Coach que alugou mansão para festa suspeita ganhou auxílio emergencial
Locação da mansão em SP onde ocorreu festa investigada por exploração sexual foi assinado por brasileiro que recebeu o auxílio emergencial
atualizado
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São Paulo – Um dos homens que assina o contrato de locação de uma mansão no Morumbi, zona sul de São Paulo, usada para uma festa promovida por dois coaches estrangeiros no dia 26 de fevereiro recebeu o auxílio emergencial entre 2020 e 2021.
O evento está sendo investigado pela Polícia Civil, após mulheres relatarem que se sentiram usadas como “cobaias” de um curso de conquista oferecida pelo grupo americano Millionaire Social Circle. A festa foi organizada pelos coaches David Bond e Mike Pickupalpha, que negam qualquer iregularidade.
O brasileiro Fabrício Castro, que também se apresenta como coach de relacionamento nas redes sociais, assinou o contrato de locação junto com Mike, cujo nome verdadeiro é Ziqiang Ke.
Em seu Instagram, Fabrício gravou um vídeo nessa segunda-feira (20/3), afirmando que apenas ajudou na organização da festa, já que é amigo pessoal de um dos coaches. Ele disse ainda que a acusação de que o evento teria servido como “aula prática” do curso é uma “falácia”.
O coach afirma que não tem nenhuma associação com o grupo americano, mas diz que o “treinamento” foi oferecido durante o Carnaval e não na festa. Ele conta ainda que na festa havia homens de diversas nacionalidades, que não se tratavam de “turistas sexuais”, mas de “nômades digitais”.
A polícia e o Ministério Público apuram a possível presença de menores de idade na festa e os possíveis crimes de favorecimento da prostituição e violação sexual mediante fraude.
À TV Globo, a defesa de Fabrício Castro informou que ele apenas intermediou a locação do local e que aparece no documento por uma exigência do proprietário que uma das partes locatárias fosse brasileira.
Fabrício vende uma mentoria pela internet na qual promete tornar homens mais confiantes, chamada de Man.Up!.
De acordo com o Portal da Transparência, Fabrício recebeu R$ 5.950, entre abril de 2020 e outubro de 2021, em auxílio emergencial. As parcelas variavam de R$ 250 a R$ 600. Um das parcelas, de R$ 250, foi devolvida à União.
O Metrópoles entrou contato com Fabrício pelas redes sociais e aguarda um retorno. O espaço segue aberto para manifestação.