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Com câmera corporal, letalidade de PMs cai 40% e é a menor desde 2001

Com câmera corporal, letalidade de PMs cai quase pela metade; especialista afirma que redução é “impressionante”

atualizado

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Batalhões da Polícia Militar (PM) com câmeras nas fardas tiveram, no período de junho de 2019 a outubro de 2021, 87% menos confrontos do que equipes sem o recurso de vídeo
1 de 1 Batalhões da Polícia Militar (PM) com câmeras nas fardas tiveram, no período de junho de 2019 a outubro de 2021, 87% menos confrontos do que equipes sem o recurso de vídeo - Foto: Reprodução

São Paulo – A letalidade de policiais militares em serviço caiu quase 40% em 2022 e fez o Estado de São Paulo atingir o menor patamar de mortes cometidas por PMs em serviço em duas décadas. Essa é a segunda queda expressiva após a instalação de câmeras corporais na farda de PMs.

Dados oficiais apontam que 256 pessoas morreram em supostos confrontos com policiais militares em serviço em 2022, o menor número registrado em São Paulo, ao menos desde 2001. Em 2021, quando o índice já havia recuado 36% em relação ao ano anterior, foram registrados 423 casos.

Já para PMs de folga, as ocorrências com morte subiram de 120 para 126 no período (5% a mais). Nesses casos, os agentes não estão de farda e, portanto, a ação não é registrada por câmeras.

A estatística foi divulgada nessa quinta-feira (26/1), pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). Na total de ocorrências em serviço e durante folga, São Paulo contabilizou 382 casos de letalidade da PM em 2022 – uma queda de 29,6% em relação às 543 mortes de 2021. Esse índice é o menor desde 2005.

Atualmente, há 10,1 mil câmeras corporais em 60 batalhões da PM de São Paulo. O efetivo da corporação é composto por cerca de 80 mil homens e mulheres.

Impacto

Diretora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pesquisadora do tema, a socióloga Samira Bueno avalia que a queda da letalidade da PM em 2022 é “impressionante”. Segundo ela, a redução de mortes tem relação com o programa das body cams.

“A câmera corporal protege o policial e dá segurança para ele”, afirma. “Por avaliações preliminares e estudos, tudo indica que as câmeras também têm papel importante na queda da letalidade.”

Samira pondera, no entanto, que a tecnologia, por si só, não pode ser vista como “panaceia” e deve fazer parte de uma política mais ampla para garantir redução sustentada da letalidade.

“Os casos têm caído em todos os batalhões, mas nos que têm body cam caiu mais”, diz. “O resultado não depende só da câmera. Se um chefe da pasta, por exemplo, incentivar políticas de violência, a tendência é o cenário mudar do dia para a noite”.

Não é só câmera

A SSP atribui a queda da letalidade da PM a seis ações, que incluem a instalação das câmeras, “maior rigor no acompanhamento e punição de episódios de violência por parte da polícia” e “forte atuação das Corregedorias”.

A pasta também diz que investe na capacitação dos policias e em armas não-letais, com cerca de 7,5 mil tasers à disposição de São Paulo. “(A PM é) a terceira maior força policial no mundo a utilizar esse tipo de equipamento – atrás apenas das polícias de Nova York (EUA) e Londres (Reino Unido)”.

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