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Tarcísio reconhece crise na segurança pública de SP: “Ferida aberta”

Com Derrite na plateia, Tarcísio participa de evento ao lado dos ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Gilmar Mendes (STF) nesta 6ª

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Imagem colorida governador Tarcisio de Freitas, um homem branco de terno falando ao microfone - Metrópoes
1 de 1 Imagem colorida governador Tarcisio de Freitas, um homem branco de terno falando ao microfone - Metrópoes - Foto: Reprodução

São Paulo — O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou, nesta sexta-feira (6/12), que a segurança pública em São Paulo “é uma ferida aberta, é uma chaga”. A declaração foi dada durante evento sobre o tema no IDP, na capital paulista.

Tarcísio disse que a segurança pública é o principal problema tanto na região metropolitana quanto no interior, onde anteriormente era a saúde.

Em meio à crise que enfrenta na segurança pública, com uma série de denúncias de abusos cometidos por policiais, o governador voltou a dizer que se arrependeu da “postura reativa” que teve em relação à política de câmeras corporais e que sabe que as palavras têm peso.

A declaração foi dada ao lado dos ministros Ricardo Lewandowski, da Justiça, e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federais (STF). Também participaram o ex-ministro da Defesa Raul Jungmann e a especialista da Fundação Getulio Vargas (FGV) Joana Monteiro. O secretário da Segurança Pública de São Paulo (SSP), Guilherme Derrite, estava na plateia.

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Tarcísio de Freitas participou de evento com ministros de Estado e do STF, nesta sexta (6/12)
Evento no IDP teve participação do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite
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Evento teve presença de ministros e do governador paulista

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Tarcísio de Freitas participou de evento com ministros de Estado e do STF, nesta sexta (6/12)

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Evento no IDP teve participação do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite

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Sobre a integração com o governo federal, Tarcísio disse que falta compartilhamento de informações. O governador também apontou que isso dificulta o combate ao grande problema do país. “Se há um risco, talvez o maior é o crime organizado”, disse.

O governador também disse que as receitas tradicionais em termos de segurança pública, como aumentar o efetivo, investir em tecnologia, valorizar as carreiras, às vezes são insuficientes.

“Então, existem desafios gigantescos e, além disso, a gente comete erros também. E os erros que a gente comete têm um preço. Tem hora que a gente tem que parar para pensar, fazer uma profunda reflexão e ver onde nós estamos errando, porque nós estamos errando. Onde nós erramos no discurso? E aí, concordo com a professora Joana, nosso discurso tem peso”, disse.

As palavras de Tarcísio foram ditas a poucos metros do secretário Derrite, que acompanhava o discurso na primeira fileira de cadeiras. Ao sair do salão, Derrite não concedeu entrevista e disse que estava no IDP como aluno.

Atribuições

Lewandowski falou das dificuldades enfrentadas ao longo de quase dois anos à frente do ministério. “Percebi que estamos enxugando gelo na segurança pública”, disse.

Na sequência, defendeu algumas de suas realizações, como direcionamento de recursos, sem interferir na autonomia dos estados. Entretanto, propôs como uma das alternativas a revisão do artigo 144 da Constituição, que trata da segurança pública.

O ministro defendeu uma integração na segurança, semelhante ao que ocorre no SUS, com o avanço do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP). “Precisamos falar a mesma língua.”

Lewandowski falou em permitir que a União estabeleça diretrizes gerais, criação de fundo constitucional de segurança e política penitenciária, com fontes próprias, atribuições da PF ampliada para atuação nas matas, florestas e áreas de preservação, e no combate ao crime organizado e milícias locais.

Ele também sugeriu mudanças na Polícia Rodoviária Federal (PRF), com mais integração nos estados. Seria a “Polícia Ostensiva Federal”.

“Vamos aproveitar a vocação viária para atuar em hidro e ferrovias, além da proteção de bens e serviços de portos, aeroportos e prédios da União”, disse.

O principal, porém, seria, a pedido de governadores, a atuação em parceria emergencial com forças locais.

Sistema prisional

O ex-ministro Raul Jungmann também defendeu a integração e estruturação da segurança pública, com definições sobre a atuação do governo federal na área. Criticou o fato de o sistema focar na repressão, com encarceramento de jovens e pessoas de baixa escolaridade. Citou a estimativa de que a população carcerária sobe até 2032, chegando a 1,6 milhão.

“O que gera isso é que as 1.500 unidades prisionais são controladas por facções. Poucas não são”, disse. Ele citou também o fato de mais de 10% da população viver em locais dominados por facções.

Gilmar Mendes foi o primeiro a falar e defendeu o estado democrático de direito, condenando a ditadura militar diante do bolsonarista Tarcísio. Durante o evento, o governador paulista ficou entre Gilmar e Lewandowski.

Discursos populistas

Coordenadora do centro de ciência da segurança pública da FGV, Joana Monteiro explicou que discursos populistas, que estimulam a ação violenta, têm impacto direto na reação dos policiais na ponta. “O que os senhores falam importa muito para a tropa, mais do que aparatos tecnológicos”, afirmou.

Joana disse que o policial também sofre com o incentivo de autoridades a ações violentas e destacou a necessidade de se mudar a forma como a segurança pública é discutida no país. “O debate hoje é extremamente pífio, não profissional, mas a gente tem muito espaço para melhorar”, frisou.

O debate aconteceu na sede do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), com o tema “Os desafios da segurança pública no Brasil: Desafios Jurídicos e Institucional”.

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