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Com 48 mortos, Operação Verão da PM no litoral prossegue no outono

Mesmo com fim da estação, Operação Verão da PM prossegue sem data para acabar no litoral de SP; são 48 mortos em supostos confrontos

atualizado

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PM fardado aponta fuzil em meio de favela na Baixada Santista durante operação da PM - Metrópoles
1 de 1 PM fardado aponta fuzil em meio de favela na Baixada Santista durante operação da PM - Metrópoles - Foto: Divulgação/SSP

São Paulo — A Operação Verão da Polícia Militar (PM) deverá seguir no litoral de São Paulo apesar do fim da estação nesta quarta-feira (20/3), com a chegada do outono, sem data para acabar. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), não haverá nem mesmo mudança no nome da ação, que já deixou 48 mortos em supostos confrontos com policiais desde 3 de fevereiro.

A SSP afirma que a terceira fase da Operação Verão tem como objetivo “asfixiar o crime organizado na Baixada Santista” e “permanece em andamento por tempo indeterminado”. “A ação conta com o reforço diário de mais de 550 policiais militares no patrulhamento ostensivo, além de 350 policiais civis que atuam com inteligência para identificar criminosos que atuam na região”, diz a pasta, em nota.

No passado, Operação Verão era o nome que se dava à ação policial para combater a criminalidade na região das praias durante o período em que mais são visitadas por turistas no litoral de São Paulo.

Entretanto, em fevereiro, depois da morte do soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) Samuel Wesley Cosmo, a PM deu curso uma Operação Verão com todas as características de uma Operação Escudo, que é desencadeada após o assassinato de um policial.

Desde então, foram 48 mortos em supostos confrontos com a PM e uma série denúncias de execuções e abusos praticados por policiais nas comunidades da Baixada Santista. De pessoa cega que teria se envolvido em tiroteio com a polícia e acabou morta até o socorro de vítimas já sem vida, para evitar a perícia no local do alegado embate, são vários os relatos colhidos pela Ouvidoria e por entidades de defesa dos direitos humanos.

No fim de fevereiro, quando a Operação Verão ainda contava com 32 mortos, o ouvidor Claudio Silva e representantes da sociedade civil entregaram ao Ministério Público de São Paulo um relatório com uma série de denúncias contra a ação policial. Desde então, foram mais 16 mortos até está quarta.

Quando questionada, a SSP sempre afirma que tem “compromisso com a legalidade, os direitos humanos e a transparência” e que as denúncias podem ser feitas à corregedoria da corporação.

Após saber que seria denunciado à Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) por causa da operação, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que não estava “nem aí“. “Sinceramente, nós temos muita tranquilidade em relação ao que está sendo feito. E aí, o pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta, e eu não estou nem aí”, afirmou, em 8 de março.

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