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Com apagões frequentes, Alesp vai investigar em CPI os serviços da Enel

Primeira CPI protocolada na Alesp em 2023 mira a Enel, concessionária de energia elétrica em 24 municípios da Grande São Paulo

atualizado

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1 de 1 queda_energia_alesp_enel - Foto: Juliana Arreguy/Metrópoles

São Paulo – Vice-campeã de reclamações no Procon paulista em 2022, a Enel será alvo da primeira CPI protocolada na atual legislatura da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

A concessionária fornece energia elétrica para 24 municípios da Grande São Paulo desde junho de 1998, quando se chamava Eletropaulo, e tem contrato de concessão por pelo menos mais cinco anos.

“Eu moro numa cidade (São Caetano) em que a fornecedora de energia é a própria Enel. Então, a gente sente na pele a dificuldade que é tê-la como prestadora de serviço, com má qualidade, mau atendimento e problemas técnicos constantes”, afirmou o deputado Thiago Auricchio (PL).

Autor do pedido da Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar os serviços prestados pela Enel, Auricchio conversou com o Metrópoles no fim da tarde de terça-feira (18/4). Poucas horas antes, a reportagem presenciou duas quedas seguidas de energia na Alesp, por cerca de três minutos.

Os deputados estavam reunidos no plenário da Casa quando as luzes se apagaram (foto em destaque) e não manifestaram surpresa com o ocorrido.

“Aqui é assim toda semana, já estamos acostumados”, relatou um deles ao Metrópoles. Auricchio também mencionou o episódio: “Se não tivesse gerador aqui, não teríamos condições de prosseguir com os trabalhos”.

Servidores e funcionários da Assembleia também têm reclamado da falta de luz, sobretudo quem precisa trabalhar em frente ao computador e tem a máquina abruptamente desligada. “Já perdi meu trabalho mais de uma vez”, lamentou uma assessora.

Além dessa terça, a reportagem também presenciou outra queda de energia na Casa na última semana de março. Na ocasião, também ouviu de servidores que o “pico de luz é comum” no local.

“Não faltam relatórios do Procon e denúncias de clientes sobre a má prestação dos serviços da Enel”, disse Auricchio. “Recebemos diversas vezes relatos de dificuldades para pagar contas, conseguir entrar em para resolver algum problema, restabelecimento da energia”, acrescentou.

CPI deve começar em maio

A criação da CPI foi publicada no Diário Oficial na última sexta (14/4). A partir dessa data, as bancadas têm até 15 dias para escolher quais deputados integrarão a comissão. Depois, uma reunião será convocada para escolher o presidente, o vice e o relator.

A expectativa de Auricchio é que a CPI inicie os trabalhos ainda na primeira quinzena de maio.

Um dos seus objetivos é convocar os diretores da Enel para prestar esclarecimentos sobre a qualidade dos serviços oferecidos.

O gabinete do parlamentar tem coletado uma série de documentos, incluindo prestações de contas e registros de reclamações, para serem analisados pela comissão.

Na quinta-feira (20/4), um dia após a publicação da reportagem, a Enel enviou uma nota ao Metrópoles afirmando que “os indicadores de confiabilidade e qualidade do fornecimento de energia elétrica têm melhorado consistentemente”.

“Em 2022, o DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) melhorou 6,1% em comparação com o ano anterior e o FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) melhorou 6,3% no mesmo período. Se comparado desde o início da operação em 2018, estes índices são ainda superiores, com melhora de 11% no DEC e 22% no FEC”, disse a empresa.

Madrugada na fila das CPIs

Foram assessores de Auricchio que puxaram a fila das CPIs para garantir que o requerimento fosse o primeiro protocolado na Assembleia, no início da nova legislatura, em março.

Conforme relatado pelo Metrópoles, funcionários ligados a deputados da base do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) chegaram antes das 7h no local. A manobra impediu a instalação de uma CPI por parte da oposição.

Assessores fazem fila para protocolar CPI na Alesp

Por regra, as comissões são instaladas de acordo com a ordem de entrega dos pedidos. A Alesp só permite a realização de cinco CPIs simultaneamente.

Além da CPI da Enel, também foram instaladas comissões para investigar golpes do Pix, transição de gênero de crianças e adolescentes no Hospital das Clínicas, políticas de prevenção em áreas de deslizamento e a epidemia do crack.

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