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Com ministros de Lula em campanha, PT tenta retomar poder em Campinas

Candidato do PT, Pedro Tourinho subiu nas pesquisas em Campinas e conta com os ministros Fernando Haddad e Luiz Marinho em campanha

atualizado

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Pedro Tourinho e Lula
1 de 1 Pedro Tourinho e Lula - Foto: Repdoução/PT

São Paulo — Após mais de uma década longe da gestão municipal, o PT voltou a ganhar competitividade na disputa pela Prefeitura de Campinas, terceira maior cidade do estado de São Paulo. Em poucos meses, o candidato do partido, Pedro Tourinho (PT), ultrapassou numericamente Rafa Zimbaldi (Cidadania) na vice-liderança das pesquisas e se tornou a principal ameaça à reeleição do prefeito Dário Saadi (Republicanos).

Tourinho soube tirar proveito do confronto entre Saadi e Zimbaldi, que marcou as primeiras semanas da campanha campineira, e tenta, agora, aproveitar a janela de oportunidade que se abriu com a cassação da candidatura do atual prefeito, acusado de usar o cargo para fazer gravações de campanha em áreas restritas da prefeitura. Dário nega qualquer abuso e recorre da decisão de primeira instância.

Segundo levantamento do Paraná Pesquisas divulgado no último dia 13 de setembro, o atual prefeito de Campinas tem 43,1% das intenções de voto, enquanto Tourinho aparece em segundo, com 20,1%, à frente de Zimbaldi, com 18%. A margem de erro da pesquisa é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos.

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Pedro Tourinho e o ministro do Trabalho, Luís Marinho
Pedro Tourinho (PT) ocupa a vaga de Rui Falcão (PT) na Câmara dos Deputados
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Pedro Tourinho (PT) e o presidente Lula

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Pedro Tourinho e o ministro do Trabalho, Luís Marinho

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Pedro Tourinho (PT) ocupa a vaga de Rui Falcão (PT) na Câmara dos Deputados

TSE

Diante da possibilidade de retornar ao poder na terceira maior cidade paulista, o PT tem enviado o reforço de lideranças nacionais do partido para ajudar Tourinho. Na última quarta-feira (25/9), o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, foi à cidade participar de agenda de campanha do candidato. Nesta sexta-feira (27/9), será a vez do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

Enquanto Dário conta com o apoio de seu correligionário no Republicanos, o governador Tarcísio de Freitas, e Zimbaldi possui um histórico de alinhamento com o bolsonarismo, Tourinho concentra o que parece ser uma sobrevida da esquerda na cidade onde Jair Bolsonaro (PL) superou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com na eleição de 2022, com 56,22% dos votos.

Com 42 anos, Tourinho é o mais novo entre seus dois principais rivais e já havia concorrido no pleito municipal em 2020 contra ambos. Por 6.492 votos, contudo, ele ficou fora do segundo turno, disputado entre Dário e Zimbaldi.

Após a derrota, o petista, que também é médico, foi convidado pelo governo Lula para assumir a presidência da Fundação de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), vinculada ao Ministério do Trabalho e, em julho deste ano, passou a ocupar a vaga de Rui Falcão (PT) na Câmara dos Deputados, enquanto o deputado se afastou para atuar na campanha de Guilherme Boulos (PSol) à Prefeitura de São Paulo.

Cassação da candidatura de Dário Saadi

No último dia 19 de setembro, a Justiça Eleitoral cassou o registro de candidatura de Dário Saadi, a partir de uma ação movida pela coligação de Tourinho. O atual prefeito foi condenado em primeira instância por utilizar as instalações de um hospital público municipal para gravar um material que foi utilizado em três postagens de propaganda em suas redes sociais.

Por se tratar de um local de acesso restrito, o caso foi considerado como abuso de poder político dele como prefeito. Em sua decisão, o juiz Paulo César Batista dos Santos determinou não só a cassação da candidatura, mas também a inelegibilidade de Saadi por oito anos subsequentes à eleição deste ano. Entretanto, isso não significa que ele não estará nas urnas em 6 de outubro.

Em conversa com o Metrópoles, o advogado eleitoral Alberto Rollo, explicou que a decisão do juiz ainda cabe recurso no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Não é justo que, por uma decisão de primeira instância, ele não seja mais candidato e não tenha na situação jurídica o registro deferido. O nome vai para a urna e vai receber voto normalmente e, depois, a Justiça Eleitoral vai decidir em cima daquilo que ficará decidido em todo esse processo, depois que transitar em julgado”.

Caso Dário seja eleito, Rollo explica que uma eventual condenação dele poderia tanto levar à convocação de uma nova eleição, quanto na convocação do segundo colocado, a depender do entendimento dado pela Justiça Eleitoral. Mas para que isso aconteça, ele ainda explica que essa condenação depende da quantidade de provas usadas para comprovar o suposto abuso de poder.

“O abuso de poder depende do volume, da quantidade. Se foi uma vez só, um vídeo no hospital, eu entendo que não é suficiente para tirar ele de uma disputa eleitoral, ainda mais uma cidade como Campinas. Agora, se ele fez isso todo dia, toda a hora e colocou em todos os vídeos na internet todo dia, aí tem abuso de poder (…). É necessário avaliar o alcance dessas publicações, a quantidade de seguidores que ele tem, e a repercussão das postagens”, diz Rollo.

PT em Campinas

Ainda que o caso não leve à condenação final de Dário Saadi, a sentença em primeira instância tem efeitos negativos para a sua campanha e abre uma janela de oportunidades para Tourinho.

O PT está fora do segundo turno na disputa municipal da cidade desde o pleito de 2008, quando Dr. Hélio (PDT) foi eleito prefeito com Demétrio Vilagra (PT) como vice. Hélio sofreu um impeachment por um suposto esquema de fraude em licitações da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), o que colocou Vilagra na cadeira de prefeito em 2011. O petista, contudo, também era investigado no mesmo processo que seu colega, e acabou com o mandato cassado meses depois.

Vilagra foi absolvido das acusações em 2019, mas a história deixou uma imagem negativa para o PT na cidade, onde o partido já tinha um histórico conturbado. Dr. Hélio havia sido precedido por um uma outra liderança do partido, o Antônio da Costa Santos, conhecido como Toninho do PT. Oito meses após ser eleito, Toninho foi assassinado com um tiro aos 49 anos, quando saía de um shopping da cidade. O crime, que nunca foi esclarecido, foi considerado de motivação política para a família.

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