prefeito, ainda que não com o nome de Caronte, com uma atuação frequente da Polícia Civil e ampliação da atuação da Polícia Militar. Nós avisamos a ele que a contrapartida permaneceria ainda mais forte, mesmo sem o nome de Caronte”, afirmou.

Troca de delegados

A recente operação ocorreu já sob o comando no novo delegado titular da 1ª Seccional do Centro, responsável pelas ações na Cracolândia. O delegado Roberto Monteiro foi substituído por Jair Barbosa Ortiz. Além disso, o delegado do 77º Distrito Policial, da Santa Cecília, que atuava em conjunto com a Seccional, também foi trocado.

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Ortiz fez críticas à Operação Caronte, tocada pelo antecessor. Ela afirmou que mais de 80% dos presos nas operações tiveram o caso arquivado pelo Judiciário. “Não estou satisfeito com o custo benefício da operação Caronte”, disse.

O delegado ainda afirmou que não é possivel resolver o problema da Cracolândia “na base da pancada”.

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